As 50 Melhores Canções Nacionais da Década: 30º-21º


A meio da lista encontramos mais ilustres:

30º The Lazy Faithful- "Good Night" (2014)- Ora aqui está uma banda a quem todos devíamos ter prestado mais atenção no decorrer da década. Deixaram obra feita em três álbuns e um EP, mas é da estreia Easy Target (2014) que lhes enaltecemos "Good Night", rock trucidante e convulsivo em nada ocioso, erguido na linhagem dos The Clash ou The Stooges. Nada menos do que um absoluto banger.

29º Orelha Negra feat. Orlando Santos- "Since You've Been Gone / A Memória" (2010)- Todos os astros se alinham nesta colaboração: um dos projectos portugueses mais singulares dos anos 10 em comunhão com uma das vozes mais distintivas da nossa praça, à boa moda de Al Green ou Marvin Gaye, na segunda melhor canção a receber tal designação, logo depois do hino maior de Kelly Clarkson. 

28º Best Youth- "Nightfalls" (2018)- Os Best Youth não fizeram outra coisa esta década se não lançar singles fantásticos. Para Cherry Domino (2018), o segundo da vida do duo portuense, as sensibilidades melódicas dreamy/synthpop de Ed Rocha Gonçalves combinam-se com as do ex-Chairlift Patrick Wimberly, e um dos momentos mais divinais é o que resulta em "Nightfalls", sobre largar as inibições e sucumbir aos instintos do corpo e do coração.

27º First Breath After Coma- "Shoes For Man With No Feet" (2013)- Uns dos activos mais ilustres da Omnichord Records nesta década foram os leirienses First Breath After Coma, que em 2013 se estreavam com The Misadventures of Anthony Knivet, pontuado pelo embalo nostálgico de "Shoes For Man With No Feet", em compelativa cama post rock.

26º Salto- "Mar Inteiro" (2015)- A maturação do primeiro para o segundo álbum dos Salto é qualquer coisa de espantosa - talvez explicada pela passagem do duo a quarteto - principalmente quando há um cartão-de-visita tão incrível quanto "Mar Inteiro": guitarras crispadas, divagações psicadélicas e versos de escapismo puro no pop/rock mais imaculado entregue em português. 

25º peixe : avião- "Quebra" (2015)- Os peixe : avião têm trilhado um dos percursos mais ímpares da música alternativa feita em português, com dois álbuns colossais editados no decurso da década. A edição de Peso Morto (2016) aprofundou o negrume em que haviam mergulhado com o anterior álbum homónimo, bem representado pelas densas explorações krautrock de um "Quebra" que expressa o pesadelo industrial do homem contemporâneo. 

24º Mónica Ferraz- "Golden Days" (2012)- O percurso com os Mesa foi pródigo em momentos valiosos, mas não conhecemos verdadeiramente Mónica Ferraz até esta se lançar numa carreira a solo com Start Stop (2010). "Go Go Go" marcou o arranque, mas foi "Golden Days" - sumptuosa balada pop/soul com filamentos de jazz - a levá-la a novos níveis de aclamação. 

23º Capitão Fausto- "Maneiras Más" (2013)- Se há dúvidas que é em Pesar o Sol (2014) que está a bíblia essencial dos Capitão Fausto, damos ouvidos a "Célebre Batalha de Formariz", "Ideias" ou "Maneiras Más" - um viçoso exemplar de rock psicadélico com divagações cósmicas sobre como ser politicamente incorrecto em tempos de conturbação social - para atestar a grandeza daquilo que estavam a construir.

22º Luísa Sobral- "Xico" (2011)- Já passaram oito anos e tal, e do "Xico" nem sinal. Há quem diga que envelheceu muito bem, pois a graça e encanto deste segundo single do disco inaugural de Luísa Sobral permanecem intactas. Jazz perfumado com influências pop, vocalizado com primor e a narrar uma história recambolesca, mas tão deliciosa. 

21º The Gift- "Primavera" (2012)- Pode uma banda viver dois momentos de particular beleza em duas décadas diferentes? Os The Gift provaram ser possível com "Primavera" - magnífica expressão de poesia e canto, de novo na língua mãe, a funcionar como o negativo de Explode (2011) - que seis anos depois de "Fácil de Entender" os voltou a colocar num patamar de ubiquidade e consenso tão raros de alcançar.


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