7 canções indispensáveis de Lizzo

Já todos nos cruzámos pelo menos uma vez com "Juice", uma das canções mais inescapáveis de 2019, e logo depreendemos que havia uma artista de grande personalidade por trás. Alguém que canta destemidamente sobre orgulho racial, liberdade sexual e aceitação corporal num fato de Sailor Moon XXL. E que pode muito bem ser a próxima grande estrela pop que o hip hop nos oferece, agora que Cuz I Love You, o terceiro álbum, é do mundo.

Eis o vosso guia indispensável à lenda de Lizzo, em construção desde 2013:

"Boys" (2018)- E pensar que Charli XCX talvez não tenha feito o tributo mais memorável à ala masculina em anos recentes? Meses antes de nos brindar com "Juice", Lizzo já preparava terreno para a expansão comercial com uma estonteante construção funk-pop de recorte retro e uma linha de baixo insana que se assume como uma celebração da sua prolífica vida amorosa.

                                                               

"Worship", Coconut Oil EP (2016)- Conseguem totalmente ver Meghan Trainor a cantar isto, não é? Produção retro pop alucinante com balanço de mambo, uma vocalização para lá de pujante e versos que expressam a vontade de ser tratada com devoção pelo parceiro fazem deste "Worship" uma perfeita entrada para o seu EP de estreia.

"Jang a Lang", Big Grrrl Small World (2015)- Se há algo que aprendemos com a derradeira faixa do seu segundo álbum é que nunca devemos tocar na afro de uma mulher negra e que Miss Lizzo encerra álbuns de forma tão estrondosa quanto os inicia: "Jang a Lang" versa de forma corrosiva sobre uma tal "Melanie" dada a imoralidades. Que arraso.

"Good as Hell", Coconut Oil EP (2016)- I do my hair toss, check my nails, baby how you feelin'? (feeling good as hell!). Tema-tocha do seu primeiro EP, "Good as Hell" foi o primeiro momento em que Lizzo revelou potencial de estrela pop, com um sonante híbrido soul-rap que incentiva ao cultivo do amor-próprio no pós-desvinculamento amoroso.

                                                               

"Batches & Cookies", Lizzobangers (2013)- No primeiro tema assinado enquanto Lizzo, a apreciação pelo hip hop mais disruptivo já era evidente, bem como a personalidade esfuziante que as rimas bobas deixavam a descoberto. A dada altura embala os versos qual Nicki Minaj em "Monster" - e percebemos que as suas capacidades são vastíssimas. 

"Water Me" (2017)- Entre 2017 e 2018 vimo-la a lançar singles avulso numa espécie de auspicioso estágio para o terceiro álbum de estúdio - e o primeiro numa grande editora. "Water Me" bem que podia ter ganho o seu bilhete para Cuz I Love You: uma imensa construção pop-rap sobre não se neglicenciar a si mesma, ainda que o seu parceiro o faça. She just snap and pivot!

                                                                

"Ain't I", Big Grrrl Small World (2015)- Bob your head crazy, bob your head crazy! A isto se chama uma abertura de álbum do caraças: Melissa Jefferson cospe rimas com assertividade à boa moda de Missy Elliott, numa batida old-school mas suficientemente insana para pertencer ao tempo presente. E vejam-na a mudar para andamento jazz aos 2:00 com toda a graciosidade deste mundo.

E agora que a conhecem um pouco melhor, toca de deitar os ouvidos a Cuz I Love You.