VER: Zedd & Katy Perry- 365

All is full of love



Ainda é um bocadinho doloroso remoer sobre os eventos de 2017 na carreira de Katy Perry: um álbum de má memória, vídeos estupendos a ilustrar singles duvidosos, um contestado novo penteado e uma estrela pop à deriva a gerir o primeiro grande fracasso do seu percurso até ali imaculado. 

2018 viu-a concluir a relativamente bem-sucedida digressão mundial de suporte a Witness e a aceitar um chorudo cheque para integrar o painel de jurados da nova temporada de American Idol, só para compensar qualquer coisinha. No rescaldo do ano e em certas declarações, Katy parecia deitar a toalha ao chão, aceitando que o seu tempo na elite do mainstream havia passado e que nos próximos tempos estaria focada nos seus negócios extra-musicais. Demasiado derrotista para ser verdade. 

Os primeiros rumores de uma potencial colaboração com Zedd surgiram no mês passado, mas da possibilidade à concretização foi um instante: aí temos "365" a simbolizar a união, uma súbtil e melódica composição dance pop de leve inflexão dancehall/tropical que recebe uma dispendiosa ilustração sci-fi semi-humorada, semi-distópica concebida pela própria Katy e realizada por Warren Fu, em que o DJ/produtor russo se torna na cobaia humana de um estudo levado a cabo por um centro de robótica internacional que tenta perceber até que ponto este se pode apaixonar por um andróide sexy e obsessivo, brilhantemente interpretado por Perry.

Para Zedd será um vitorioso sucessor de "Stay" e "The Middle", enquanto para Katy não será um renascer das cinzas (até porque não é claro que ela queira reactivar para já a carreira), antes um bem-sucedido parágrafo reescrito na sua "era decadente" para fazer esquecer os últimos desaires e facilitar uma posterior reintrodução artística. 

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