Into the Music Awards 2010-2019: Melhor Canção
A história da década que agora chega ao fim conta-se com "Get Lucky", que devolveu a febre disco /funk ao mainstream e se assumiu como o corolário de um trabalho imaculado que os Daft Punk vinham a entregar há quase vinte anos; com "Happy" de Pharrell Williams, por fim a reclamar a solo anos a fio de produções de topo com um inescapável pedaço de neo soul fulminante; com "Havana" de Camila Cabello, a fazer com estrondo a transição de destacado elemento de banda a astro a solo e a capturar com fervor o zeitgeist latino; com a enorme declaração pop maximalista de amor de "Mirrors" de um Justin Timberlake que voltava para reclamar o trono; com a pop bluesy ciclónica de "Rolling in the Deep", a colocar Adele no coração de todos nós e a fazer-nos entrar na sua jornada de desolação romântica; ou com a crítica à vida de ostentação das elites do mainstream assinada em "Royals" por uma Lorde de apenas 16 anos e sem código postal no remetente.
Mas falar dos anos 10 é também falar do génio de Kanye West, que atingia o zénite com "Runaway", pedaço de hip hop progressivo que o fez soar humano e vulnerável como poucos outros momentos na sua discografia; da maravilhosa incursão de Lady Gaga pela sétima arte que revitalizou a sua carreira aos olhos de todos e a juntou num avassalador dueto com Bradley Cooper para um "Shallow" que questiona as escolhas de vida; da vez em que Ed Sheeran nos fez desejar sentir o amor que canta em "Thinking Out Loud", por excelência a canção suprema das primeiras danças de tantos casais; da vez em que Mark Ronson e Bruno Mars convocaram o espírito funk dos anos 80 com o infalível "Uptown Funk" que não deixou ninguém quieto; do encontro divinal entre Rihanna e Calvin Harris do qual resultou "We Found Love", a marcar indelevelmente um tempo e uma geração; ou como os Fun voaram perto do sol com "We Are Young", o hino de underdogs mais bestial escutado nesse período temporal.
Assim se forma a cápsula sónica:
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