Acerca do vídeo de "Dark Horse"



Travei um duelo mental comigo mesmo sobre se devia ou não fazer este post. Mas senti-me compelido a escrever sobre isto e acho que não se devem negar tamanhos apelos do coração. Por isso aqui vai.

Eu não sou fã de Katy Perry. Gosto da sua personalidade e da maioria dos singles que deita cá para fora, mas não lhe avisto qualquer intelecto artístico. Tem sim a sorte de poder colaborar com os melhores produtores - se lhe tiram Dr. Luke e Max Martin, tiram-lhe tudo - de ter um belo palmo de cara e de saber, melhor do que ninguém, chegar ao seu público-alvo. Daí que seja, legitimamente, a maior estrela pop da actualidade.

Mas não foi para falar das suas capacidades artísticas que criei este post. O que me leva a escrever é o vídeo que criou para "Dark Horse", 3º single extraído de Prism. Gosto da canção desde o primeiro instante em que a ouvi, já lá vão 4 meses. É a perfeita antítese do típico tema de Katy Perry - um curioso híbrido de trap, hip hop e grime, polvilhado por versos amaldiçoados e de cadência lasciva. Em suma, atingiu-me forte e feio como nunca nenhum tema seu o havia feito.

Escusado será dizer que tinha enormes expectativas para o vídeo que, julgava eu, seria um dos seus melhores à data. Pois em má hora me deixei iludir. E quando na passada quinta-feira foi desvendado, por fim, não pude deixar de me sentir terrivelmente frustrado, desiludido e zangado até com o resultado final. 

O conceito em torno da cultura egípcia e da figura de Katy Pätra (há que lhe dar crédito pela imaginação, ao menos) nem era mau de todo, o meu problema prende-se com a forma como o vídeo foi dirigido e editado - como se de uma história infantil se tratasse. Isto merecia tanto mas tanto mais, talvez algo semelhante ao que foi feito para "E.T.", também ele um dos temas mais "fora-da-caixa" de Miss Perry (e do qual nunca gostei muito, aliás) mas que, pelo menos, teve um tratamento artístico decente.

Não sei quem se deva culpar. Se o director, Mathew Cullen (para mim estava a pedir um processo em tribunal, tumba!), se a sua editora ou a própria Katy. Na verdade, mais valia terem estado quietos. A canção fez jus ao seu nome e, mesmo sem um suporte visual já era um hit por direito próprio, reinando a tabela da Billboard Hot 100 há 4 semanas consecutivas e superando, inclusivé, a trajectória comercial de "Unconditionally", o anterior single, durante todo o período em que este foi promovido.

Continuo a gostar bastante da canção, mas isto é o pior vídeo de uma artista feminina que já vi desde "Starships" (e que ainda teve o desplante de ganhar um VMA!). Não guardo ressentimentos, mas quero é mais que venha o próximo single - "Birthday", "Walking on Air" ou "This Is How We Do" são fortes candidatos e os meus favoritos, também - para que tudo isto não passe de uma memória menos boa. Mas lá que não me voltas a iludir, Katy, lá isso não. 

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