Sons Frescos #53
Girando por aí ao som de tantas novidades catitas:
1) Carly Rae Jepsen- "Julien"- Que saudades tínhamos de ouvir Miss Jepsen a fazer música pop verdadeiramente incrível. A quarta amostra do novo álbum é a primeira capaz de nivelar com a qualidade de Emotion (2015): uma fenomenal oferenda synthpop de recorte disco-funk que clama pelo regresso de uma paixoneta sazonal não totalmente ultrapassada, para preencher o seu coração vazio. Oremos: volta, Julião!
2) Daddy Yankee & Katy Perry feat. Snow- "Con Calma"- Está visto que Katy Perry não vai aceitar mais uma ronda de desaires. Com "365" de Zedd (surpreendentemente) a não apresentar os resultados previstos, é tempo de saltar para o filão latino e emular o que Bieber e Beyoncé fizeram com as remisturas de "Despacito" e "Mi Gente", desta vez com o êxito da temporada equivalente de Daddy Yankee: é aditivo, insinuante q.b. e recupera muita da diversão do catálogo passado de Perry. Só pode resultar.
3) The Chainsmokers feat. Ty Dolla $ign & Bülow- "Do You Mean It"- Desde "Something Just Like This" que a maioria do que os Chainsmokers assinam - excepção feita a "Side Effects" e "This Feeling" - roça a mediania ou o absurdamente mau. Que espanto é, por isso, ouvir este "Do You Mean It" que os devolve aos máximos de "Closer": uma troca de argumentos entre um casal feita canção, asssente na entrega de veludo da canadiana Bülow e de Ty Dolla $ign. Wowowow!
4) Two Door Cinema Club- "Satellite"- De volta às edições discográficas com False Alarm, os TDCC parecem ter regressado com maior nervo funk rock, já patente no anterior "Talk", e uma certa apreciação pela estética dos anos 80 que encontra comparação aos White Lies (principalmente quando a voz de Alex Trimble desce umas quantas oitavas). O futuro segundo "Satellite" não é risonho, mas estamos todos juntos na possibilidade de o modificar.
5) Kim Petras- "Broken"- So much for the love. Tal como se esperava, Kim Petras foi célere a rematar a era néon e a dar início a uma outra, que conduzirá ao seu álbum de estreia. Menos brilho, estridência e êxtase electropop: em "Broken" ainda opera o cunho não totalmente recomendável de Dr. Luke, mas existe também um maior humanismo, nitidez vocal e o mesmo balanço urbano que permeia as últimas oferendas de Halsey, por exemplo. Para chorar pelo crush que se foi, ao mesmo tempo que se faz um twerkzinho.
6) Chris Brown feat. Nicki Minaj & G-Eazy- "Wobble Up"- O enfant terrible do R&B lançará em breve o seu nono álbum de originais, Indigo, e só "Undecided" parece ter ganho lugar no alinhamento. Tomara que "Wobble Up", pedaço rítmico de bounce/R&B adornado pelo rap de Minaj e G-Eazy, conquiste em breve o seu, pois é dos singles mais memoráveis que lança em muito tempo. Mas este artwork depravadão e os versos mais ousados poderão representar um obstáculo ao seu sucesso.
7) Jordan Rakei- "Say Something"- Jordan Rakei é um dos músicos mais brilhantes da nova geração ainda à espera de ser descoberto por muito boa gente: "Say Something" é o terceiro avanço que lhe escutamos de Origin, o terceiro álbum que edita a 14 de Junho próximo, e que continua a sua expansão sónica para uma soul cheia de groove que se cruza com linguagens R&B, funk e pop. Tremendamente notável.
8) Kelly Clarkson- "Couldn't Be Better"- Quem raio organizou a banda-sonora de Ugly Dolls e achou que "Broken & Beautiful" daria um melhor primeiro single que isto, merecia umas quantas voltinhas num carrossel desgovernado. "Couldn't Be Better" é pop imbatível servida com colheradas de alegria genuína e confettis de todas as cores, apto para um número incrível em Glee. Em suma, o mais próximo que Kelly estará de ter o seu "Can't Stop the Feeling".
9) SZA, The Weeknd & Travis Scott- "Power Is Power"- Já cansa um bocadinho ver os nomes de SZA e The Weeknd associados a todas as bandas-sonoras das produções cinematográficas mais sonantes de Hollywood - agora o pretexto é Game of Thrones - principalmente porque os esgota a nível criativo. "Power Is Power" é feito das sobras de "All the Stars" e "Pray for Me" e, ainda que bastante audível, marca passo para todos os envolvidos.
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