Avril e J.Lo: congeladas no tempo

Há um certo tempo para cá que procedo a uma escolha cautelosa dos vídeos novos que por aí andam. Antigamente, desde que tivessem um pingo de decência, eram incluídos aqui no blog, mas desde que tentei fazer dele o puro reflexo dos meus gostos musicais, tenho tido o cuidado de não incluir temas com os quais não me identifique.
 
Por essa mesma razão é que não postei aqui os novos vídeos de Avril Lavigne ("Here's to Never Growing Up") e Jennifer Lopez ("Live It Up"). Mas dada a minha ligação afectiva com ambas, sinto-me tentado a explicar os motivos. Sob uma designação comum, tanto uma como a outra estão congeladas no tempo, mas por diferentes razões:
 
Começemos pela Avril. Já nem preciso dizer o quanto me desiludiu desde que enveredou pelo caminho da princesa pop punk teenager. Ok, pensei que seria uma fase e que eventualmente acabaria por ultrapassá-la. Mas chegada a 2013, ano em que edita o seu 5º álbum, não só dá sinais de não ter desistido de parecer que tem 17 anos como ainda comete uma proeza incrível: plagiar-se a ela própria.

 
Eis que o seu novo single não passa de uma versão actualizada do seu single de estreia - "Complicated" - e que pede uns acordes emprestados a "We Are Never Ever Like Totally Ever in this Lifetime Getting Back Together... Ever" da namoradinha da América. Se estivessemos a falar de uma Carly Rae Jepsen não me espantaria, agora vindo de Avril é algo muito perturbador.
 
Aos 28 anos folgo em ver que continua com espírito jovem e rebelde, agora recusar-se a crescer e querer ter 17 anos para todo o sempre, reflectindo-se uma imaturidade palpável nas suas canções é triste, muito triste. Cara Avril, acho que isto é o fim da linha para ambos.
 
Agora quanto a J.Lo, a coisa é um pouco menos grave. O facto de estar congelada no tempo é um elogio da melhor espécie: aos 43 anos está uma autêntica brasa e a passagem do tempo parece não afectá-la. Ei-la no vídeo de "Live It Up", qual bomba latina, parecendo uma jovem de 20 e poucos.


Mas depois a nível musical, não apresenta nada de novo. A colaborar pela 3ª vez consecutiva com Pitbull (será que não havia mais ninguém?!), tem em mãos um potencial hit de Verão que só não será de maior dimensão porque aquele maldito breakdown techno ameaça arruinar tudo. E o facto de não saber trabalhar com outros produtores para além de RedOne também não lhe permite alargar os horizontes...
 
A J.Lo ainda sou capaz de perdoar porque ao menos ela nunca me iludiu: apesar de confinada a um determinada categoria musical, entusiasma-me com a paixão e fervor com que se entrega. Agora a Avril já são demasiadas desilusões seguidas... mas vou esperar pelo novo álbum antes de a banir de vez da minha vida.

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