Beyoncé, The Visual Album- O que faltava ver (I)

No dia em que Beyoncé edita a Platinum Edition do seu último álbum de estúdio homónimo, são por fim libertados no YouTube os 13 vídeos que até ao momento estavam apenas disponíveis para visualização mediante a compra do disco. Entretanto, o álbum foi finalmente disponibilizado no Spotify, quase um ano após o seu lançamento. Convido-vos então para uma sessão especial das películas nunca antes reveladas, em destaque ao longo desta semana no Into the Music. Conheçam as quatro primeiras:

"Ghost"/"Haunted"

E ao 2º tema a revolução. Dividido em duas partes - "Ghost" ocupa os 3 primeiros minutos e "Haunted" os 3 restantes - é a canção mais complexa e obscura alguma vez lançada por Beyoncé. "Ghost" faz-me lembrar Kanye West no último Yeezus, com um rap invulgar e irreconhecível de Miss Knowles que parece sair do seu próprio corpo para se auto-analisar, descobrir uma série de dilemas morais e mostrar-se assombrada pelo karma.


A transição para "Haunted" ocorre como de pesadelo-para-pesadelo, com o vídeo a adquirir contornos dignos de um American Horror Story e a canção a entrar por territórios lânguidos, pulsantes, com percussão tribal e sintetizadores maléficos.


"Blow"

Foi o tal que, de início, mais me captou a atenção - tanto a nível auditivo como visual. É tão ou mais desavergonhada que "Drunk in Love", mas muito muito mais divertida e irresistível, numa deliciosa e libidinosa toada disco/funk que me faz lembrar um Prince meets Destiny's Child. É uma soberba criação de Pharrell, Justin Timberlake, Timbaland e da própria Honey B, que conta diversas insinuações ("keep me humming, keep me moaning") e um fabuloso clímax ("turn that cherry out") que a torna simplesmente perfeita.



"No Angel"

Novamente a compreensão de que a perfeição é uma utopia. Só que desta vez é a própria Beyoncé que se apercebe que nem ela nem o sujeito a que a canção se refere são imaculados, daí serem perfeitos um para o outro. É uma Beyoncé em modo ultra-ofegante e sensualona que aqui se ouve, envolta por uma batida minimal e uns quantos sintetizadores dengosos. Gosto, mas tanto a canção como o respectivo vídeo são dos que menos aprecio no disco.



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