BRIT Awards 2014: Os Vencedores


Os Arctic Monkeys e One Direction foram os grandes vencedores da 34ª edição dos BRIT Awards, com duas estatuetas ganhas. Os quatro magníficos de Sheffield levaram para casa os troféus de British Group e British Album of the Year, que venceram pela 3ª vez - um recorde absoluto - enquanto que a boysband triunfou nas categorias de British Video e BRITs Global Success. 

Aqui fica a lista completa dos vencedores:

British Male Solo Artist- David Bowie

British Female Solo Artist- Ellie Goulding

British Group- Arctic Monkeys

British Breakthrough Act- Bastille

Critic's Choice- Sam Smith

British Single- Rudimental feat. Ella Eyre- "Waiting All Night"

Mastercard British Album of the Year- Arctic Monkeys- AM

British Video- One Direction- "Best Song Ever"

British Producer of the Year- Flood and Allan Moulder

BRITs Global Success- One Direction

International Male Solo Artist- Bruno Mars

International Female Solo Artist- Lorde

International Group- Daft Punk

Segui em directo a transmissão da cerimónia através do YouTube (uma estreia, portanto) e por isso estou em condições de fazer a minha leitura pessoal do evento. Caso não o tenham acompanhado, permitam-me guiar-vos através das minhas palavras:


Alex Turner e companhia tiveram a seu cargo a actuação de abertura. Rodeados de fogo e guitarras crispadas, optaram e bem por levar ao palco "R U Mine?", um dos meus momentos favoritos de AM, e justificaram, se dúvidas houvesse, porque razão são considerados a melhor banda da actualidade - no Reino Unido e fora dele.


Após o monólogo introdutório do anfitrião, James Corden, é logo anunciado o primeiro troféu da noite - British Female Solo Artist. Sem supresa alguma, é Ellie Goulding a justa depositária da estatueta. A cantora reage com genuína surpresa e emoção a um prémio que se esfalfou para receber. Verdade seja dita, também não tinha concorrência à altura, mas ainda assim foi merecido.


De seguida foi a vez de Katy Perry pisar o palco da The O2 Arena, aproveitando para promover o seu "Dark Horse" numa altura em que é já um hit nos EUA e pouco faltará também para sê-lo em terras de sua majestade. Repleta de néons e inspirada na cultura egípcia, foi visualmente apelativa, dinâmica e bem executada. Miss Perry esteve segura e não houve azo a trepidações vocais, como é comum da sua parte. Ainda assim, não esteve entre as melhores actuações da noite.


Depois de "Dark Horse" ter cruzado a linha da meta, foi anunciado o vencedor do International Male Solo Artist. Era uma categoria renhida mas, tal como previ, foi Bruno Mars a arrecadar o troféu. Ainda que seja da opinião que Justin Timberlake era o único homem que podia levar o prémio para casa, aceito o facto de Mr. Mars ter levado a melhor.


As distinções prosseguem, desta feita com a atribuição da estatueta de British Breakthrough Act. Estava completamente dividido aqui, a torcer ora pelos Disclosure, London Grammar e Bastille. Acabou por ganhar a banda de Dan Smith e fiquei muito feliz que assim fosse. Ficaria contente com qualquer um dos 3 cenários, mas acho que estes rapazes mereciam um nadinha mais que os outros dois. Bom trabalho, malta.

Logo de seguida, Bruno Mars regressa ao palco para interpretar "Treasure", quando poderia em vez disso ter actuado com "Young Girls" ou "Moonshine" - qual dos dois é o novo single, afinal?? Foi competente e esforçado, como sempre, mas perdeu uma boa oportunidade para promover o novo single, seja lá ele qual for...


Posto isto, é anunciado o vencedor na categoria de British Group. Os Arctic Monkeys triunfam sob um leque de concorrentes de peso - Bastille, Disclosure, Rudimental e One Direction - demonstrando assim ser o grupo favorito do Reino Unido. Estava convicto que seriam os One Direction a vencer - não pelo talento, obviamente - mas fico contente que os Monkeys tenham saído vitoriosos. Fiquei foi deveras impressionado com a atitude de Alex Turner - viril, arrogante e cheio de si - que me pareceu ligeiramente forçada. Bem, quem faz um disco como o AM não pode ter só garganta, mas ainda assim... Na verdade, eu acho até que nunca o tinha ouvido falar e sempre o julguei tímido e cortês. Agora fiquei com a ideia que está demasiado emproado. Moço, cuidado com a imagem que cultivas...

Entretanto é feita uma menção a Sam Smith, vencedor do prémio Critic's Choice - eleito por um painel de especialistas - que já havia sido entregue no final de 2013. Concorria juntamente com Ella Eyre e Chlöe Howl e, não desfazendo o potencial das jovens, este rapaz é qualquer coisa de formidável. Muita atenção a ele nos próximos meses.


De seguida é chegada a hora de atribuir o prémio BRITs Global Success aos One Direction, pelo 2º ano consecutivo. É um bocado rídicula esta categoria, até porque parece ter sido criada propositadamente para "inglês ver" - literalmente - e deixar a boysband contente da vida. Foi aqui que decorreu o momento cómico da noite, com Harry Styles a chegar atrasado ao palco - diz ele que se perdeu nos lavabos - com o apresentador a gracejar que havia sido o apelo irrecusável das hormonas, rendidas ao charme feminino. Lá que vinha transpirado, vinha. 


Ninguém sabia ao certo se a sua vinda aos BRIT Awards não passava de um rumor ou de um segredo mal guardado. Felizmente para quem assistiu, a segunda opção revelou-se a correcta. E só horas antes é que se soube que, de facto, Beyoncé ia actuar na cerimónia. Foi anunciada como se da Rainha de Inglaterra se tratasse - o que, dadas as circunstâncias, é perfeitamente compreensível - mas, supreendentemente, não foi a protagonista da grande actuação da noite. Esteve até bastante comedida. Sozinha no palco, sem grandes adereços e a interpretar ao vivo "XO" pela primeira vez, emanou o brilho natural que alguém do seu calibre emite naturalmente, mas faltou o "ahhhh" de assombro que as suas actuações costumam ter. Foi óptimo, mas não inesquecível. E não posso deixar de pensar que não se esforçou como é hábito - é uma pena, porque os britânicos merecem o mesmo nível de empenho com que brinda os espectadores americanos. Anyway, love ya Bey.


Posteriormente teve lugar a vitória mais inesperada da noite, aquela em que se disputava o British Single of the Year. Estavam nomeadas 10 canções ao todo, sendo que os mais óbvios vencedores eram "Pompeii", "White Noise", "Burn" ou até mesmo aquela canção dos One Direction que agora pouco interessa para o caso. Acabou por ser o colectivo Rudimental a triunfar sob os demais, com o tema que os une a Ella Eyre - "Waiting All Night". Era para aí o meu 7º lugar na lista, mas ok, eles também mereciam ganhar qualquer coisita e esta foi a categoria mais indicada para tal acontecer. 


A carantonha diz tudo. Era um dos momentos mais aguardados da noite, aquele que iria juntar no mesmo palco os manos Disclosure e a neo-zelandesa Lorde. Algures na minha mente ainda tive a esperança que nos brindassem com um inédito (bolas, tão bom que seria) mas afinal de contas saíram-se com um espantoso re-tratamento a "Royals". Para o fim ainda estava reservado "White Noise", que exigiu a presença de Aluna Francis em palco, ainda que tenha ficado agradavelmente surpreendido por constatar que, quando é preciso, Howard não receia abordar o microfone. Um 3 em 1 arrasador.

O segmento seguinte traz o anúncio do vencedor na categoria de International Group. Como já era de esperar, foram os Daft Punk a coleccionar a estatueta (mas pensei até à última que Macklemore & Ryan Lewis ainda tinham hipóteses) apesar de não terem comparecido para receber o prémio. Justo, justíssimo.


Segue-se a actuação de Ellie Goulding que aposta num medley de "I Need Your Love" e "Burn". A primeira está ilustrada na foto acima e foi acompanhada ao piano e com guitarra acústica, enquanto que na segunda metade foi-se o intimismo e acenderam-se labaredas para dar vida àquele que foi o seu primeiro nº1 na tabela de singles britânica. Gostei muito de a ouvir, foi harmoniosa, afinada e enérgica, sem nunca perder o controlo, mesmo quando desancou forte e feio nos tambores. Foi visualmente e sónicamente apelativa. 

Depois de extinguido o fogo que Ellie veio acender, é anunciado o British Male Solo Artist. Tal como previ, foi o senhor Bowie a receber o prémio, ainda que não tenha comparecido à cerimónia "por ser demasiado cool para tal", palavra de Noel Gallagher. Não era o meu favorito (deixa lá James, sempre tens o Mercury), mas tendo em conta que estamos perante uma lenda viva da indústria musical, acho que fez todo o sentido ter sido ele a triunfar sob o "bunch of meninos" com os quais concorria.


Oops... she did it again! Lorde deixou para trás Lady Gaga, Katy Perry, Pink e Janelle Monáe e foi a vencedora insuspeita na categoria de International Female Solo Artist, voltando a repetir a proeza cometida há 3 semanas atrás nos Grammy Awards. Queria tanto que isto acontecesse, mas tinha as minhas dúvidas, já que a sua supremacia no Reino Unido não está à mesma escala da que disfruta nos EUA. Bravo, Ella.

Um dos últimos prémios a ser entregue foi o de British Video, anunciado com pompa e circunstância ao longo do espectáculo, e que poderia ser votado através do twitter ou coisa que o valha. Naturalmente, foram os One Direction a ganhar com "Best Song Ever". Tanto me faz, nenhum dos nomeados era particularmente digno de receber o prémio. Foi criada apenas este ano e não lhe deve ser atribuída muita importância.


Agora sim, chegamos à melhor actuação da noite, aquela em que o Reino Unido viu, por instantes, formar-se uma mega-aliança a que convém chamar Bastimental. Primeiro ouviram-se os acordes dessa maravilha canção que dá pelo nome de "Pompeii", com Dan Smith a ser acompanhado pelos restantes elementos da sua banda bem como pelo colectivo de Hackney. Mas a coisa explodiu quando entrou em cena Ella Eyre - qual Catwoman fogosa - para dar voz a "Waiting All Night". Deus, que estrondo... a O2 Arena só não veio abaixo porque deve a sua construção a formidáveis engenheiros. Nem Beyoncé, nem Katy Perry nem Disclosure + Lorde. Foram os Bastimentella (ok, agora inventei eu isto) que protagonizaram a actuação mais memorável do espectáculo. 

E o último prémio da noite era também o mais aguardado - British Album of the Year. Aplaudo a forma como anunciaram a categoria, com entrevistas pré-gravadas aos nomeados que diziam de sua justiça acerca da sua própria obra - deu gosto de ver o empenho aqui aplicado. Foi graças a AM que os Arctic Monkeys voltaram a subir ao palco, para um discurso novamente viril e empertigado de Alex Turner acerca de como o rock jamais morrerá. Tinha tudo para ser a mesma tanga de sempre, mas a forma como o vocalista envolveu as palavras - grande trabalho de dramatização - fez com que fosse épico. Mas que grandes bosses que me saíram.


Coube a Pharrell Williams e Nile Rodgers fechar a cerimónia com um fantástico medley de "Get Lucky", "Good Times" e "Happy". Choveram centenas de balões amarelos sobre o público, que de certo foi de barriga cheia para casa. E assim caiu o pano na O2 Arena de Londres. Para o ano há mais. 

Fiquem com algumas das actuações da 34ª edição dos BRIT Awards:

Disclosure feat. Lorde & AlunaGeorge- "Royals/White Noise"



Ellie Goulding- "I Need Your Love/Burn"



Katy Perry- "Dark Horse"



Pharrell Williams feat. Nile Rodgers- "Get Lucky/Good Times/Happy"



Escusado será dizer que adorei assistir, pela primeira vez, a estes prémios que já sigo há pelo menos 4 anos e que não ficam nada a dever aos Grammys, VMAs e EMAs, bem pelo contrário. Performers de luxo, um recinto gigantesco, muito bem aproveitado, e vencedores na sua maioria justos. Não restam dúvidas: british do it better. 

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