A minha estreia no Record Store Day
Já devia ter escrito acerca disto há mais tempo, só que compromissos recentes com os D'Alva, Isaura e dona Sia dificultaram-me a tarefa. Mas não podia deixar passar em branco a minha primeira experiência num Record Store Day, por excelência o dia das lojas de música independentes, que este ano se assinalou no passado Sábado, 18 de Abril.
Sempre tive curiosidade de participar neste evento, pelo menos desde que tenho conhecimento da sua existência. Fazia todo o sentido que fosse este ano, em que estou a ser exposto a uma série de novas experiências musicais, e esta era daquelas verdadeiramente imperdíveis para qualquer bom melómano que se preze.
A peregrinação teve início na Groovie, situada no Cais do Sodré, pequenina mas bem apetrechada de vinis do séc. XX catalogados com etiquetas demasiado ambiciosas para serem memorizadas. Recordo-me particularmente da vasta selecção jazz e blues e do facto de possuírem grande parte da discografia dos U2 vinilizada (algo que muito agradou à Teresa, partner da romaria). E a banda sonora da loja era muito porreira.
A segunda visita do périplo levou-nos à Twice, no Príncipe Real, em tudo semelhante à loja anterior, tirando o facto de estar mais populosa (uma presença canina também conta?) e de ter reservada uma secção de vinis em promoção. Engraçei com o Heroes do David Bowie e com uma caixa dedicada à discografia dos Beatles.
A terceira e última paragem da jornada foi também a mais frutuosa do serão, a que nos trouxe à Carbono, em plena Av. da Liberdade. Ali sim, cheirava a Record Store Day - casa cheia, muito bom ambiente e uma espécie de roda da sorte com vários prémios para sortear. Mesmo sem essa agradável combinação de factores, seria sempre a minha favorita, pois contava com uma gigantesca colecção de vinis e CDs (em segunda mão) do tempo em que já era gente e - a melhor parte - a um preço bastante catita. Mas eu não ia com intenção de comprar nada em particular (ver só bastava-me) e as poucas opções plausíveis de compra (basicamente só o Ceremonials dos Florence and the Machine) deixavam-no de o ser quando pegava nos discos e pensava para comigo que carregavam uma história e memória que não eram minhas e até que ponto a sua aquisição viria alterar o vínculo emocional que desenvolvi com o disco desde então... estão a acompanhar? Enfim, coisas que só um tipo como eu deve pensar numa ocasião destas.
Penso que o problema não seria tão evidente com álbuns que só descobri passados vários anos da sua edição. E foi graças a esse argumento que me debati por não sair da loja de mãos a abanar, na esperança de encontrar pelo menos um disco que cumprisse esse requisito: algum dos The Maccabees, Laura Marling ou Bombay Bicycle Club. Preciso era que os houvesse. Melhor sorte teve a Teresa que adquiriu um d'Os Lacraus e o de estreia dos D'Alva. Mas ela não é tão complicada quanto eu.
Fim da romaria, sem espaço para tristeza por ir de mãos vazias, até porque pela frente ainda haveria uma muito promissora Tradiio Sessions no Musicbox. Ficou o prazer da descoberta e a promessa de que para o ano voltarei a marcar presença. Com outro espírito, esperemos.
Mr. Bowie, hit it:
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