The Voice Portugal- 1ª Gala: Top 24

Três meses de programa conduziram por fim à tão aguardada etapa das galas ao vivo. Com 12 dos 24 finalistas em competição - 3 representantes de cada equipa - a proporcionarem fabulosas actuações, o The Voice Portugal agigantou-se e foi arrasador do primeiro ao último segundo. Vamos lá então analisar isto à lupa. Hoje vou por ordem cronológica:

Equipa Marisa Liz

Concorrente mais votado: Bianca Barros
Concorrente salvo pelo mentor: Luís Sequeira
Concorrente expulso: Renata Gonçalves

Renata Gonçalves- Nunca concordei com a sua chegada até esta fase. Ainda tem muito que amadurecer e prova disso são os constantes exageros vocais que volta e meia aplica aos temas que canta. A sua versão de "Fix You" foi relativamente boa enquanto andou com sapatilhas de ballet, mas mal sacou da bota de cabedal aquilo tornou-se demasido histriónico e eurofestivaleiro para o meu gosto. Foi, portanto, uma das actuações da noite que menos gostei.

Luís Sequeira- Nem sei bem como dizer isto de modo a que não pareça desiludido. Eu gostei, mas... faltou-lhe algo. Aquele wow de assombro e o sentimento apoteótico que as suas actuações me transmitem sempre. Acho que não posso nem devo estar desiludido com a sua prestação, tendo em conta que já nos deu 3 actuações excelentes dignas de um vencedor, mas lá que aquilo foi uma versão pálida do Luís, foi. Da próxima tem que ser mais racional na escolha do tema e voltar a vestir a capa de Mr. can nobody stop me now. Vá, Luís, força aí contigo.

Bianca Barros- E agora, uma das estrelas da noite. Até hoje eu estava na dúvida quanto a esta rapariga. Faltou o tal tira-teimas para saber de que massa era feita, mas agora sim compreendo que o lugar dela não é outro se não o palco do The Voice. Foi nada menos do que uma actuação gloriosa, completamente imaculada. E adorei a volta que deu a "Addicted to You", tema que, aliás, seria bem mais notável se não tivesse a amálgama EDM por detrás. You go, girl.

 

Melhor em palco: Bianca Barros
Classificação geral da equipa: 4º lugar

Equipa Anselmo Ralph

Concorrente mais votado: Pedro Garcia
Concorrente salvo pelo mentor: Leonor Andrade
Concorrente expulso: Mariana Azevedo

Mariana Azevedo- Quando vi com quem ia competir soube logo que seria sobre ela que se iria abater o infortúnio da expulsão: afinal de contas, estava a concorrer com a Madeira em peso e a menina dos olhos do Anselmo. Mas é seguro dizer que não saiu de cena sem fazer um brilharete. De guitarra em punho e com o evangelho de mágoa segundo Adele, santa padroeira dos milhões, nas mãos, passou pelos graves com distinção e reservou o fabuloso registo hedonista para o clímax da canção. No fim, termina com um belo de um falsete e em pose de rockstar - só faltou destruir a guitarra. Foi um percurso que terminou cedo demais, mas que não deixa nenhum amargo de boca, pelo contrário, fico muito contente que o The Voice lhe tenha permitido mostrar o que o Factor X não deixou. Será certamente uma das melhores memórias que guardarei do programa. Vemo-nos por aí.

Pedro Garcia- Este rapaz sabe-a toda: tem uma pinta do caraças e depois canta demasiado bem para a pinta que tem. Como se não bastasse isso, ainda tem toda a nação madeirense a torcer por ele, o que nestas coisas de votações é sempre uma mais-valia. Tudo isto para dizer que adorei, claro, o que fez em "When I Was Your Man". Vejo-o numa linha de cantor R&B, coisa que por estes dias é tão raro de avistar no nosso país como um trevo de quatro folhas. Dêem-lhe já o contrato para assinar!

Leonor Andrade- Eu andava a modos que adormecido em relação à Leonor. Adorei a Prova Cega, não gostei particularmente da Batalha e depois não deu para tirar teima alguma, já que seguiu directa para as galas. Começava a esquecer-me porque razão tinha gostado dela, mas graças à formidável actuação nesta gala, eis que tudo voltou num ápice. Para já, ela é deslumbrante. Ao olhar para ela tive um déjà vu de Salomé Caldeira em plena gala inaugural, outra que também arrancava suspiros à sua passagem. Depois abre-me aquela garganta e somos violentamente atirados contra a parede, tamanha é a pujança vocal que emana. E, verdade seja dita, a sua versão de "I Put A Spell On You" foi completamente magnífica - a 2ª melhor actuação da noite. Que este feitiço perdure para todo o sempre.



Melhor em palco: Leonor Andrade
Classificação geral da equipa: 1º lugar

Equipa Rui Reininho

Concorrente mais votado: Tiago Garrinhas
Concorrente salvo pelo mentor: Sara Ribeiro
Concorrente expulso: Pablo Oliveira

Tiago Garrinhas- Eu bem me queria parecer que ali algures ainda havia uma costela pop. Pelo menos do que eu me recordava da sua prestação no Ídolos 5 - um inesquecível "Lately" de Stevie Wonder - sabia que o Tiago não se poderia resumir a um rapaz do rock, por muito portentoso que possa ser - e é de facto - quando encarna esse papel. "Titanium" foi outro dos melhores momentos desconstrutivos da noite e primou pela interpretação sóbria e exímia, sempre em crescendo. Foi muito inteligente na escolha, de facto, e agrada-me que dispense rótulos ou ceda a caminhos mais fáceis e expectáveis. Indomável, como um verdadeiro ícone deve ser.

Sara Ribeiro- Fez-me lembrar um cruzamento entre uma mãe de santo e uma druida. Saiu-se com um muito apropriado "Summertime Sadness", da sempre em voga Lana Del Rey, que cantou de forma soturna e com a estranheza que lhe é comum. Teve os seus picos, ora interessantes ora monótonos. E aposto que se o Rui Reininho não estivesse sob o efeito de algum alucinogénico e não estando ela vestida desta forma fantasiosa, jamais teria sido salva.

Pablo Oliveira- Pablo, Pablo, Pablo... Continua a maldição de seres dizimado logo à gala de estreia. Bolas, não depois do que ele mostrou ali no palco, onde deixou tripas, coração, pele e osso. Foi incrível: direi mesmo que a melhor actuação da noite e a melhor versão de "Feeling Good" - parece que estou sempre a dizer isto, mas desta é que foi - que alguma vez ouvi na vida. E cantou-a como se tivesse 30 anos de carreira às costas. Caramba, nem há palavras para descrever a injustiça que se cometeu aqui. Só espero que o país não deixe fugir este miúdo. Força, Pablo!



Melhor em palco: Pablo Oliveira
Classificação geral da equipa: 2º lugar

Equipa Mickael Carreira

Concorrente mais votado: Carlos Costa
Concorrente salvo pelo mentor: Jéssica Cipriano
Concorrente expulso: Diogo Correia

Carlos Costa- Estando ainda bem presente na memória o seu percurso em Ídolos 3, o mínimo que pode fazer agora é mostrar algo que ainda não se tenha ouvido da sua parte. E foi precisamente isso que fez com "Skinny Love", um exercício quase minimalista e de extrema contenção para alguém tão extravagante nos seus trejeitos vocais e físicos. Eu cá gostei muito, sem qualquer pecado na culpa. E se esta sua nova incursão lhe proporcionar a expansão dos horizontes musicais e pessoais, então acho que já valerá a pena. De outra forma não fará sentido.

Diogo Correia- Não sei quantas mais vezes serei capaz de escutar "Ouvi Dizer" num programa destes sem correr o risco de bolsar ligeiramente. Felizmente ainda não foi desta. Quanto ao Diogo, acho que não tendo sido nada de espantoso, foi a sua melhor actuação no programa. Curiosamente, creio que esteve melhor nos graves do que no refrão, onde sinto que esforça sempre demasiado a voz. Parece-me um tipo porreiro, mas não tão bom cantor quanto seria desejável.

Jéssica Cipriano- E a noite termina em beleza com uma daquelas actuações que eu gosto de dizer que "valeram pela vida". Sempre achei que "The Voice Within" era uma estupenda canção para se trazer a um talent show, mas infelizmente nunca ninguém tinha tido a coragem necessária e os pulmões indicados para cantá-la. Tinha que ser, naturalmente, a Christina Aguilera cá do burgo, título que lhe atribuí na fase das Batalhas e que hoje, mais do que nunca, fez todo o sentido. Teve, possivelmente, a canção mais difícil da noite e saiu-se tremendamente bem, praticamente sem nenhum arranhão. O melhor de tudo, porém, foi vê-la pela primeira vez totalmente descontraída em palco e a sorrir, facto a que a extensa massa de fãs não terá sido alheio. Agora é que ninguém a pára.


Melhor em palco: Jéssica Cipriano
Classificação geral da equipa: 3º lugar

Referindo muito brevemente as actuações de grupo com os mentores, achei todas deliciosas, com especial destaque para o "Bem Bom" versão censurada pós-quatro da manhã, com um fabuloso Rui Reininho ao leme que por sinal também foi um dos protagonistas da noite. Recordo-me que na edição passada ele também tinha umas tiradas geniais, mas hoje achei assim um bocado preocupante. Olhem se o Mickael e o Anselmo também tomam aquilo? Era o bom e o bonito! A Marisa, então, tem que resfriar o entusiasmo, se não entre um "oh yeaaaaaaaah" mais prolongado ou um gingar de anca mais violento, lá nasce a criança em pleno estúdio. Última palavra para a dupla de apresentadores, que pela primeira vez me pareceram entrosados (a Catarina Furtado fez-me lembrar a versão portuguesa de J.Lo) e para o estúdio (com que então 1000 pessoas, hein? Pfff, deves) que me parece menos imponente e mais claustrofóbico face ao espectacular palco da 1ª edição.

Para a semana espero ver uma Mariana Bandhold, um Rui Drumond e um Bruno Vieira a arrasar e, claro, espero divertir-me tanto como hoje. Até lá, fiquem bem!

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