As 50 Melhores Canções Nacionais da Década: 40º-31º


Há mais para conhecer no menu nacional:

40º Batida- "Pobre e Rico" (2014)- Foi em 2012 que o projecto de Pedro Coquenão saltou para a esfera pública, munido de singles vibrantes como "Alegria" ou "Bazuka" e combinando a tradição angolana com a modernidade da electrónica. Dois anos volvidos, Batida atinge um expoente com "Pobre e Rico", apoiado num sample do tema "Café" (1976) de Matadidi Mario, e na ideia de que é a moeda e não a cor que divide as nações. Música para pensar enquanto se dança sem pudor.

39º Mesa- "Cedo o Meu Lugar" (2011)- É inconclusivo tentar apurar quando é que as coisas começaram a correr menos bem no projecto que João Pedro Coimbra e Mónica Ferraz construíram de forma tão notável no começo da década passada, mas há um carácter profético e de inegável beleza em ter uma canção como "Cedo o Meu Lugar" a pontificar a despedida. Nada voltaria a ser como dantes.

38º Expensive Soul- "O Amor é Mágico" (2010)- A banda de New Max e Demo já tinha sentido no passado o sabor do sucesso - "Eu Não Sei" e "13 Mulheres" permanecem na memória colectiva - mas "O Amor é Mágico" puxa-os para um novo patamar de aclamação e credibilidade que ainda não tinham sentido até então: bastou-lhes um sample de um tema soul dos Impressions de Curtis Mayfield e a fantástica ginga vocal de New Max para originar um novo clássico do cancioneiro português. 

37º Carminho- "As Pedras da Minha Rua" (2012)- Na cronologia de Carminho há um promissor álbum de estreia em 2009 que faz erguer sobrolhos, um maravilhoso dueto ibérico com Pablo Alborán em 2011 que expande o seu perfil dentro e fora de portas, e um segundo álbum que valida as melhores certezas a seu respeito, no ano seguinte. "As Pedras da Minha Rua" - uma arrebatadora leitura do original cantado por Fernanda Maria - corresponde ao momento em que conquista a estimada reputação que não mais a abandonaria.

36º D'Alva- "#LLS" (2015)- É a meio da década que os D'Alva operam uma mudança na forma como a pop em português é entregue: multicolorida, sem filtros, descomprometida e com recurso a hashtag. "Frescobol" e "Homologação" têm o seu quê de bestiais, mas é ainda "#LLS" que faz o melhor retrato da sua proposta sonora: entram guitarras, teclados, mesas de mistura, versos que não deveriam funcionar juntos e tudo o que #batequebate possa encapsular. Maravilhosa forma de expressão.

35º Miguel Araújo- "Os Maridos das Outras" (2012)- Ao mesmo tempo que Os Azeitonas levantavam voo com a canção dos aviões, Miguel Araújo ganhava ímpeto a solo pela obra e graça de uma canção tão astuta quanto "Os Maridos das Outras", brilhante exercício de escrita criativa ao serviço de uma melodia acústica algo surf pop. Dali, as solicitações para composições de terceiros não mais cessariam.

34º Richie Campbell- "Midnight in Lisbon" (2017)- Tem que ser uma das trajectórias mais bem conseguidas da década, a forma como Richie Campbell transita do certeiro mas limitado registo do reggae para paisagens sonoras mais amplas derivativas do R&B e de uma pop embebida pelo dancehall, com pináculo em "Midnight in Lisbon" - um dos temas estruturais de Lisboa (2017) - a dialogar no mesmo sentido de "Unforgettable" de French Montana ou "Controlla" de Drake. 

33º Buraka Som Sistema- "Hangover (BaBaBa)" (2011)- É seguro dizer que os Buraka não voltaram a atingir esta década o mesmo patamar de excelência conquistado com singles como "Sound of Kuduro" ou "Kalemba (Wegue Wegue)", mas chegaram perto com o cartão-de-visita de Komba (2011), um míssil de longe alcance fabricado na companhia de Stereotyp, que não tem outro propósito senão o de partir cada ossinho existente no nosso corpo.

32º Capitão Fausto- "Amor, a Nossa Vida" (2019)- O que andaram os Capitão Fausto para aqui chegar. Álbum consistente atrás de álbum consistente concedeu-lhes o direito de fazer uma balada tão clássica e intemporal quanto "Amor, a Nossa Vida", como se os Beatles e "Esta Balada Que te Dou" de Armando Gama pudessem coexistir pacificamente no mesmo cosmos. Quão bom é preciso ser-se para acertar logo à primeira?

31º MAU- "Safari Entrepreneur Part 2" (2013)- Ninguém diria que estes são os mesmos senhores de "Prick (I Am)" ou "Cum Sexy Cum", mas antes da sua dissolução em 2016 editaram um terceiro álbum onde pontuava este "Safari Entrepreneur Part 2", pedaço de electrónica oriental e místico, perfeito para acompanhar tempestades de areia no deserto. Still crushing like a hammer.



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