Factor X: 10ª Gala- Top 4

18 programas e muita comoção, reviravoltas e taquicardias depois, eis que estão escolhidos os 3 finalistas do Factor X - Berg, Mariana e D8. O miúdo prodígio de Paulo Junqueiro, porém, ainda teve que disputar a última vaga para a final juntamente com José Freitas num bottom two cujo desfecho não poderia ter sido outro.

Estou muito contente com este trio de finalistas - verdade seja dita, de há 3 programas para cá que era perceptível que os acontecimentos se desenrolariam neste sentido. Folgo também em saber que não falhei por muito a minha previsão (a que fiz antes das galas começarem), não tendo apenas apostado no nome do D8 para a final.

As minhas actuações favoritas:

Mariana e Aurea- "The Star"



D8- "Pray"



Berg- "Dance Little Sister"



D8 e Dengaz- "Eu Consigo"



Mariana- "Desfado"

Seguem-se as minhas considerações:

Mariana- Trucidou por completo os adversários na ronda dos duetos. Grande grande interpretação que teve ao lado de Aurea, que em nada ofuscou a pérola açoriana. Foi tão magnífico de se ver e de uma entrega vocal poderosíssima que às tantas julguei estar a assistir já à própria final e à actuação da consagração. Vai ser difícil para a Mariana conseguir superar este momento, a menos que para a semana saque de uma balada mestra (vejo-a a cantar "Someone Like You", "Halo" ou, em português, "A Máquina", porque não?). Já na 2ª ronda foi extremamente inteligente em cantar fado, ainda para mais um de Ana Moura, uma das artistas portuguesas que mais aprecio. E reparem como a escolha partiu dela e não do mentor, claro, que fez questão de afirmar que jamais tinha imaginado vê-la neste território (eu escondia-me se fosse o senhor). Foi a primeira vez que a ouvimos a cantar em português numa gala, algo que já devia ter acontecido antes, mas mais vale tarde do que nunca - e esta valeu pela vida.

Berg- Esteve impecável em ambas as rondas. Gostava de o ter visto numa actuação mais expansiva no momento do dueto, visto que as canções de Pedro Abrunhosa não dão para grandes voos, mas ainda assim foi bonito de ser ver. E foi a primeira vez que cantou em português desde a mítica audição com que se deu a conhecer ao povo português... porque raio não o fez mais cedo, também? Ainda para mais julgo que quando canta na nossa língua, brilha de forma mais intensa. Dona Sónia Tavares andou um pouco toldada nesse sentido, convenhamos. Escusado será dizer que adorei a actuação a solo, um tema que em ocasião alguma tinha atravessado o meu canal auditivo mas que me pareceu irresistível na voz do senhor Berg que o tornou deliciosamente funky. Dele vêm sempre as escolhas musicais mais rebuscadas, já repararam? 

D8- E quando pensamos que já não nos consegue impressionar mais, eis que o miúdo saca uma da manga que deixa tudo e todos siderados. Caramba, o que dizer...? Foi um dos momentos mais comoventes de sempre a que já assisti num talent show e acho que a reacção da plateia e dos próprios mentores diz tudo - se aquilo não foi o expoente máximo do que se entende por "factor x", não sei o que será. Refiro-me obviamente à actuação a solo - há que destacar também o beat, algo glaciar e fantasmagórico, e até a própria interpretação do D8, embebida de mágoa e frieza e não tão inflamada como de costume. Gostei muito também de vê-lo ao lado de Dengaz - o meu dueto favorito logo a seguir ao da Mariana e Aurea - e fiquei bastante admirado com o flow supersónico do senhor.  Quanto ao facto de ter ido parar novamente ao bottom two, não significa necessariamente que o 3º lugar lhe pertença - relembro que no historial de vencedores destes concursos, quem ganha geralmente já esteve mais do que uma vez nos menos votados. Atenção a isso.

José Freitas- Que ponha o dedo no ar quem alguma vez suspeitou que Mr. Freitas himself chegaria tão longe. Eu não, de certeza. Na verdade, julgava que se ia embora logo na 1ª gala. E depois na segunda. E na terceira. E o certo é que durou não uma, nem duas nem três mas dez!! Quem diria, hein? Ao longo do seu percurso brindou-nos com umas quantas actuações formidáveis ("Barcelona", "It's Not Unusual", "I Want to Know What Love Is") e também com algumas menos conseguidas ("White Christmas", "Enter Sandman" e "Addicted to Love") mas no geral foi um grande concorrente que abrilhantou imenso o programa. Relativamente à noite de ontem, não gostei particularmente de nenhuma das suas actuações - o dueto com a Rita Guerra (porque raio não cantaram um tema dela em vez de se atirarem a uma versão duvidosa do tema dos U2? "Cavaleiro Andante" teria proporcionado um melhor momento a ambos) e naquele-tema-dos-Survivor-que-não-é-o-Eye-of-the-Tiger-e-por-isso-não-interessa-a-ninguém. A noite não poderia ter terminado de outra forma senão com a sua saída. Creio que terá facilidade em singrar no panorama musical, basta apenas alguém lhe dar a mão e um repertório à altura das suas imensas capacidades vocais. Boa sorte, senhor Freitas.

E estamos a uma semana da grande final. Ainda o programa não terminou e já começo a sentir saudades... mas ainda é cedo para fazer a retrospectiva do concurso, até porque, primeiro, há que descobrir quem leva o título para casa. Berg, Mariana ou D8? Avizinha-se uma final estrondosa, talvez a mais épica a que se assiste num programa do género desde a mítica batalha final entre Diana vs. Filipe há 4 anos atrás no Ídolos 3. 

Qualquer um dos três é acarinhado pelo público e, à partida, tem iguais probabilidades de vencer. Pessoalmente, gostaria de ver a Mariana sagrar-se vencedora. Mas, por outro lado, sinto que o D8 merece tanto mas tanto isto, que dou por mim a torçer por ele também. Já quanto ao Berg, colocava-o em 3º lugar simplesmente porque teve mais falhas que os outros dois. Mas, e faço questão de realçar, ficarei satisfeito com qualquer um dos cenários. Os três são dignos de ganhar o programa. 

Estejam atentos, pois ao longo da semana irei aprofundar estas e outras questões ao traçar o perfil de cada um dos finalistas, relembrando as suas melhores actuações e porque razão devem vencer. Não percam!

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