VER: Alt-J + Rae Morris + Lykke Li

Alt-J- "Hunger of the Pine"

Uma canção tão assombrosa pedia um vídeo igualmente assombroso. E um homem apenas lhe poderia fazer justiça: Nabil, realizador norte-americano conhecido pelas suas narrativas visuais altamente cinematográficas de elevado requinte estético, com elementos de fantasia e choque à mistura ("Late Night" e "Overgrown" são dois bons exemplos). "Hunger of the Pine", o 1º single que antecede o 2º álbum da banda do triângulo, tem direito a uma visão épica, sangrenta e excruciante que é imediatamente associada ao imaginário de The Hunger Games, com um herói fugitivo a correr pela vida e a ser trespassado por flechas hediondas que o conduzem a uma morte penosa. É aflitivo e doloroso vê-lo até ao fim, sob pena de deixar uma marca indelével na memória. Estupendo trabalho, malta.


Rae Morris feat. Fryars- "Cold"

É de louvar a bravura e astúcia com que Rae Morris tem firmado os seus passos ao longo de 2014, estando a construir um notável percurso que só pode resultar numa belíssima estreia discográfica, esperada em Setembro. "Cold", em colaboração com o também músico britânico Fryars, antecede um novo EP com o mesmo nome, editado a 29 de Julho, e à semelhança de vídeos seus anteriores, realça também os movimentos e formas do corpo como expressão de arte: corpos que nunca se tocam, que se cruzam em diálogos díspares e se movem de forma mecânica, num compasso já sem vida. A canção, essa, poderá ser justamente aquilo de que Rae precisava para furar de uma vez por todas o circuito mainstream. Que assim seja.


Lykke Li- "Gunshot"

Ainda acusando as sequelas de uma dolorosa separação, não se pode esperar outra coisa de Lykke Li que não evocações de mágoa, ora nas suas canções, ora nos seus vídeos. "Gunshot" - só o título já nos avisa ao que vamos - é o mais recente avanço de I Never Learn, compêndio auditivo de desolação sentimental que já nos trouxe um muito desgostoso e incrivelmente triste "No Rest for the Wicked". O vídeo que acompanha o novo single é também ele uma expressão de dor, presente nos movimentos convulsivos da cantora sueca, "baleada" pelos demónios que a atormentam ou que vai encontrando pelo caminho, uma espécie de purgatório para as almas conturbadas, ao qual nem faltam umas quantas praticantes de twerk. É fugir sem olhar para trás.



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