Magnífico Material Desconhecido #135

                                       MØ                                    

De trança bem construída e erguida, rosto de maria rapaz e um balão de pastilha elástica que é sinónimo de desafio, MØ (lê-se "moo"), nome artístico da dinamarquesa Karen Marie Ørsted, parece desde logo uma rapariga muito promissora. O ar de instigadora é para ser levado a sério, mas a pastilha é só para enganar: a bubblegum pop - mastiga e deita fora - não consta do seu perfil. Pelo contrário, o rótulo de uma pop alternativa serve-a melhor, à qual se juntam traços de electrónica e R&B. 

O seu nome deriva de "maiden" (virgem na sua mais pura acepção, não da forma que Madonna cantava, mas sim no sentido de ser uma pessoa jovem, ingénua e inexperiente) e as suas heranças musicais vêm da parte de - quem diria - Spice Girls, de quem era fã acérrima durante a infância. Na verdade, foi a paixão pela girlsband britânica que a levou a começar a escrever canções com apenas 7 anos - imaginemos as pérolas - e cedo a jovem Karen descobriu que o seu futuro passaria pela música.

Com a entrada na adolescência MØ largou também as purpurinas e a Union Jack e a música punk passou a ser a sua religião e grupos como Sex Pistols, Black Flag e Sonic Youth os seus heróis musicais. Não tardou muito até criar a sua própria banda, devota à causa punk claro, até que em meados de 2009 deu de caras com o produtor Ronni Vindahl que estaria na origem da criação da actual persona artística.

Encontrada que estava a alma gémea, começaram a surgir os primeiros temas - "Maiden", "Pilgrim" e "Glass", que desde logo captaram a atenção da blogosfera. Em Outubro de 2013 é lançado o seu primeiro EP - Bikini Daze - morada do cativante "XXX 88", produzido pelo sempre indomável Diplo. Em Março deste ano chegou o LP de estreia muito aplaudido pela crítica, No Mythologies to Follow, uma colecção de canções que a cantora diz querer expressarem o sentimento de "ser-se jovem, confuso, inquieto e estar-se algo perdido na sociedade, tentando encontrar um caminho na selva que é o mundo moderno".

Se se revêem no discurso e estão curiosos para lhe sentir o pulso, então não esperem mais:

"Don't Wanna Dance", No Mythologies to Follow



"Glass", No Mythologies to Follow



Se gostaram, oiçam também: "Maiden", "Pilgrim", "Slow Love" e "XXX 88"

Discografia















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