O discurso da década de Taylor Swift

This is control

São momentos de ouro para TayTay, recém-chegada ao clube dos 30 e agraciada com o inaugural prémio Woman of the Decade da Billboard, que recebeu munida de um discurso incrível de quinze minutos que parece ser o resumo perfeito das conquistas e batalhas que travou ao longo dos últimos dez anos.

Desde o sexismo na indústria. A falta de representação feminina em estúdios e departamentos executivos. A incapacidade de ser respeitada enquanto compositora das suas próprias canções. O escrutínio e a exigência massiva a que as mulheres estão sujeitas, mas os seus colegas homens não. A batalha judicial que trava com Scooter Braun pela compra não consentida do seu antigo catálogo. À necessidade de protecção e justa compensação da propriedade intelectual da próxima vaga de artistas, compositoras e produtoras.

O discurso de Swift também não é alheio a reconhecimentos. Como aquele que faz a Lana Del Rey, exemplo de alguém que calou as críticas pela melhoria constante do seu trabalho incansável. Ou a toda à nova geração de intérpretes e cantautoras que triunfam por mérito próprio e também apontam o dedo quando é preciso. Ou aos seus fãs, a razão principal pela qual está onde está - e pela qual importa continuar a fazer música.

É um discurso memorável e emocionante merecedor de um Nobel, que atesta bem a dimensão de Swift, na indústria e no mundo. Talvez até mesmo mais do que Beyoncé, Taylor parte para a próxima década enquanto principal defensora e activista da propriedade feminina na indústria. Alguém que cuida e luta pelos interesses da classe. Alguém que se insurge quando mais ninguém o faz, mesmo que seja incomodativo. Alguém que recupera sempre o controlo da narrativa, mesmo quando parece impossível.

Feliz aniversário, querida Taylor. A mais uma década de feitos, causas e conquistas fenomenais.

"Music. And no matter what else enter the conversation, we will always bring it back to music. And as for me, lately I've been focusing less on doing what they say I can't do, and more on doing whatever the hell I want. Thank you for a magnificent, happy-free, confused, sometimes lonely but mostly golden decade. I'm honored to be here tonight. I feel very lucky to be with you, thank you so much."