The Voice Portugal- Tira-Teimas: 11º Programa

O The Voice Portugal voltou a ser verdadeiramente emocionante com a entrada na fase dos tira-teimas, em que dos 10 concorrentes de cada equipa em prova, 2 ganham um passaporte para as galas e os restantes 8 são sujeitos a mais um teste final para ver se aquilo de que são feitos "fere, rasga e queima", como dizem os Clã. De seguida irei analisar os concorrentes por equipa, destacando apenas a melhor actuação de cada uma. Vejamos:

Equipa Anselmo Ralph

Passaporte para as galas: Leonor Andrade e Pedro Garcia
Vencedores da ronda: Mariana Azevedo e João Parreira

Começo logo pela pior equipa da noite, não por ter prazer em arrasar os concorrentes, simplesmente porque quero muito começar isto destacando a actuação com que mais rejubilei: Mariana Azevedo na sua muito ousada actuação de "And I'm Telling You I'm Not Going", que me fez querer ovacioná-la de pé. É preciso ter imensa coragem para cantar isto, hein? Adoro a forma como ela se lança para voos picados que podem correr mal, mas que são de uma ferocidade e entrega enormes. Então aquela nota final que sustentou durante 12 hercúleos segundos, valeu pela vida. Bravo, bravo, bravo! A Inês Guedes não fez tão má figura quanto seria de esperar, mas nem por sombras deveria ter chegado a esta etapa. Escolheu uma música chapa cinco, por isso era só o que faltava se ainda se desse ao luxo de a arruinar. O João Parreira tem tacto para as canções: não sendo um grande cantor, tem presença e sabe "vender-se". Não dava um tostão por ele, mas acho que se pode dizer que foi com mérito que avançou para as galas, tendo em conta a equipa onde estava inserido. Por último temos o David Fonseca, que me decepcionou bastante e fez-me querer chamar o original. Esteve muito apagado e nunca fez justiça à canção a não ser nos últimos 10 segundos - até estava num grupo fácil, só não passou porque não quis. Concordei, portanto, com os vencedores da ronda. Só não achei nada bem o Rui Drumond não ter passado directamente para as galas - ó Anselmo, é bom que nem te passe pela cabeça mandar o homem para casa!



Equipa Mickael Carreira

Passaporte para as galas: Diogo Correia e Nuno Ribeiro
Vencedores da ronda: Mariana Bandhold e Bernardo Nunes

Gostei muito de ouvir o Rui e a Sandra, naquela que foi talvez a melhor prestação do casal no programa - terna, harmoniosa e muito bonita. O senhor esteve irrepreensível, como sempre, e desta vez a senhora conseguiu manter-se incólume do início ao fim. Acho que mereciam ter passado, nem que fosse para proporcionar-nos mais momentos destes ao longo das galas. Talvez esta tenha sido a vez em que mais gostei de ouvir o Bernardo Nunes: cantou com sentimento e teve poucos ou nenhuns deslizes. De facto, foi bastante inteligente na escolha do tema, apto para derreter plateias. Ainda assim, não o teria escolhido. Fiquei levemente chocado com a prestação da Maria Constança: esteve o tempo todo a cantar num tom diferente ao da banda! Como é que isto foi acontecer, mesmo? Ensaios feitos à queima-roupa ou falta de mentoria? Foi doloroso de se ver... e é uma pena que as coisas tenham acabado assim, porque ela tem potencial para tanto mais. E o que dizer da Mariana Bandhold? É sempre tão bom vê-la a actuar, mesmo quando ninguém conhece a canção. Não sei de que enciclopédia ela foi desencantar "Love Is on the Way", mas que foi muito bem escolhida, foi. Bolas e aquele - eu nem sei bem como lhe chamar - nirvana vocal que ela atinge deixa-me sempre extasiado. Entendo que o Mickael não lhe tenha dado logo o passaporte, pois queria era que nos arrebatasse uma vez mais. Nesse caso temos que lhe agradecer. Quanto às suas escolhas, concordo inteiramente com o Nuno, já com o Diogo nem por isso. Preferia tê-lo visto em acção. Acho que a escolha do mentor revela o quão interessado está em ter a todo o custo um homem do rock nas suas fileiras, para combater a artilharia pesada dos adversários. Boa sorte com isso.



Equipa Rui Reininho

Passaporte para as galas: Tiago Garrinhas e Benedita Gonçalves
Vencedores da ronda: Pablo Oliveira e Alexandre Casimiro

Constança Gonçalves voltou a trazer a sua harpa para "Little Talks", um tema que gosto muito, mas que perdeu o encanto quando a banda se lançou num arranjo à Quinta do Bill e ela se viu sem o seu instrumento predilecto. Gostava mais dela do que da irmã, cujo encanto ainda não percebi muito bem, mas haverei de lá chegar... ou não. Depois veio o Pablo Oliveira e voltou a aproximar-se perigosamente dos valores mais elevados da escala de Richter. Acho absolutamente incrível aquilo que ele faz em palco e a forma como me continua a impressionar de actuação para actuação. Esta teve laivos de cientista louco combinado com um qualquer veterano da Broadway, tamanha foi a devoção com que interpretou "Back to Black" - para mim foi o 2º melhor momento da noite. Bravo, bravo, bravo! Quando vi que a Tatiana André ia cantar "Rosa Sangue", soube logo que tinha ido à vida - aquilo não é canção para tirar teima alguma. Mas confesso que fiquei deveras surpreendido pela sua prestação, que primou pela sobriedade. E logo ela que era tão vulcânica, agora provou também ter voz para suportar longos e pesados graves. Decididamente, a rapariga tem futuro: não foi aqui e agora mas será um dia mais tarde. O Alexandre Casimiro foi outro dos protagonistas da noite, muito seguro e poderoso no tema dos UHF. Vejo-o com potencial para ser mais do que um homem do rock, mas acho que para se destacar no programa terá de continuar nesta linha. Mais: vejo-o a ser o finalista da equipa juntamente com o Tiago Garrinhas, que indubitavelmente mereceu o belo do passaporte.



Equipa Marisa Liz

Passaporte para as galas: Bruno Vieira e Bianca Barros
Vencedores da ronda: Ricardo Morais e Renata Gonçalves

Até parece mal deixar a única senhora do quarteto e a minha mentora favorita - que não por acaso também possui a equipa mais forte - para o fim, mas a verdade é que eu estou um bocado desiludido com as escolhas feitas pela Marisa. Não tanto pelos passaportes que atribuiu - apesar de não estar à espera de ver a Bianca a ser escolhida - mas pelos concorrentes que declarou como vencedores da ronda. Agora que revi a actuação do Ricardo Morais, até gostei mais do que quando assisti em directo, mas não me revejo assim muito nele. Não desfazendo o bom cantor que é, parece-me que desconcerta bastante o público feminino. E depois as suas actuações são carregadas de testosterona e muito jogo de cintura - assim não vale, pá. A Renata Gonçalves foi a grande desilusão da noite: estava eu à espera que brilhasse e afinal fartou-se de patinar por aquela montanha de notas já por si propícias ao espalhanço. Reconheço-lhe potencial, mas ainda não era esta a altura dela. Depois vem o Fábio de Sousa e arrasa numa actuação muito inflamada de "Give Into Me", talvez superior ao que mostrou nas batalhas, seguido de uma Gabriela Marramaque numa versão - ao que parece Postmodern Jukebox - muito jazzy e tremendamente ousada de "Sweet Child O' Mine" que primou pelo atrevimento e, suponho eu, terá chocado os mais puritanos. Adorei o que ela fez e foi exímia nos segundos finais da canção - continuo a dizer que a técnica da rapariga é impressionante e seria uma mais-valia na equipa da Marisa. Qual o meu espanto quando, ao contrário do que deu a entender, decide salvar os dois primeiros... Está bem que ficou com a equipa mais coesa e onde as decisões são mais difíceis, mas aqui o desfecho não foi justo. 



E por aqui me fico, ansiosamente aguardando a 2ª ronda dos tira-teimas que levarão ao fecho do leque de finalistas. Até para a semana!

Comentários

  1. Um Obrigado sincero de alguém que faz neste site como queiram chamar um sincero juízo do que vê e sente .....Continua o bom Trabalho...
    Abraço Fábio Sousa

    ResponderEliminar
  2. Obrigado eu! Nada me faz mais feliz do que saber que as minhas palavras chegam até vós e que a honestidade dos comentários é perceptível. Parabéns pela tua prestação no programa, muito boa sorte para o teu percurso e rock on =D
    Abraço

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares