A estranha e maravilhosa arte de Sia, III
As canções
"Soon We'll Be Found", Some People Have Real Problems (2008)
O single mais popular extraído do 4º álbum de estúdio de Sia é também a sua primeira investida pop a ter algum impacto comercial, com ligeira expressão na Austrália, Bélgica e Reino Unido. A canção é um foco de esperança ("so come along, it won't be long 'til we return happy/ shut your eyes, there are no lies in this world we call sleep/ let's desert this day of hurt, tomorrow we'll be free") e o vídeo, com recriações artísticas de linguagem gestual, teatro de sombras e performances néon, está entre os seus melhores trabalhos visuais.
"The Girl You Lost to Cocaine", Some People Have Real Problems (2008)
Para quem não está muito familiarizado com a obra de Sia, dificilmente pensará na esquiva australiana como sendo francamente divertida. É algo que tenho vindo a constatar ao longo destes posts e que conhece um pico com o hilariante vídeo para o 2º single de Some People Have Real Problems, em que a cantora se metamorfoseia numa série de personagens peculiares, todas elas decididas a sair antes da curva que conduz ao precipício. Amor-próprio, bobagem e danças espontâneas reúnidas num cativante embrulho pop orquestral.
"Day Too Soon", Some People Have Real Problems (2008)
Já não é a primeira vez que encontramos Sia em deambulações inusitadas pela floresta (é só recuarem a "Sunday" de Colour the Small One), ainda que a bizarria máxima de "Day Too Soon" seja vê-la feita guaxini a meio gás de ser camaleão pendurada numa árvore de pernas para o ar. É uma canção muito bonita acerca de alguém que esperou a vida inteira pela pessoa certa, adornada pelo intimismo melódico dos álbuns passados, mas interpretada com o brio e a luminosidade próprios de quem encontrou a sua voz nas sensibilidades pop.
Os álbuns
Some People Have Real Problems (2008)
O 4º álbum de originais de Sia foi gravado em Nova Iorque, local para onde a artista se mudou após o falhanço comercial do disco anterior e onde desenvolveu uma sonoridade mais pop na tentativa de conseguir atingir um público mais vasto. O esforço foi bem sucedido: tornou-se no seu primeiro álbum a surgir na tabela norte-americana (nº 26) e a atingir a certificação de disco de ouro na terra natal, a Austrália. O título do álbum serve como lembrete para Sia não se esquecer de relativizar os seus problemas mundanos quando comparados com os de outras pessoas bem mais graves. De todos, é capaz de ser o disco que mais me agradou.
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