Into the Music Awards 2010-2019: Melhor Álbum


21 foi o disco que tornou Adele no colosso que hoje conhecemos, um compêndio de fúria, dor e ressentimento no pós-desvinculamento amoroso; 1989 foi o primeiro álbum pop documentado de uma Taylor Swift que não mais podia ser contida na etiqueta country e que haveria de mudar para sempre a história da pop contemporânea; After Laughter é uma prova do caminho árduo e combativo que os Paramore andaram para aqui chegar, descobrindo novas texturas sónicas e motivos para perseverar; o homónimo de Beyoncé foi o tal que mudou o paradigma da indústria, o primeiro álbum visual da história moderna e o responsável pela sua passagem ao estatuto de divindade; Bloom representa a mudança de escalão de Troye Sivan, uma desafiante expressão identitária e sexual que marca de forma indelével o final dos anos 10; e Ceremonials figura como o trabalho mais imaculado, opulento e prodigioso assinado pelos Florence and the Machine nesta década.

Não há nada que nos prepare para um disco tão espectacularmente brutal e hediondo quanto Get to Heaven, a aplaudida leitura dos Everything Everything do contexto sócio-político do seu tempo; todos poderíamos calcular aquilo em que Lorde se tornaria, mas poucos sonhariam que se materializaria num álbum tão vívido, intenso e perfeito quanto Melodrama; My Beautiful Dark Twisted Fantasy ainda é a expressão mais revolucionária, maximalista e genial de Kanye West; Random Access Memories nasceu com o propósito de devolver humanidade à música electrónica, tendo os Daft Punk construído um tremendo álbum de disco e funk no processo; Settle dos Disclosure comandou a revolução deep house e future garage no mainstream, permanecendo a mais bestial colecção de música de dança lançada nesta década; e To Pimp a Butterfly tornar-se-ia na bandeira da discriminação e do racismo institucionalizado na América, transformando Kendrick Lamar no maior herói do seu tempo.

A qual destes títulos concederão a honra?

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