Factor X: Balanço Final

Não me posso despedir do Factor X sem antes fazer uma retrospectiva desta primeira edição que nos acompanhou duarnte 4 longos e intensos meses.

Havia muita expectativa em torno deste formato, um estrondoso sucesso em mais de 200 países e que esteve durante uma série de anos guardado na gaveta da SIC à espera de ser transmitido, devido aos elevados custos que tal acarretava. A 6 de Outubro de 2013 arrancou, por fim. E valeu a pena a espera - extremamente bem realizado e superiormente editado, mostrou talento, histórias de vida marcantes e sonhos, captando-os de forma notável, e soube evitar, sabiamente, a habitual galeria de "cromos". Logo ali na primeira emissão estavam lançados os dados para um excelente programa.

E assim foi durante as primeiras 8 semanas, correspondentes à fase de audições e bootcamp, que julgo mesmo terem sido as etapas iniciais mais impressionantes alguma vez vistas num talent show - as vozes, o painel de jurados e o próprio público ao vivo contribuíram para que assim fosse. A tudo isso acresce o facto de, durante, 6 semanas consecutivas, ter batido o programa da concorrência que até então ninguém tinha conseguido destronar em termos de audiências.

As coisas descambaram, porém, quando tiveram início as galas em directo. A dinâmica que existia nas fases anteriores perdeu-se algures, bem como alguma da competência técnica. O talento era fora de série, o leque de mentores foi muito bem escolhido e tinham uma química fabulosa, a dupla de apresentadores ainda que algo questionável, desempenhou minimamente bem a sua função, a interactividade com os espectadores foi uma mais valia e o palco era uma arena autêntica. E foi precisamente esse o problema - demoraram a compô-lo de forma correcta (com adereços e bailarinos), falhando no sentido de proporcionar um grandioso espectáculo televisivo. A meio do programa houve melhorias nesse aspecto, mas teria sido melhor para todos se tivessem sido implementadas desde o início. Já para não falar de falhas ao nível do som (backing tracks que se sobrepunham à voz dos concorrentes) e uma aparente descoordenação da produção em momentos como as actuações do bottow two ou a fraca capacidade de reacção a imprevistos.

Em todos esses aspectos, até o Ídolos era superior. Mas não em matéria de talento. Algo que o Factor X teve de sobra, tanto que até os concorrentes que não chegaram aos 15 finalistas poderiam estar já escalados para a próxima edição, que não baixariam de modo algum a fasquia de talento que esta 1ª temporada fixou. Daí que tenham existido algumas injustiças que ainda hoje são difíceis de esquecer - Daniel Fontoura e Ivo Soares, ambos afastados no Bootcamp, ou a Rita Cabreira, eliminada precocemente à 2ª gala e que poderia ter ido tão mais longe... E o que dizer da Sara Ribeiro, que merecia um lugar na final e foi afastada do programa muito antes disso?

Mas na hora do balanço final não restam dúvidas de que os prós superam os contras em larga escala e, no fim de contas, o Factor X foi um belíssimo talent show, talvez aquele com o conceito mais interessante em comparação aos seus congéneres e que pode e deve ser explorado/exponenciado em futuras edições, ainda que ache que será difícil voltar a reunir um leque de concorrentes tão carismáticos quanto estes, numa próxima edição a acontecer... em Outubro próximo?

Agora é tempo de irmos para outras paragens, não esquecendo, claro, o que ficou para trás, mas criando o distanciamento necessário para que possamos sentir saudades do formato, ansiando pelo dia do seu regresso. Da minha parte é tudo - foi um prazer, uma montanha russa de emoções e uma jornada do caraças. Vemo-nos por aí.

Fiquem com "Tell Me", o tema inédito com que Berg encerrou o programa:



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