Factor X: O percurso de D8
O primeiro contacto foi tudo menos consensual. Um miúdo de 16 anos com ar de reguila e rimas certeiras que se propunha a fazer algo de inédito nos meandros de um talent show. O público vibrou. Os mentores nem por isso. "Deixem-me tentar". "Só vos peço uma oportunidade". "Mas o objectivo não é crescer com o programa?". Os argumentos eram fortes, a atitude algo questionável e com laivos de arrogância, mas não se podia deixar de admirar a bravura do rapaz. E a forma aguerrida como lutava pelo seu sonho.
O que se passou a seguir foi o volte-face mais incrível alguma vez visto numa audição do género: ainda que aclamado, não ouviu o número de sins necessários e recebeu ordem de marcha. Até que, minutos mais tarde, as suas palavras ecoaram na cabeça de Paulo Junqueiro e, qual cena final apoteótica de um qualquer filme romântico, foi vê-lo a correr em busca do miúdo que anteriormente rejeitara, apenas para lhe pedir desculpa e dando-lhe a oportunidade de seguir em frente no programa.
O miúdo, entretanto, virou D8. E o resto é história.
Permitam-me agora falar na primeira pessoa, na esperança de que mais alguém se reveja nas minhas palavras. Eu não gostei nada dele ao início. Não só não gostava da atitude como daquilo que se propunha a fazer. "Rap num programa destes?! Que disparate!" - achava eu que estava a tirar lugar a outros que mereciam mais do que ele. E assim foi, pelo menos até ao último programa antes das galas em que, de facto, começei a ver a paixão que depositava nas suas actuações e que havia ali algo mais do que fogo-de-vista. E de repente fez-se luz - "ok, aceito-te, segue em frente e mostra o que vales".
E, caramba, como ele mostrou de que massa era feito. Ao longo de 10 semanas foi dele o trabalho mais hercúleo: seleccionar temas, extrair-lhes o instrumental, aplicar-lhes rimas saídas da sua mente e mostrar a sua verdade ao país. Ao contrário dos outros, não interpreta. Reeinventa. Não canta, mas fala de dentro e - acima de tudo - chega ao coração das pessoas. É ele o "X" do Factor X, o grande herói do programa.
Não importa se ganha ou perde. Importa apenas ter a noção do quanto ele revolucionou o paradigma dos talent shows em Portugal e a forma como mudou a opinião de muitos portugueses (entre os quais me incluo) relativamente ao hip hop nacional. No próximo Domingo, o meu voto será para ele. É a minha forma de lhe dizer - obrigado por tudo, D8.
Recordem as suas melhores actuações no programa:
Audição- "Entre Quatro Paredes"
Gala 7- "Coming Home"
Gala 10- "Pray"
Gala 3- "Beautiful Pain"
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Tens que idade? 10?
ResponderEliminarSó quem nunca ouviu rap ou hip-hop na vida é que pode achar que este cromo vale alguma coisa.
Tenho idade suficiente para compreender melhor do que tu, possivelmente, a mecânica deste concursos e o potencial de cada concorrente.
ResponderEliminarTens todo o direito a manifestar a tua opinião, mas não é a insultar-me a mim e ao D8 que te fazes ouvir. Em vez de estares a divagar sobre a minha idade, devias antes ter desenvolvido um espírito de raciocínio mais aguçado para defender o teu ponto de vista, tal como defendi o meu. Assim sendo, este teu comentário nem tem razão de ser.
E agradeço que não respondas caso seja para continuar a torrente de insultos, pois mensagens destas nem merecem qualquer resposta da minha parte.
Fi-lo desta vez apenas para mostrar que não temo críticas negativas, desde que contenham o mínimo de ética e fundamento possível, o que não foi o caso. Daí que numa próxima não serei tão benevolente e eliminarei de imediato futuros comentários de igual teor.