Indie Attractions #30


O ano de 2019 tem sido dos Fontaines D.C., possivelmente a melhor banda a ter saído de Dublin desde os U2 - também não é muito difícil quando entre os congéneres se incluem os The Script ou Kodaline - e que assina para muitos o melhor disco do ano com Dogrel, um portento pós-punk de elogiada narrativa de desencantamento com a sociedade moderna e múltiplas tonalidades, que vão desde o mais aceso despique de guitarras e bateria ao mais introspectivo dos acordes e das vocalizações, sempre naquele sotaque pronunciado. Depois da passada acelerada e incisiva de "Boys in the Better Land", contrastamos com "Roy's Tune", prosa de lamento sobre a falta de oportunidades locais. O Mercury não lhes devia ter escapado.

Somos também sacudidos pela lava rock psicadélica dos Temples num "Hot Motion" que dá título também ao seu terceiro disco; assistimos à chegada de Arlo Parks que faz virar cabeças com o baixo indomável e as sensibilidades nu jazz de "Cola"; deslumbramo-nos com o groove disco-funk de um lastimoso "True Blue" de Mark Ronson com os sublimes préstimos de Angel Olsen; entregamo-nos à letargia sépia de Clairo num "Bags" preenchido de lamentos e incerteza; relembramos o quão estilosas e penetrantes conseguem ser as criações de Kindness com um "Hard to Believe" assistido por Jazmine Sullivan; aclamamos o retorno do messias Jai Paul num "He" que nos leva entre dimensões e estados emocionais; e em bom português damos de caras com o Rapaz Ego aka Lewis M que nos narra os prós e contras de uma "Vida Dupla" num fraseado impecável:

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