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Parece que nunca é boa altura para comemorar uma efeméride. Mas, caramba, fazê-la no mês mais caótico de sempre para retrospectivas do ano - e para piorar em 2019, da década - é mau de mais. Sabe Deus que o mundo não precisa de outro balanço pessoal, por isso lembrei-me que talvez seria engraçado tentar responder ao questionário que eu próprio lancei a alguns bons amigos no ano passado, por ocasião dos dez anos do Into the Music. Será algo como isto:


1) Lembras-te de como e quando descobriste o blogue?

Boa, para começar logo algo que faz imenso sentido. Foi numa tarde chuvosa de Outubro de 2008, quando lancei à minha amiga Sá o repto de criarmos um blogue de música. Não tinha grande noção de como o fazer, mas post a post e ano após ano, fui descobrindo e melhorando. Acho que não me tenho dado muito mal. 

2) Descreve-nos a tua dieta musical.

É só percorrerem as páginas do blogue. Oiço tudo aquilo sobre o qual escrevo. Há dias em que estou mais ligado a certos géneros ou artistas. Mas também sou menino para me aventurar numa empreitada que inclua, por exemplo, discos de Alt-J, Britney Spears ou Gisela João de seguida. 

3) Diz-nos uma música e um álbum que mais te tenham marcado nestes últimos dez anos.

Não sei como possa responder a esta sem comprometer a revelação das listas de melhores da década que tão cuidadosamente tenho vindo a entregar. Por isso vou escolher de forma igualmente cuidadosa. A nível internacional, "The Louvre" da Lorde e, por exemplo, o Self-Titled dos Paramore. A nível nacional, "Sereia Louca" da Capicua e, sem sombra de dúvida, Desfado da Ana Moura.



4) E agora um pouco menos complicado. Ou talvez não. O melhor videoclip e concerto que viste também no mesmo período de tempo.

É mesmo menos complicado. Videoclip terá que ser "We Found Love" - ainda estremeço de cada vez que aquele relâmpago rasga o céu e corta a narração que precede o tema - e concerto é um quase empate entre o dos Alt-J no Alive'13, pela magia do momento, e dos Foster the People no ano seguinte no mesmo festival, ainda que tenha sentido que vibrei mais que a maioria do público presente. 

5) Conta-nos que outras três coisas gostas tanto nesta vida como do Into the Music.

Dançar!! Se gosto de música é porque primeiro aprendi a senti-la e a manifestá-la através do meu corpo. Sou muito muito feliz a dançar - e cada dia sem o fazer, é como se fosse um dia desperdiçado. Escrever! Pois, como se não tivessem reparado. De um bom filme ou série! Principalmente porque gosto de desenvolver um pensamento crítico em relação a eles. E que se danem as três, vou escolher mais uma: família/amigos! Sou muito próximo da minha família, são a minha estabilidade e suporte emocional, devo-lhes tudo. E amigos, principalmente quando me permiti viver e encontrar pessoas que contribuem para a minha felicidade. Uma boa amizade é mesmo a coisa mais maravilhosa deste mundo.

6) Preferes ouvir música em streaming, mp3, gira-discos ou na velha e boa estereofonia?

Actualmente oiço mais em streaming, mas também costumo escutar frequentemente através do rádio e, quando me quero mesmo ligar aos discos a um nível profundo (e saudoso), através do quase extinto discman #notashamed

7) Imagina que o Spotify era alvo de um ataque pirata e só disponibilizava três álbuns durante uma semana: o primeiro dos Nickelback, a colectânea de êxitos dos Santamaria ou o menos mau da Selena Gomez. O que é que fazias?

Ora, escutava por meio do meu segundo método favorito: pelo YouTube! Mas se não tivesse mesmo outra escolha, acho que sempre preferia reviver a velha febre pelos Santamaria (quem não??). 

8) Há algum post que mais tenhas gostado ou algum espaço favorito que tenhas ao longo destes onze anos do Into the Music?

Isto não se faz, é quase como escolher um filho favorito. O espaço em que mais orgulho tenho é claramente o dos Magníficos Materiais Desconhecidos, é como plantar uma árvore, na esperança de que esta cresça e se torne vital para o mundo. Já de entre 2999 posts, guardo muito carinho da colectânea de posts que desenvolvi sobre as figuras da pop mais marcantes do séc. XXI, da jornada sobre o voluntariado na Eurovisão ou sobre os dez anos do Blackout. Basicamente, todos aqueles que me desafiaram como nenhum outro.

9) Vamos assumir que tinhas poder para construir o cartaz de um mega-festival em Portugal. Como é que o intitularias, que identidade lhe conferirias e - mais importante de tudo - quais seriam os teus três cabeças de cartaz?

O que será um festival de música se não uma moldura de experiências que nenhum outro evento nos consegue oferecer? Ia com tudo à frente e escolhia a minha trindade de sonho - Beyoncé, Rihanna e Justin Timberlake - e depois podia morrer feliz. Chamava-lhe Heavenly. E ainda lhe arranjava um sponsor catita. 



10) Qual é para ti o artista mais marcante que descobriste no espaço dos Magníficos Materiais Desconhecidos?

Terá que ser a Lorde. Ver onde começou, aquilo que simbolizou, e a forma belíssima como cresceu... é um sentimento de gratidão e orgulho enorme. Tenho pena que ela seja tão reclusiva quando está fora de ciclos discográficos, mas faz tudo parte do processo criativo. É um ser muito especial.

11) Supõe que encontravas um génio da lâmpada melómano que tornava possível um destes duetos de sonho:

a) Britney Spears feat. Christina Aguilera
b) Janet Jackson feat. Ciara
c) Justin Timberlake feat. Bruno Mars
d) Ariana Grande feat. Mariah Carey
e) Beyoncé feat. Rihanna

Qual escolherias, sabendo que a tua resposta implicaria a erradicação da tua guloseima favorita. Para. Todo. O. Sempre.

Gostava de ver todos a ser concretizados, mas acho que nesta altura o mais frutuoso seria o que poderia resultar da colaboração entre Queen B e Dona Rih, por estarem ambas (ou terem ficado, quanto muito) na fase mais interessantes das suas carreiras. O mundo não estaria preparado. Mas erradicava de bom grado o fabrico de sobremesas com frutos vermelhos.

12) Portugal tem uma forte tradição de talent shows. Qual é o teu preferido dos últimos dez anos? E porquê?

a) Ídolos
b) The Voice Portugal
c) Factor X
d) Operação Triunfo
e) Rising Star
f) Quero mais é que se lixem todos

Tenho uma ligação afectiva com os quatro primeiros, mas terei de escolher Ídolos, principalmente pela forma como o país parou há dez anos para assistir à terceira edição, mas também porque é o formato que tem a mecânica mais emocionante de todos. Actualmente colocava o The Voice em descanso e apostaria numa nova edição de Factor X, porque as potencialidades são imensas. 

13) Como é que imaginas o panorama musical daqui a dez anos?

Os heróis de hoje talvez já sejam lendários, e as lendas talvez já se tenham entregue à reforma. Tudo acabará por se renovar e reinventar. Possivelmente haverá algo mais para lá do streaming. Um bom disco continuará a ser um bom disco, independentemente do formato em que for entregue. Os concertos continuarão a ser a coisa mais bonita que a música pode proporcionar. Seja como for, tenho a certeza que vou continuar a adorar decifrar música, decifrando-me pelo caminho. 

14) E agora apetece-me dizer isto:

Às vezes faz-nos falta um bocadinho de empatia e compreensão pelo próximo. Sair da nossa bolha e perceber que não estamos sozinhos neste mundo, que há mais do que uma mera agenda pessoal para ser cumprida. Estou grato por tudo aquilo que tenho. E por tudo aquilo que não tenho, também. Às vezes ainda me sinto miseravelmente incompleto, mas faz tudo parte da experiência humana. Haja sede de vida, e fôlego para efemérides como esta. Um brinde a nós!

PS: Este tema da Britjineyde é ou não é DA BOMB?

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