12 clássicos de Missy Elliott
Quando mais logo a cerimónia dos VMAs tiver lugar, o ponto alto da noite será a performance e atribuição do prémio carreira a Missy Elliott, pelos serviços prestados não só ao hip hop como à música contemporânea nos últimos 22 anos.
Ela que mudou a corrente do género e a forma como tópicos como o feminismo, igualdade de género ou aceitação corporal passaram a ser incorporados no mainstream. Ela que abriu as portas para que rappers como Eve, Trina, Nicki Minaj, Cardi B, Meghan Thee Stallion ou Saweetie reclamassem também o seu espaço. Ela que puxou os limites da estética dos videoclipes ladeada por Hype Williams e Dave Meyers. Ela que na companhia de Timbaland ajudou a moldar um tempo e um espaço, educando gerações. A lendária e inigualável, Missy:
Ela que mudou a corrente do género e a forma como tópicos como o feminismo, igualdade de género ou aceitação corporal passaram a ser incorporados no mainstream. Ela que abriu as portas para que rappers como Eve, Trina, Nicki Minaj, Cardi B, Meghan Thee Stallion ou Saweetie reclamassem também o seu espaço. Ela que puxou os limites da estética dos videoclipes ladeada por Hype Williams e Dave Meyers. Ela que na companhia de Timbaland ajudou a moldar um tempo e um espaço, educando gerações. A lendária e inigualável, Missy:
1) "The Rain", Supa Dupa Fly (1997)- Quem diria que a primeira dama do hip hop entrou no circuito há mais de duas décadas pela força da precipitação? Apoiada num hipnotizante sample de "Can't Stand the Rain", tema de 1973 da cantora soul Ann Peeble, Missy 'Misdemeanor' Elliott começava aqui a aliança criativa com o mestre Timbaland e o esteta Hype Williams, fazendo virar pescoços com uma arrojada estética da qual o saco do lixo insuflado - um dedo do meio espetado aos executivos da indústria que criticavam o seu peso - e a mítica objectiva olho de peixe serão os melhores exemplos.
2) "She's a Bitch", Da Real World (1999)- Dois anos após Supa Dupa Fly, Missy ripostava com um segundo álbum mais arrojado e tenebroso que tinha em "She's a Bitch" - manifesto zangado de censura e empoderamento - o seu cartão-de-visita. Novamente, Timbaland e Hype Williams estiveram em topo de forma, mas nem um colossal e dispendioso vídeo de 2 milhões de dólares impediu que o tema fracassasse nas tabelas. Ficaria a marca visionária dos envolvidos.
3) "Hot Boyz", Da Real World (1999)- Estava difícil para que a era de Da Real World produzisse um hit na América, mas quando "Hot Boyz", sedutor tributo aos "ghetto motherf*ckers" que fazem o género de Missy, ganhou versos adicionais de Nas, Eve e Q-Tip, o tema tomou proporções gigantescas, alcançando o top 5 da Billboard Hot 100 e passando 18 semanas na liderança da tabela congénere de rap, um recorde entretanto destronado por... "Old Town Road", pois claro.
4) "Get Ur Freak On", Miss E... So Addictive (2001)- Gimme some new sh*t! Em 2001 a alquimia sonora entre Missy e Timbaland levava-os a novos picos criativos e comerciais com o exotismo de "Get Ur Freak On", nada menos do que um espantoso single dance-hop construído em torno de elementos da música bhangra, com recurso a instrumentos típicos indianos como o tumbi, de uma só corda, e as tablas, de percussão. O vídeo assinala também o início da parceria de Missy com Dave Meyers, que dura até aos dias de hoje.
5) "One Minute Man", Miss E... So Addictive (2001)- Nem sempre damos crédito a Missy Elliott pelo facto de ser uma excelente dançarina, bem como pelo facto de ser uma cantora competente, algo que "One Minute Man" bem comprova, relegando as secções de rap para Trina e Ludacris. Um aditivo tema sobre, ahem, homens que chegam demasiado rápido ao destino, ainda com Timbaland rendido às possibilidades sonoras do Médio Oriente, conseguiu sustentar o hype concedido pelo single anterior.
6) "Work It", Under Construction (2002)- Em 2002 a primeira dama do hip hop atirava-se para níveis estratosféricos com o seu maior e mais aclamado hit à data, que é hoje considerado o seu tema de assinatura. Munida de uma batida absolutamente insana de Timbaland, aqui focado nas dinâmicas do hip hop da velha guarda, "Work It" fez-se também de versos debitados ao contrário, termos hilariantes como "badonkadonk", múltiplas onomatopeias memoráveis e de um espectacular vídeo que inscreveu o nome de Dave Meyers na galeria dos realizadores mais aplaudidos da sua geração.
3) "Hot Boyz", Da Real World (1999)- Estava difícil para que a era de Da Real World produzisse um hit na América, mas quando "Hot Boyz", sedutor tributo aos "ghetto motherf*ckers" que fazem o género de Missy, ganhou versos adicionais de Nas, Eve e Q-Tip, o tema tomou proporções gigantescas, alcançando o top 5 da Billboard Hot 100 e passando 18 semanas na liderança da tabela congénere de rap, um recorde entretanto destronado por... "Old Town Road", pois claro.
4) "Get Ur Freak On", Miss E... So Addictive (2001)- Gimme some new sh*t! Em 2001 a alquimia sonora entre Missy e Timbaland levava-os a novos picos criativos e comerciais com o exotismo de "Get Ur Freak On", nada menos do que um espantoso single dance-hop construído em torno de elementos da música bhangra, com recurso a instrumentos típicos indianos como o tumbi, de uma só corda, e as tablas, de percussão. O vídeo assinala também o início da parceria de Missy com Dave Meyers, que dura até aos dias de hoje.
5) "One Minute Man", Miss E... So Addictive (2001)- Nem sempre damos crédito a Missy Elliott pelo facto de ser uma excelente dançarina, bem como pelo facto de ser uma cantora competente, algo que "One Minute Man" bem comprova, relegando as secções de rap para Trina e Ludacris. Um aditivo tema sobre, ahem, homens que chegam demasiado rápido ao destino, ainda com Timbaland rendido às possibilidades sonoras do Médio Oriente, conseguiu sustentar o hype concedido pelo single anterior.
6) "Work It", Under Construction (2002)- Em 2002 a primeira dama do hip hop atirava-se para níveis estratosféricos com o seu maior e mais aclamado hit à data, que é hoje considerado o seu tema de assinatura. Munida de uma batida absolutamente insana de Timbaland, aqui focado nas dinâmicas do hip hop da velha guarda, "Work It" fez-se também de versos debitados ao contrário, termos hilariantes como "badonkadonk", múltiplas onomatopeias memoráveis e de um espectacular vídeo que inscreveu o nome de Dave Meyers na galeria dos realizadores mais aplaudidos da sua geração.
7) "Gossip Folks", Under Construction (2002)- Millze cillzan sillzome plilzay dilzzouble dilzutch! Suceder a "Work It" nunca seria fácil, mas Missy aproveitou o interesse mediático para erguer um single em torno da montanha de boatos que se acumulavam em seu redor. Apoiado por um sample de "Double Dutch Bus", êxito funk de 81 de Frankie Smith, "Gossip Folks" chegou ao top 10 tanto da tabela de singles norte-americana como da britânica.
8) "Pass That Dutch", This Is Not a Test! (2003)- Wooooooo, ohh daddy! Under Construction ainda estava demasiado fresco na memória, mas exactamente um ano depois o quinto álbum de Missy já havia visto a luz do dia, suportado pelo contagiante "Pass that Dutch", festim de 808's, palmas incessantes e ritmo apto para o booty poppin'. O bizarro vídeo de Dave Meyers - que inclui secções de "Baby Girl" e "Wake Up" do mesmo disco - contém também uma rotina de dança sob um ovni, canibalismo, riverdancing num campo de milho e uma paródia a King Kong.
9) "I'm Really Hot", This Is Not a Test! (2003)- Talvez por não ter sido tão comercialmente aclamado como álbuns anteriores de Misdemeanor, a promoção a This Is Not a Test! parou pelo segundo single. O remate ficou bem entregue nas mãos de "I'm Really Hot", boost no ego da rapper que deu descanso a Meyers na realização e abriu portas a Bryan Barber: há espaço para uma homenagem a Kill Bill de Tarantino e para uma interpolação jazzy de "Hot Music" de Soho.
10) "Lose Control", The Cookbook (2005)- Music make you lose control! O ainda último longa-duração de Missy transportava consigo esta jóia electro uptempo que compete com "Single Ladies" de Beyoncé pelo beat mais frenético da década passada. Construído com recurso a "Body Work" dos Hot Streak e "Clear" dos Cybotron - este último pilar do techno de Detroit - "Lose Control" traz consigo o megafone das interjeições, Fatman Scoop, e a então novata Ciara, vinda de uma bem-sucedida era de estreia que incluiu o estrondoso "1, 2 Step", ao lado da própria Missy. Catorze anos volvidos, isto ainda bate tanto.
11) "We Run This", The Cookbook (2005) & Respect M.E. (2006)- Numa altura em que a influência de Timbaland já não se sentia tanto na sua obra - assinava apenas duas das dezasseis faixas de The Cookbook - o legado de Missy continuava em boas mãos. "We Run This", hip hop motivacional recriado das cinzas da versão dos The Sugarhill Gang para "Apache", serviu tanto de 3º single do seu 6º álbum como de cartão-de-visita para a sua primeira retrospectiva de carreira, em 2006.
12) "WTF (Where They From)", (2015)- Depois de uma penosa ausência de sete anos que ainda produziu uns quantos falsos arranques, "WTF (Where They From)" arrancou-a com estrondo do hiato, numa alucinante produção trap de Pharrell Williams que figura como a gémea recomendável de "Spark the Fire", que havia tecido um ano antes para Gwen Stefani. A estilosa ilustração de Dave Meyers reactivou com sucesso a alquimia do par.
Longa vida (e produtividade) a Missy Elliott. Obrigado por tudo.
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