Artistas a não perder no Vodafone Mexefest 2014

Mais um ano de Vodafone Mexefest, mais um ano que fico de mãos a abanar. Contudo, é uma resignação diferente do ano passado, sem tristeza ou impaciência à mistura. Não deu, paciência. Há mais para ver, ouvir e viver depois disto.

Os últimos dois meses têm sido tão bons em matéria de concertos e experiências únicas, que nem pode haver espaço para a desolação. Apenas uma enorme gratidão por estar a viver a jornada mais feliz da minha vida. Uma boa forma de retribuir tudo isso é falando um pouco dos artistas que hoje e amanhã levarão enchentes por essa Av. da Liberdade fora.

Aqui fica a minha selecção:

St. Vincent (Dia 28, Coliseu dos Recreios à 00h15)

Annie Clark chega à capital um dia depois de ter estado no Hard Club do Porto e será certamente recebida como a grande heroína de 2014 da liga indie. Os meus ouvidos só a conheceram este ano, mas desde então que ganhei uma enorme estima e respeito por esta senhora que a meu ver tem um dos grandes álbuns do ano. "Bring Me Your Loves" é o expoente máximo do génio louco de St. Vincent.




JJ (Dia 28, Igreja de S. Luís dos Franceses às 20h30)

Ando deveras intrigado com esta dupla sueca. Há dias ouvi o seu último trabalho discográfico e há por ali umas quantas boas ideias - do hip hop, à folk passando pela dream pop - à espera de uma concretização mais sólida num futuro próximo, mas decididamente boas. "All White Everything" é assim a canção gigantesca do álbum que por pouco não se transformou num hino indie pop de pleno direito. Mas ainda vai a tempo de não vos sair da cabeça até ao final do ano.



Francis Dale (Dia 28, Palácio Foz- Sala dos Espelhos às 21h15)

Uma das melhores descobertas via Tradiio que fiz este ano. O Francis Dale é o nosso Prince português e ainda não percebi muito bem como é que anda a passar despercebido ao público, críticos, media e afins. Lost in Finite, o EP de estreia, já tem um ano de vida mas pérolas neo soul tão vaporosas quanto húmidas como "Retrospect", "Burning" ou "Pie in the Sky" continuam à espera da aclamação. Este concerto poderá então ser o catalisador da mudança de escalão.



Kindness (Dia 28, Estação Vodafone FM- Estação Ferroviária do Rossio às 23h20)

O projecto de Adam Bainbridge também é uma descoberta relativamente recente. Primeiro foi "This Is Not About Us" a captar-me pela instrumentação afro-brasileira e pela sólida coreografia presente no vídeo. Depois chegaram até mim as não menos excelentes "House" e "Swinging Party" (já Lorde fez maravilhas com ela) e agora só me falta deitar os ouvidos aos dois discos já editados, o último dos quais - Otherness - foi lançado em Outubro passado.



Sharon Van Etten (Dia 29, Coliseu dos Recreios às 21h30)

Eu já oiço e leio este nome há mais tempo do que conseguirei precisar, mas só me dignei a ouvi-la há coisa de um mês. A senhora de facto é muito intensa e sinto que faz canções para um público mais adulto e vivido que já passe dos 20 e muitos, à semelhança do que penso que acontece com os The National. Percebo e compreendo o interesse em seu redor, mas ainda não me sinto preparado para me converter à sua causa. Talvez um dia.



Savanna (Dia 29, São Jorge- Sala Montepio às 19h50)

Novos talentos lisboetas a despontar cheios de fúria pelos meandros de uma dream pop que mistura rock psicadélico e eléctrico com aprumo vintage das décadas de 60 e 70. "Fancy Pants" há muito que roda na Vodafone FM e que é um item recorrente da minha bolsa de apostas do Tradiio. A ver vamos a que paragens criativas e mediáticas 2015 os trará.



Wild Beasts (Dia 29, Coliseu dos Recreios à 00h15)

Um pouco à semelhança de St. Vincent, também os Wild Beast entraram na minha vida este ano com as belíssimas canções de Present Tense. Em parte porque a Vodafone FM não descansou enquanto não despejou "Wanderlust" pelas goelas dos ouvintes abaixo e depois porque acho que o vocalista aprendeu a domar aquela voz tão andrógina que por vezes tornava difícil a fruição dos temas da banda. E é à custa de canções como "A Simple Beautiful Truth" que têm um dos álbuns do ano.




Também não perdia os concertos de: Capicua, Perfume Genius, Duquesa, Salto, Modernos, Thunder & Co e Clã e Convidados.

Sugestões e boas razões para irem não faltam. E se a chuva e o frio não dificultarem, esta edição do Vodafone Mexefest bem que poderá figurar na memória colectiva. Que haja mais e igual ou melhor para o ano.

Sigam-me na página de facebook do blog!

Comentários

Mensagens populares