Por detrás do regresso mistério no feminino desta quinta
É a notícia da semana que está a deixar todos em polvorosa: uma mega-estrela pop no feminino fará um regresso triunfal esta quinta-feira, dia 8, ao vivo na televisão norte-americana, mas não revela a sua identidade até ao dia do acontecimento.
Cinco dos maiores talk-shows dos EUA - The Late Show de Stephen Colbert, Conan, The Tonight Show do Jimmy Fallon; Late Night com Seth Meyers e o Jimmy Kimmel Live - prometem uma aparição surpresa de uma convidada especial, numa invasão sem precedentes do período nocturno televisivo.
Vejamos quem são as principais suspeitas:
Rihanna
Queremos todos muito que seja verdade, porque já ninguém aguenta este jejum de três anos e meio. Acontece que as notícias em torno de R9 são altamente contraditórias: ora são veículadas notícias de que está próximo da sua conclusão, ora RiRi afirma que ainda precisa de passar mais tempo à volta dele. Pelo meio, só duas certezas: que será um álbum de influências reggae/dancehall e que chegará ainda em 2019. A pouco mais de quatro meses do término do ano, teremos razões para acreditar que está perto. Mas esta invasão televisiva não parece nada digna de Rihanna: logo ela que raramente marca presença em talk shows, e que lançou o último álbum e single de avanço sem aparato nenhum, confiando unicamente no poder do seu status. Talvez queira optar por uma abordagem diferente desta vez. Ainda em Junho último, por exemplo, apareceu num segmento do Late Night de Seth Meyers para-lá-de-divertido e selvagem. Só que é demasiado tradicional, não característico e seguro de si - o coração de fã sente que não será assim.
Adele
Ora aqui está alguém que tem todo o perfil de quem é capaz de mobilizar a televisão norte-americana para anunciar o seu glorioso regresso. Adele, que corre todos os programas do circuito late-night, com aquela personalidade esfuziante e vivaz que todos conquista. Mas é estranho que o faça sem comunicar seja o que for no Reino Unido: lembram-se de como "Hello" foi pela primeira vez apresentado às massas de forma igualmente misteriosa num intervalo do The X Factor? Sim, Adele é uma superestrela mundial de enorme gabarito nos EUA, mas não parece que tenha chegado ao ponto de menosprezar a sua pátria em prol de um ambicioso golpe de marketing. 25 está quase a cumprir quatro anos de existência e a sua autora deu a entender que poderia haver um possível disco intitulado 30 na calha, quando se despediu destes em Maio último. E ao contrário do que aconteceu na jornada para o álbum anterior, Adele tem estado até bastante activa nas redes sociais, ainda que afastada da vida mediática. É exactamente o que se espera dela, ainda que estejamos um nadinha longe do último trimestre do ano, por norma o mais apetecível para os grandes lançamentos.
Beyoncé
Quase que nos rimos perante esta possibilidade absurda de Vossa Majestade Queen B abandonar o seu opulento palacete para, no mesmo dia, fazer o périplo do circuito late night. Então pois não era? Há fantasias mais acessíveis. Além do mais, Beyoncé acaba de lançar um álbum inspirado no remake de O Rei Leão, em que dá voz à leoa Nala, e nem sequer um músculo moveu para o promover, para além da habitual passadeira vermelha na estreia a que deveria estar contratualmente obrigada a comparacer. O percurso pós-Lemonade já originou um álbum com o maridão sob a insígnia dos The Carters, no ano passado, e agora este The Lion King: The Gift, mas não parece ser nem a altura certa, nem a estratégia plausível para assistirmos ao nascimento do seu sétimo álbum. Vamos lá a tirar esse cavalinho da chuva, portanto.
Lady Gaga
Ora aqui está uma possibilidade de que ninguém fala. E que deveria estar tanto na mesa como as três anteriores apostas. É sabido que Lady Gaga voltou às boas graças do público e da crítica muito por culpa da sua estrondosa participação em A Star Is Born, cuja banda-sonora ainda hoje desfila por essas tabelas fora, mas há muito que já se questiona o que pode existir musicalmente para Gaga depois desta sua incursão pela Sétima Arte. E que melhor forma de o percebermos com a América inteira a assistir em dose quíntupla? Além do mais, Joanne cumpre entretanto o seu terceiro aniversário e a cantora há muito que se encontra investida no seu sucessor, sem revelar, no entanto, grandes detalhes em seu torno. E com pausa na sua aclamada residência em Las Vegas até meados de Outubro, o timing é mais do que ideal.
Katy Perry
Apesar de relegada musicalmente para um patamar de menor relevância, Katy Perry continua a ser uma das estrelas pop mais mediáticas do nosso tempo - regalias de quem despontou em pleno boom das redes sociais. Em 2019 temo-la visto combativa a tentar ocupar de novo um lugar central no mainstream, com colaborações com Zedd, Daddy Yankee ou até num novo - e bastante elogiado - single a solo, mas apesar dos indicadores sugerirem que está no bom caminho, ainda nenhum suscitou o impacto desejado. Talvez nos queira contar ao vivo os planos que tem para recuperar o destaque de outrora, apesar de em afirmações recentes nos ter dado a entender que o plano a curto prazo passava por ir lançando singles avulso que não conduziriam propriamente a nenhum álbum. Só não parece encaixar é no molde de "grande regresso" da notícia veículada, até porque tem sido a mais produtiva das apostas da lista.
Seja qual delas for - assumindo que uma delas está correcta - o regresso desta quinta ofuscará os esforços promocionais de Taylor Swift, que está a escassos dias de editar Lover. Só lhe é pedido que nos salve de "Old Town Road" - com o resto conseguimos lidar. E Swift também.
Update: Parece que afinal tudo não passava de um golpe promocional para promover o regresso de Ron Burgundy, personagem desempenhada por Will Ferrell em Anchorman. Fomos todos lesados ao declarar o estado de emergência pop... FY fake news.
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