With Love, J.Lo: História de um Ícone Improvável- Parte II


Sem tempo a perder - a entrada nos 30 já não dava azo a grandes paragens - e com muito ainda para conquistar, Jennifer Lopez avançava logo no início de 2001 para o álbum nº2 da sua carreira, que a viu abraçar uma nova persona artística, mais ousada e demarcadamente pop, explorada em canções como "Love Don't Cost a Thing", "Play" e "I'm Real". Nascia, para o mundo, o ícone J.Lo.

O álbum foi um tremendo sucesso, vendendo 12 milhões de cópias mundialmente, sendo que 4 delas foram registadas em solo americano. Aliás, na sua semana de lançamento nos EUA, J.Lo conseguiu um facto inédito: ser a primeira entertainer a ter um álbum e um filme a ocupar o nº1, em simultâneo, na tabela de discos e na bilheteira. Nem mais - foram estes os golden days de J.Lo.

Não obstante a estrondosa prestação do disco, a editora achou que o domínio da cantora no campeonato pop poderia ser também alargado ao do R&B e hip hop. Foi assim que, finda a campanha promocional do 2º álbum, foi lançado um álbum de remixes - J to tha L-O! - propositadamente dirigido ao mercado urbano, e que continha remixes dos temas de maior sucesso dos seus primeiros dois álbuns. 

Resultado: dois singles extraídos da aventura urbana que atingiram o nº1 da Billboard Hot 100 e o próprio disco escalou, sem grandes problemas, ao topo da tabela de álbuns, tornado-se mesmo no 3º álbum de remixes mais vendido de todos os tempos (cerca de 4 milhões de cópias), apenas atrás de esforços idênticos de Michael Jackson e Madonna. A metamorfose deu-se com sucesso e J.Lo era agora uma ameaça tripla nos domínios da música e dona de uma carreira cinematográfica cada vez mais popular. Um verdadeiro ícone, de pleno direito.

As canções

"Play", J.Lo (2001)

I just wanna dance! Is that a crime? De preferência se for ao som da sua canção favorita, algo que pede incessantemente ao DJ para que aconteça - é o funk feeling e a lascívia de "Play" a falar, o bem sucedido 2º single do seu 2º álbum, marcado por um vídeo então futurista, ou não fosse Miss Lopez uma vanguardista e ditadora de tendências. Se por acaso o refrão vos soar pouco a J.Lo, é porque, de facto, não é ela que o canta, mas sim Christina Millian, que também tem créditos na escrita da canção. Valha-nos a astúcia da produção.



"Ain't It Funny", J.Lo (2001)

Criada a propósito da comédia romântica The Wedding Planner (2001), que protagonizava ao lado de Matthew McConaughey, veio a ser preterida a favor de "Love Don't Cost a Thing" pois o realizador achou que era demasiado latina para o filme em questão. Vai daí, J.Lo decidiu honrar as influências do tema - uma espécie de versão contemporânea de "La Isla Bonita" - adaptando-o em torno da cultura cigana. Sabemos que a coisa é séria quando de olhos semicerrados, J.Lo diz "estoy loca, enamorada... de ti". Quando encontra então a troupe cigana, sabemos que só poderá culminar com um amor faíscante discutido entre acesos passos de flamenco. Mas quem é capaz de lhe resistir?



"Jenny from the Block", This is Me... Then (2003)

Nada menos do que uma das canções mais singulares da cultura pop do séc. XXI. Desdenhado por muitos e aplaudido por outros tantos, é um valente hino de afirmação e orgulho às raízes de J.Lo, que sob uma infusão de batidas R&B e hip hop old school diz não se deslumbrar pela fama e sucesso que obteve desde que se tornou conhecida. Depois há este vídeo infame, em parte pela participação de Ben Affleck, o seu namorado à época, que enfrentou uma dura travessia do deserto depois de ter exposto o seu relacionamento com J.Lo desta forma. Quem sabe, não esquece: "don't be fooled by the rocks that I got/ I'm still, I'm still Jenny from the block/ used to have a little, now I have a lot/ no matter where I go, I know where I came from - South-Side BRONX!"


Discografia

J.Lo (2001)

Inicialmente intitulado The Passionate Journey, o seu 2º álbum de estúdio marca o aparecimento do nickname que a tem vindo a acompanhar até aos dias de hoje e assinala também a evolução da sua figura, para uma artista mais carnal e adepta das modernas tendências pop, dance pop e R&B, sempre sem perder o cunho latino dos primórdios. É também o seu disco de maior sucesso que compreende a altura em que deixou de ser simplesmente a actriz-cantora-nas-horas-vagas para passar a ser a cantora influente cujo sucesso excedia em larga escala a figura da grande tela. Ao contrário do álbum de estreia, aqui J.Lo teve um maior controlo criativo ao longo do processo de gravação.
Singles: "Love Don't Cost a Thing", "Play", "Ain't It Funny" e "I'm Real"

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