Factor X: 11ª Gala- A Final

E, sem surpresa alguma, foi com a vitória de Berg que o Factor X chegou ao fim, coroando o homem que desde o primeiro instante cativou todo o povo português. Mariana, a pérola açoriana, não conseguiu travar o poder supremo de Teófilo, tendo alcançado o 2º lugar, enquanto D8, o miúdo prodígio, levou a medalha de bronze para casa.

Fiquem com as melhores actuações da final:

Berg- "Chuva"



Mariana- "Who's Lovin' You"



Berg- "Let's Stay Together"



D8- "Life Is Good"



Mariana- "All of Me"


Aqui vou eu para a derradeira análise:

Foi ao som de Nicki Minaj e um inusitado "Pound the Alarm" que os 3 finalistas deram início a uma noite que se previa recheada de emoções fortes. Não pude deixar de erguer o sobrolho perante a escolha, mas o certo é que aquilo lá acabou por resultar, nem que seja pelo forte aparato cénico de que a actuação se revestiu. Aliás, creio mesmo que foi a performance mais estrondosa de sempre a nível visual que já se viu naquele palco. Melhor mesmo só a parte em que a Mariana cantou "I'm a bad bitch" e continuou a parecer adorável, pois claro.

Seguiu-se a primeira ronda de actuações em que os concorrentes voltaram a interpretar os temas que mais os marcaram na fase de audições e Bootcamp. Assim sendo, a Mariana optou por cantar "Who's Loving You" agora com uma big band por detrás e saiu-se lindamente, ainda que não tenha sido tão memorável como da primeira vez. O senhor Berg escolheu naturalmente a canção que fez Portugal apaixonar-se por ele - "Chuva", de Jorge Fernando - e atribuir-lhe o titulo de vencedor. Uma vez mais, foi muito bonito. Já o D8 saiu-se com "Mulher da Minha Vida", o tema que carimbou a sua passagem ao top 8 de Paulo Junqueiro e foi igualmente inspirador.

Antes do segundo round, foi a vez de Sónia Tavares subir, por fim, ao palco do Factor X com a sua banda de sempre. Valeu a pena a espera porque aquele medley de "Fácil de Entender", "RGB" e "Music" foi simplesmente extraordinário. Adorei ver a presença em palco e a expressão corporal da Sónia, bem como a contenção vocal, a entrega e a forma delicada como manuseia as palavras que canta. Dito isto parece que nunca antes a vi em palco, obviamente que já, mas foi a primeira vez que a ouvi desde que deu a conhecer ao país a pessoa por detrás da artista - e assim a coisa adquire outra proporção. Foi como se estivesse a vê-la sob uma outra luz e, enfim, foi maravilhoso. Mais à frente regressariam para intepretar "Primavera", outro dos momentos altos da noite. Aproveito já também para falar do outro convidado musical, Silva, músico que acompanho já há algum tempo e do qual gosto bastante. Esperava que trouxesse "2012" mas saiu-se com "A Visita" e acho que deixou o público bem impressionado. É verdade, o Brasil não é só sambinha bom e afins, e este rapaz é um dos artistas da nova geração que mais está a contribuir para o sentimento de grande vitalidade que a música brasileira atravessa. Quem ainda não o conhece, recomendo vivamente que o faça!

A segunda ronda, que culminaria com a expulsão de um dos três, não foi tão equitativa quanto a primeira. Mariana foi a primeira a subir ao palco e, tal como suspeitava, saiu-se com uma baladona "daquelas", mas não exactamente uma das que estava à espera. Sacou "All of Me" da cartola, seguindo a linha contemporânea a que obedeceu o seu repertório musical ao longo das galas, e fê-lo bem, mas senti que talvez não fosse a escolha mais indicada para si. Em parte porque está demasiado associada ao Jair - possivelmente o homem que deu a conhecer a canção ao país - mas também porque não a favoreceu completamente. Já o Berg achou por bem trazer "You Give Me Something"... humm ... oh senhor Berg, mas isso é lá canção para se levar a uma final? Floreados à parte, que a salvaram da monotonia, foi bastante aborrecida e desinspirada. Por fim, o D8 decidiu deixar-se de manifestos sociais e temas inflamados e optou, e muito bem, por agradecer a todos aqueles que acreditaram em si e permitiram que chegasse à final, num bonito testemunho intitulado "Vocês são tudo". 

Finda a ronda, é anunciado (numa espécie de slot machine) que D8 é o 3º classificado. Já era previsível e, sim, fazia sentido que assim fosse (um duelo entre Berg e Mariana seria sempre mais apetecivel), ainda que continue a achar que ele é a autêntica expressão do verdadeiro espírito do programa. Despediu-se do concurso, não sem antes interpretar um último tema - "Dialectos da Ternura" - rodeado de uma grande prole de crianças, a face mais visível dos seus admiradores. Sim, porque duvido que os adultos lhe fiquem indiferente, apenas não o demonstram de forma tão visível e, vá, histérica. Enfim, boa sorte rapaz e vemo-nos por aí. 

Com D8 fora de jogo, faltavam apenas as derradeiras actuações de Berg e Mariana. A pérola açoriana voltou a ser a primeira a pisar o palco, tendo escolhido uma vez mais um tema de Lady Gaga, desta feita "Do What U Want", o-tal-single-destinado-a-ser-um-hit-mas-que-por-razões-ainda-hoje-por-apurar-foi-bastante-maltratado, e apesar da bravura da escolha (esqueçam a excentricidade, pois aquilo é um valente hino de afirmação) não foi tão arrebatador quanto deveria ter sido. Melhor trabalho fez o Berg ao cantar "Let's Stay Together", que entrou directamente para a galeria das suas melhores actuações no programa - foi visceral e de uma força tremenda.

Findo os últimos apelos ao voto (serei eu o único a achar que o "flash vote" é só uma desculpa para a produção angariar uns trocos, quando, afinal de contas, os votos já estão a ser contabilizados?) chegou o momento da decisão final - Berg foi coroado vencedor, merecidamente. Como disse ao longo de toda a semana, ficaria contente com qualquer um dos cenários e, mesmo que ele não fosse a minha primeira escolha (mas, hey, foi sempre a minha aposta), não pude deixar de esboçar um sorriso perante a consagração de alguém que esperou tanto pelo dia em que visse o seu talento reconhecido. Antes da despedida ainda cantou um original - "Tell Me" - num registo não muito distante de uns Keane ou Take That. Gostava de também ter ouvido o inédito da Mariana, mas quem sabe se entretanto não o disponibiliza por essa world wide web fora...

E, pronto, é isto o fim. Lacrimejemos juntos, então *snif snif* Ainda tenho umas alegações finais, em jeito de retrospectiva, que formularei num post a ser publicado em breve, mas desde já agradeço a todos os que acompanharam estas dissertações que faço com autêntica paixão. Vemo-nos por aí, na próxima edição do Factor X ou quando o regresso de um certo talent show assim o ditar...

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Comentários

  1. Gonçalo,

    Não nos conhecemos mas há uns tempos atrás quando ainda estávamos nas fases das audições, encontrei o blog através de uma pesquisa no google e acompanhei todas estas dissertações. Nunca comentei mas deixa-me dizer que foi um prazer lê-las. Discordei de algumas coisas mas sempre gostei da maneira como escreves e dás a tua opinião. Vou sentir imensa falta do Factor X porque vivi muito todo o programa e vou sentir também a falta de ler aqui as tuas críticas.

    Um abraço.

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  2. Olá Sofia, desde já muito obrigado pelo comentário. Valeu pela vida e deixou-me muito muito contente =D

    Foram 4 meses intensos que resultaram em 24 posts bastante aguerridos, fruto da paixão com que acompanho estes programas. O Factor X de facto veio marcar a diferença e deixará saudades porque acredito que tão cedo será difícil reúnir um leque de concorrentes tão bons e carismáticos quanto estes. Desconfio que a 2ª edição chegará já em Outubro, por isso são só 8 meses até voltarmos a ser felizes ao Domingo à noite. Mas lá que vai deixar saudades, vai.

    Em breve deve estrear o 'The Voice Portugal', que pretendo acompanhar religiosamente, daí que não faltará muito até poderem ler novamente as minhas dissertações musicais. Espero, por isso, que me continues a acompanhar!

    Saudações de um fã de talent shows para outro e obrigado, uma vez mais :)

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