REVIEW: OneRepublic- Native
Apesar de ainda estar completamente deslumbrado com The 20/20 Experience, não posso ficar eternamente agarrado a um álbum apenas, por muito bom que seja. O 3º álbum dos OneRepublic, Native, acaba de ser lançado, e como grande admirador de Ryan Tedder que sou, não podia desperdiçar a oportunidade de comentar o novo trabalho da sua banda. Tema a tema, eis o que penso:
1) Counting Stars- O álbum inicia-se em trote rápido num tema que lida com o facto de agarrarmos o lado positivo da vida. Não me conquistou logo à primeira, mas a cada nova audição foi ficando no ouvido. Contudo, apercebi-me também de que é bastante parecido com um tema house que há bem pouco tempo andava na berra. Aceitam-se apostas. (7/10)
2) If I Lose Myself- O actual single de Native vem na linha das feel-good songs que os OneRepublic tão bem sabem fazer. Letra inspiradora? Certo. Voz radiosa? Confere. Sorriso no rosto? Surge como o sol em todo o seu esplendor. Destaco as influências electrónicas presentes no refrão, uma inovação que a banda apresenta. É bonita. (8/10)
3) Feel Again- Foi o 1º single lançado ainda no ano passado e desde logo deixava antever que a banda estava repleta de boas vibrações e energia positiva que exigia ser libertada aos sete ventos. Tem de facto um certo espírito indígena e em alguns momentos assemelha-se a "Dog Days Are Over". É mais um óptimo tema. (8/10)
4) What You Wanted- Este é o exemplo de um tema que poderia ter sido mais do que aquilo que é. A melodia é simples mas cativante, a letra é um pouco mortiça e a voz de Ryan Tedder dilui-se no meio da produção. Agarraram-se demasiado à melodia e esqueceram-se do resto. Resultado: falta-lhe chama. (7/10)
5) I Lived- Ao 5º tema começo a ficar ligeiramente preocupado com a direcção que Native está a seguir. "I Lived" é tudo aquilo que já ouvimos vindo dos OneRepublic e chega até a ser um pouco cliché. Uma vez mais, é a melodia cativante que a salva da completa banalidade, mas tudo o resto parece-me pouco apelativo. (7/10)
6) Light It Up- Native estava a tomar uma direcção demasiado comercial e segura, e este tema é a tentativa da banda de tornar as coisas um pouco mais "pesadas" e menos polidas. Para tal, convocam as guitarras. O problema é que lhes sai o tiro pela culatra e criam demasiado aparato e pouca substância. Não havia necessidade. (5/10)
7) Can't Stop- Chegado a este ponto já começo a ficar enjoado da temática "estupidamente feliz" que preenche a quase totalidade do disco. "Can't Stop" parece saído daquelas películas românticas em que dois apaixonados se abraçam eternamente debaixo de uma chuva de estrelas cadentes e com uma aurora boreal como pano de fundo. Não. Simplesmente não. (6/10)
8) Au Revoir- Até que enfim que encontro os OneRepublic que procurava desesperadamente! "Au Revoir" é o tema que melhor estabelece a ligação entre Native e os seus dois primeiros álbuns e faz-me ver que afinal ainda nem tudo está perdido. Fossem os restantes temas assim e o álbum seria diferente, mas para melhor. (8/10)
9) Burning Bridges- Pronto. Lá voltamos nós à estúpida felicidade que aos poucos está a consumir a banda. "Burning Bridges" parece-me uma tentativa falhada de recriar "Good Life" - pelo menos a batida é a mesma - e é todo ele muito fogo de vista. Se se esforçassem, tinham conseguido fazer melhor. (6/10)
10) Something I Need- Nesta sua nova sonoridade que tem tanto de agradável como de patética, este será talvez o tema que mais gosto. Descrevo-o como uma mistura de "Mãe Querida" e "Just the Way You Are", por mais estranha que essa combinação possa parecer. (7/10)
11) Preacher- Se eu estivesse no meio da natureza, no alto de um penhasco e rodeado de um vale paradisíaco, este tema seria uma óptima banda sonora. Acontece que não estou. Encontro-me sentado frente ao computador e extremamente entediado com o sermão que Ryan Tedder me está a dar. Ainda bem que só falta mais uma. (6/10)
12) Don't Look Down- O tema final de Native estaria muito melhor colocado no início, dado que é um tema maioritariamente instrumental e de curta duração. Não percebo sequer o porquê da sua inclusão. É um ponto final abrupto e desadequado num disco com algumas falhas. (5/10)
Não sei qual dos dois sentimentos melhor descreve aquilo que estou a sentir. Se desilusão ou descrença. O melhor mesmo será afirmar que estou zangado perante o que ouvi. Antes de mais, Native não é um mau disco. É sim um esforço muito pálido e pouco criativo face ao que os OneRepublic fizeram no passado. Que é feito da estranheza, complexidade melódica e talento que os caracterizava? Das guitarras, das letras emotivas, da vontade serem uns U2? A aptidão para grandes melodias e refrões orelhudos continua lá, mas tudo o resto parece que desapareceu.
Acima de tudo sinto que isto é o resultado de uma banda que desistiu de remar contra a maré e decidiu ser apenas mais uma a apontar para o sobrelotado campeonato de êxitos fáceis e instantâneos. Há excepção de 2 ou 3 temas, Native não tem nada de substancial, é tudo muita parra e pouca uva. E depois é a temática estupidamente alegre que às tantas se torna excessiva e algo forçada. Sinto falta dos OneRepublic de "Apologize", "Stop and Stare", "Mercy" ou "Secrets", da banda que me conquistou por ser especial. Espero que um dia voltem a ser o que eram, mas por agora vou-me afastar deles. Ryan Tedder, meu caro, desiludiste-me a valer.
2) If I Lose Myself- O actual single de Native vem na linha das feel-good songs que os OneRepublic tão bem sabem fazer. Letra inspiradora? Certo. Voz radiosa? Confere. Sorriso no rosto? Surge como o sol em todo o seu esplendor. Destaco as influências electrónicas presentes no refrão, uma inovação que a banda apresenta. É bonita. (8/10)
3) Feel Again- Foi o 1º single lançado ainda no ano passado e desde logo deixava antever que a banda estava repleta de boas vibrações e energia positiva que exigia ser libertada aos sete ventos. Tem de facto um certo espírito indígena e em alguns momentos assemelha-se a "Dog Days Are Over". É mais um óptimo tema. (8/10)
4) What You Wanted- Este é o exemplo de um tema que poderia ter sido mais do que aquilo que é. A melodia é simples mas cativante, a letra é um pouco mortiça e a voz de Ryan Tedder dilui-se no meio da produção. Agarraram-se demasiado à melodia e esqueceram-se do resto. Resultado: falta-lhe chama. (7/10)
5) I Lived- Ao 5º tema começo a ficar ligeiramente preocupado com a direcção que Native está a seguir. "I Lived" é tudo aquilo que já ouvimos vindo dos OneRepublic e chega até a ser um pouco cliché. Uma vez mais, é a melodia cativante que a salva da completa banalidade, mas tudo o resto parece-me pouco apelativo. (7/10)
6) Light It Up- Native estava a tomar uma direcção demasiado comercial e segura, e este tema é a tentativa da banda de tornar as coisas um pouco mais "pesadas" e menos polidas. Para tal, convocam as guitarras. O problema é que lhes sai o tiro pela culatra e criam demasiado aparato e pouca substância. Não havia necessidade. (5/10)
7) Can't Stop- Chegado a este ponto já começo a ficar enjoado da temática "estupidamente feliz" que preenche a quase totalidade do disco. "Can't Stop" parece saído daquelas películas românticas em que dois apaixonados se abraçam eternamente debaixo de uma chuva de estrelas cadentes e com uma aurora boreal como pano de fundo. Não. Simplesmente não. (6/10)
8) Au Revoir- Até que enfim que encontro os OneRepublic que procurava desesperadamente! "Au Revoir" é o tema que melhor estabelece a ligação entre Native e os seus dois primeiros álbuns e faz-me ver que afinal ainda nem tudo está perdido. Fossem os restantes temas assim e o álbum seria diferente, mas para melhor. (8/10)
9) Burning Bridges- Pronto. Lá voltamos nós à estúpida felicidade que aos poucos está a consumir a banda. "Burning Bridges" parece-me uma tentativa falhada de recriar "Good Life" - pelo menos a batida é a mesma - e é todo ele muito fogo de vista. Se se esforçassem, tinham conseguido fazer melhor. (6/10)
10) Something I Need- Nesta sua nova sonoridade que tem tanto de agradável como de patética, este será talvez o tema que mais gosto. Descrevo-o como uma mistura de "Mãe Querida" e "Just the Way You Are", por mais estranha que essa combinação possa parecer. (7/10)
11) Preacher- Se eu estivesse no meio da natureza, no alto de um penhasco e rodeado de um vale paradisíaco, este tema seria uma óptima banda sonora. Acontece que não estou. Encontro-me sentado frente ao computador e extremamente entediado com o sermão que Ryan Tedder me está a dar. Ainda bem que só falta mais uma. (6/10)
12) Don't Look Down- O tema final de Native estaria muito melhor colocado no início, dado que é um tema maioritariamente instrumental e de curta duração. Não percebo sequer o porquê da sua inclusão. É um ponto final abrupto e desadequado num disco com algumas falhas. (5/10)
Não sei qual dos dois sentimentos melhor descreve aquilo que estou a sentir. Se desilusão ou descrença. O melhor mesmo será afirmar que estou zangado perante o que ouvi. Antes de mais, Native não é um mau disco. É sim um esforço muito pálido e pouco criativo face ao que os OneRepublic fizeram no passado. Que é feito da estranheza, complexidade melódica e talento que os caracterizava? Das guitarras, das letras emotivas, da vontade serem uns U2? A aptidão para grandes melodias e refrões orelhudos continua lá, mas tudo o resto parece que desapareceu.
Acima de tudo sinto que isto é o resultado de uma banda que desistiu de remar contra a maré e decidiu ser apenas mais uma a apontar para o sobrelotado campeonato de êxitos fáceis e instantâneos. Há excepção de 2 ou 3 temas, Native não tem nada de substancial, é tudo muita parra e pouca uva. E depois é a temática estupidamente alegre que às tantas se torna excessiva e algo forçada. Sinto falta dos OneRepublic de "Apologize", "Stop and Stare", "Mercy" ou "Secrets", da banda que me conquistou por ser especial. Espero que um dia voltem a ser o que eram, mas por agora vou-me afastar deles. Ryan Tedder, meu caro, desiludiste-me a valer.
Classificação: 6,6/10
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