12 Years of Suga: A Bittersweet Story, Parte V

"Girls"- Catfights and Spotlights (2008)

Escassos meses após darem por encerrado o capítulo de Change, o trio não perdeu tempo e num abrir e fechar de olhos já tinha um novo single e álbum a caminho. Como já tinham dado provas do seu poder no campeonato pop, em Catfights e Spotlights a banda tentou algo diferente, mais próximo da soul, funk e R&B. "Girls" foi o single de avanço e convenceu de certa maneira, tendo alcançado o 3º lugar no Reino Unido, mas quebrando a hegemonia iniciada há 4 álbuns na qual todos os seus primeiros singles chegaram ao nº1.

"Get Sexy"- Sweet 7 (2010)

Não satisfeitas com o fraco desempenho de Catfights and Spotlights, as babes voaram até aos EUA para criarem o seu 7º álbum. E foi aqui que a ruína começou. Lançado em 2009 e com autoria dos The Smeezingtons, colectivo do qual Bruno Mars faz parte, "Get Sexy" foi uma salganhada de electropop, techno e R&B, inspirado no conhecido "I'm Too Sexy". Ora alvo de críticas ora de aplausos, impôs de vez a presença de Amelle que aqui esbanja atitude. O pior veio a seguir: a saída de Keisha, a última Sugababe fundadora, por motivos nunca esclarecidos. Foi a gota de água.

   

"About a Girl"- Sweet 7 (2010)

A polémica e o caos estava instalado no seio do grupo, mas havia que olhar em frente. O vídeo do 2º single do álbum foi filmado apenas um dia depois da saída de Keisha e esteve em risco de não contar com a presença da banda, prestes a desmoronar-se. Eis que Jade Ewen entra no barco, e em tempo recorde, salva a honra do convento. Produzido por RedOne, a europop fogosa de "About a Girl" colocou água na fervura, mas a ferida era demasiado profunda: as Sugababes 4.0 estavam condenadas logo à nascença.

Discografia

Catfights and Spotlights (2008)

O 6º álbum das Sugababes chegou em Outubro de 2008 e foi bem recebido pela crítica que aplaudiu a onda retro, soul e funky. Na produção estiveram Klas Ahlund, Steve Booker, os extintos Orson, The Invisible Men, Max Martin, entre outros. O disco teve um desempenho modesto na tabela de álbuns britânica, atingindo o 8º lugar e não igualando o sucesso de álbuns passados. Como resultado, apenas 2 singles foram editados. O problema não esteve na qualidade do disco, com diversos bons momentos, mas sim na fraca promoção de que foi alvo. Catfights and Spotlights foi o último álbum a contar com Keisha e parecia profetizar os problemas que viriam a ocorrer pouco depois no seio da banda.

Singles: "Girls" (#3), "No Can Do" (#23)

Sweet 7 (2010)

Qual é a coisa qual é ela que antes de ser uma desgraça já o era? Precisamente, Sweet 7, o difícil 7º álbum da banda, já sem Keisha Buchanan e com Jade Ewen na equipa, cuja entrada obrigou a regravar todos os temas que já tinham a voz da primeira. O trio mudou-se de armas e bagagens rumo aos EUA para trabalhar com produtores de topo: RedOne, Fernando Garibay, Stargate, The Smeezingtons e Syence, que assinaram um álbum marcadamente electropop e dance pop. A crítica crucificou-as e os fãs viraram-lhes as costas. Resultado: o álbum não foi além do 14º posto e tornou-se no maior fracasso comercial de sempre da banda.

Singles: "Get Sexy" (#2), "About a Girl" (#8), "Wear My Kiss" (#7)

O Futuro

"Freedom" (2011)

O último single de Heidi, Amelle e Jade data de Setembro de 2011 e seria o tema de avanço do seu 8º álbum. Acabou por ser apenas um single promocional, dado que não recebeu o apoio necessário por parte da rádio. A tentativa pode ter falhado, mas deu para concluir que apesar do Reino Unido ainda não as ter perdoado, as Sugababes 4.0 mostraram aqui, pela primeira vez, a razão da sua existência. Afinal, há esperança.

Desde então a banda tem estado à espera do perdão do Reino Unido a fazer uma pausa e só promete música nova para o final de 2013. Mas enquanto Heidi, Amelle e Jade planeiam o que fazer a seguir e deixam que a poeira assente, há um novo trio de caras familiares que prepara o seu regresso:

Mutya, Keisha e Siobhan mais conhecidas como o trio fundador das Sugababes, decidiram voltar a reunir-se 12 anos após ter sido editado o seu único álbum em conjunto. Juntas formam agora as MKS (as iniciais de cada uma) e estão a concluir o seu álbum de estreia que será lançado em 2013 sob a chancela da Polydor. A banda diz já ter concluído o disco, cuja sonoridade será idêntica àquela com revolucionaram o panorama musical há 12 anos atrás. Envolvidos na composição e produção estão os nomes de Emeli Sandé, Future Cut, Shaznay Lewis (ex-All Saints), Naughty Boy, Cameron McVey, Mr Hudson e MNEK. A banda promete levantar um pouco a ponta do véu e lançar novo material até ao final deste ano.

A esta altura já devem ter percebido que 2013 será um ano totalmente decisivo para todas estas 6 raparigas. Heidi, Amelle e Jade têm que provar que o novo alinhamento tem pernas para andar e reconquistar a lealdade e confiança de uma nação que perdeu o respeito por elas. Por outro lado, Mutya, Keisha e Shioban têm que voltar a apaixonar o mundo e impôr-se num panorama cada vez mais sedento de frescura e inovação. Em comum têm não só o facto de terem pertencido todas à mesma banda mas também a vontade de querer provar que são essenciais no actual panorama musical. Afinal de contas, muito mais é o que as une do que aquilo que as separa.

O destino juntou-as, separou-as e encarregou-se de as reunir novamente. A minha versão da história de Mutya, Keisha, Siobhan, Heidi, Amelle e Jade acaba aqui, mas a história delas está longe de acabar. Essa é uma narrativa em constante evolução e que perdurará por muitos anos: o tempo provará que esta banda foi das melhores coisas que o Reino Unido ofereceu ao mundo e o seu enorme contributo à pop jamais será esquecido. É com um grande grande orgulho que dou por terminada esta minha missão, talvez a que me deu mais prazer de realizar até hoje, aqui no blog. Sigam agora com os vossos próprios olhos o desenrolar desta história, doce e amarga, como só as grandes histórias sabem ser.