The Voice Portugal- Provas Cegas: 3º Programa
E ao 3º ensaio sobre a cegueira conforme as escrituras do The Voice Portugal, eis que tivemos o melhor programa até ao momento: poucas vozes duvidosas e inúmeros momentos consistentes que não raras vezes roçaram o júbilo. Começo, como sempre, pelos concorrentes que mais me entusiasmaram:
Mariana Bandhold, 18 anos- "Sweet Dreams"
Chovam aplausos, derramem-se lágrimas e lançem-se rosas porque isto foi, de facto, para lá de magistral: a melhor audição que já passou por este programa e uma das mais estrondosas que já vi em sucedâneos. Era apenas uma criança quando participou no Família Superstar da SIC (nesse tempo respondia por Vasconcelos) e não há muito tempo esteve no Factor X, onde foi eliminada na 2ª fase (escondam-se, Paulos). Estupenda interpretação, vozeirão ciclónico e uma fortíssima candidata a ganhar o programa. Caramba, arranjem-lhe um contrato.
Bruno Vieira, 18 anos- "Lambreta"
Há 2 anos atrás pôs Portugal inteiro a cantar "Anda Comigo Ver os Aviões" na última edição de Ídolos e agora arrisca-se a repetir a façanha desta feita com a "Lambreta" do senhor Zambujo - o rapaz tem tacto para escolher as canções, não haja dúvida. Excelente dicção, timbre e segurança na voz, pautada por umas belíssimas modulações tal e qual como o próprio Zambujo. E foi ainda melhor quando cantou "Lately" na versão de Samuel Úria. Vemo-nos na final, meu caro.
Pablo Oliveira, 18 anos- "Proud Mary"
Esteve, à semelhança do concorrente anterior, no Ídolos 5, onde chegou aos 15 finalistas, tendo sido logo eliminado (injustamente, pois claro) na 1ª gala. Já na altura se destacava pelo soul da sua voz, mas de lá para cá acho que melhorou francamente nesse campo e transformou-se num autêntico bulldozer. Foi uma versão pujante e imaculada, sem quaisquer exageros vocais: merecia, por isso, que mais cadeiras se tivessem virado. Rui Reininho acaba de ganhar assim, de mão beijada, o seu maior trunfo.
Inês Góis, 25 anos- "Oh Darling"
Não estava à espera de uma actuação tão boa da sua parte. Impressionou-me pela escolha musical e pelas maravilhas que fez com a voz que, à partida, parecia não denunciar tamanho assombro. Pela postura e fluidez dos movimentos, aposto que ela tem experiência de palco, talvez como vocalista de uma banda. Tal como a Marisa apontou - reparem como são sempre dela as melhores intervenções - tem uma voz pujante mas ao mesmo tempo pouco encorpada, o que de facto é interessante e pouco comum, mas pode atraiçoá-la em futuras prestações, isto se o repertório não for o mais indicado para si.
João Alves, 24 anos- "A Máquina"
É sempre um pouco ingrato para os concorrentes interpretaram temas dos artistas que se poderão tornar seus mentores. A responsabilidade é acrescida, claro, mas fica sempre a sensação de que talvez o mentor em causa se possa ter sentido na obrigação de carregar no botão. Creio que aqui não foi o caso, apesar do rapaz acusar, ao ínicio, algum nervosismo pela tarefa que tinha em mãos. Mas logo que a cadeira da Marisa se virou, foi vê-lo a ganhar confiança e a dar um belíssimo remate a tão formidável canção.
Quanto aos restantes concorrentes, também tenho alguns comentários a fazer. O Mário Pedrosa não me convenceu particularmente, foi pouco intenso para uma canção que pedia mais alma. Acho que os mentores só se sentiram compelidos a carregar pois lá sentiram que lhes fazia falta alguém não necessariamente pop nem rock nem soul. Mas olhem que de folk aquilo também não teve nada. Quanto ao Ricardo Morais (humm, será que já o vimos em algum lado?), preciso de ouvir mais dele para tirar as minhas ilações. Foi inteligente em construir a sua própria versão de "Livin' on a Prayer", mas ao fazê-lo fez com que perdesse a garra do original. Adorei, no entanto, a forma como a Marisa lutou por ele ("tu gostas de mulheres, não é? Então fica comigo!). Lembrava-me da Jéssica Cipriano da edição inaugural e mesmo não tendo evoluído por aí além, acho que mereceu seguir em frente. A Rita Seidi, apesar das desafinações, parece-me ter bastante potencial, mas não sei até que ponto estará preparada para chegar à fase das galas, tendo em conta as fabulosas prestações que temos assistido da parte de outros concorrentes. O Diogo Lestre é uma personagem autêntica, imensamente carismática, e há que lhe dar mérito por ter conseguido passar esse carisma através da voz. Teve os seus momentos, mas no geral a sua actuação foi bastante desequilibrada. Acho que o seu lugar não é bem neste programa. A dupla final de marido e mulher (isto das duplas deixa-me sempre de pé atrás), Sandra e Rui, foi bastante ternurenta e calorosa mas ficará sempre favorecida daqui para a frente, principalmente na próxima fase.
O último parágrafo dedico-o aos mentores. Começo a ficar um bocado intolerante aos argumentos mostrados pelo Mickael e Anselmo (eu ainda hei-de pesquisar essa banda de rock latino) que à falta de razões válidas, fiam-se na chamada conversa de político e num suposto (?) charme para encantar, sobretudo, as concorrentes do sexo feminino. Se eles estão apenas focados em ganhar, a Marisa, pelo contrário, preocupa-se verdadeiramente com os candidatos e em demonstrar como pode ser a pessoa certa para os fazer crescer ao longo do programa. Isso sim é de valor, e parte-me o coração vê-la destroçada quando os concorrentes a preterem por argumentos patéticos. Já o senhor Rui sabe muito bem o que quer e esgrime as suas razões com sensatez e um humor refinado. Acho, porém, que os candidatos o subestimam quando deveriam tê-lo mais em conta, já que foi ele o mentor vencedor da primeira edição. E por aqui me fico. Até para a semana!
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Olá Gonçalo!
ResponderEliminarNão sei se estás lembrado de mim mas eu acompanhei as tuas críticas sobre o Factor X e até comentei, na altura, o teu post sobre a final... Gostei bastante de seguir as tuas opiniões sobre o FX e agora como acompanho o The Voice, cá estou eu para te acompanhar mais uma vez e, desta vez, também comentar semanalmente.
Eu estou a gostar bastante do The Voice também e adorei este programa e também já conhecia as duas primeiras caras que referiste. Lembro-me bastante bem da Mariana ainda bem novinha a cantar com a mãe no programa da SIC e é bom ver como ela cresceu e evoluiu. Não gostei muito de a ouvir naquele grupo em que estava no Factor X mas talvez o grupo não fosse o mais adequado, tal como a música... Porque aqui arrasou!
Quanto ao Bruno, simplesmente adorei! Talvez o meu casting preferido até agora, se bem que houve outros que também adorei. E tal como nos Ídolos, escolheu mesmo muito bem a canção... Que timbre agradável e melodioso!
E falando em caras já conhecidas, sei de fonte segura (alguém conhecido que teve nos castings) que irá aparecer mais uma que não é indiferente aos fãs de concursos como este... O Rui Drumond da Operação Triunfo 1. Ansiosa por o ver de novo! (Espero que não te importes com o spoiler).
Também gostei bastante da Inês Góis, do Ricardo Morais e do casal de senhores que apareceu mesmo no final do capítulo.
Também concordo com a opinião sobre o júri. Gosto muito da Marisa que parece ser a mais sensata de todos e com os melhores argumentos. Também gosto muito do entusiasmo sincero e paixão que ela tem demonstrado, tal como o facto de se mostrar muito humana... Exactamente as mesmas qualidades que me fizeram cair de amores pela Sónia no Factor X, se bem que eu já era fã desta última antes do FX. Também não compreendo como não há mais concorrentes a escolher o Rui... Ele é sem dúvida, ponderado e competente. E quanto ao Anselmo e ao Mickael, eles divertem-me, por vezes, mas também não gosto do modo de persuasão deles... Aliás, nem entendo como tanta gente os escolhe, principalmente o Anselmo. Nada contra ele, mas seria o último que eu escolheria se tivesse oportunidade de escolha.
Um abraço!
Olá Sofia! Claro que me lembro de ti, como é que eu me poderia esquecer da autora de um dos comentários mais bonitos que já recebi aqui no blog? Fez maravilhas pelo meu ego e deu-me alento para outros post, muito obrigado :)
EliminarE que bom é saber que continuas desse lado a acompanhar as minhas dissertações! Bem, e este teu comentário está qualquer coisa de espectacular: sinto-me honrado (e até um pouco abananado, digamos) por te teres dado ao trabalho de fazer uma apreciação tão completa.
Referindo alguns dos pontos que mencionaste:
Naturalmente que a Mariana não passou a ser fantástica de um dia para o outro. Já demonstrava que viria a ser uma óptima artista no Família Superstar e quando esteve no Factor X, há meses atrás, não sei ao certo o que terá acontecido (pudera, mostraram apenas 5 segundos da sua participação) mas os próprios contornos do programa poderão ter levado a que ficasse pelo caminho cedo demais. Acho que o facto de existir no The Voice uma banda ao vivo, faz com que os concorrentes consigam brilhar ainda mais e daí termos tido audições tão estrondosas, como foi o seu caso. Creio que está muito melhor enquadrada neste programa do que no anterior, se bem que carrega desde já um enorme peso às costas: o de manter a fasquia elevadíssima que fixou logo nesta Prova Cega.
Acho que fez bem ao Bruno esta interregno de dois anos, pois serviu para amadurecer enquanto artista. Talvez tenha sido uma das poucas boas decisões do Ídolos: libertá-lo, apenas para mais tarde vir ter a este programa. Parece-me muito sereno e seguro e consigo imaginá-lo a disputar a final.
Não tem mal algum teres mencionado o Rui, até porque eu já o tinha vislumbrado numa das promos iniciais. Tal como tu, também o admiro bastante, não tanto pelo percurso da OT1 (aí ainda era muito novinho e recordo-me apenas das caras e não dos feitos) mas mais pela sua prestação no Dança Comigo, onde dava voz aos temas que os concorrentes dançavam. Que fabuloso intérprete que ele é... Acho que vai estar para esta nova edição como o Ricardo Oliveira esteve na anterior: um repetente que chegará, de certo, bastante longe.
Sim, de facto, o Anselmo e o Mickael trazem a boa disposição ao programa, mas depois na hora de serem sérios e justificarem a sua presença no programa, põe-se a disparatar e a fazer pouco de quem apresenta argumentos mais fortes. Julgo que há uma boa dose de estratégia na forma como os concorrentes escolhem os mentores, e por aí se justifica o facto de tantos os escolherem, talvez por pensarem que têm as equipas mais fracas, o que até não anda muito longe da verdade: o Mickael só tem dois trunfos - a Mariana e a Renata - enquanto o Anselmo parece-me ainda ter menos - assim que me recorde, só a Leonor. A Marisa é de longe a que reúne a equipa mais imbatível. Já o Rui, devagar vai levando a água ao seu moinho, mas aposto que ainda vai acabar com um excelente grupo de candidatos.
Resta-me agradecer, uma vez mais, pelo comentário, e espero que daqui em diante possas comentar mais vezes sempre sem receio algum de expôr a tua opinião, por mais diferente que seja da minha. Beijinhos!
Olá Gonçalo!
ResponderEliminarFico muito feliz que gostaste de receber a minha mensagem. Eu demoro a decidir-me a escrever mas quando escrevo, normalmente saem grandes testamentos mesmo. Por isso, habitua-te porque vou continuar a fazê-lo! ;)
Eu também sempre achei que a Mariana tinha potencial. Ela e a mãe eram uma das minhas duplas favoritas do programa apesar de não o acompanhar assim com tanta frequência. Vamos lá ver o que se segue mas creio que se vai sair bem no The Voice.
Quanto ao Bruno, concordo que ele amadureceu muito, até em termos vocais. Realmente, estes dois anos fizeram-lhe bem e estou com muitas expectativas em relação a ele. Espero que não errem nas escolhas musicais para ele. :)
Quanto ao Rui Drumond, eu concordo que ele evoluiu muito desde a primeira OT1. Mas é inevitável que eu o relembre muito daí porque a primeira Operação Triunfo marcou-me muito! Talvez como nenhum outro programa me marcou... Tenho um carinho enorme por quase todos os participantes dessa temporada e uma grande frustração por a maioria deles não ter vingado como eu acho que mereciam. Sei mais alguns pormenores sobre a audição dele... Não me vou alongar muito mas posso dizer que correu muitíssimo bem! :)
Sobre a estratégia dos concorrentes, talvez estejas certo... Mas a longo prazo, essa estratégia pode não resultar por causa das escolhas musicais.
Olhando para as equipas até agora, também acho que a da Marisa é a mais forte. Da equipa do Anselmo, a Leonor é mesmo o grande trunfo, se bem que também gosto da Constança. A equipa do Mickael até é interessante... Acho que tem ali candidatos com mais potencial do que aquele que demonstraram nos castings. Mas sim, concordo que a Mariana e a Renata são os elementos que mais se destacam. O Rui tem o Alexandre e o Fábio que me agradaram bastante. Já a Marisa tem vários com imenso potencial: a Inês Góis, o Miguel, a Maria Constança, a Gabriela, o João, o Ricardo e o Bruno. Mas devo dizer que o Rui irá ter alguma vantagem se as coisas continuarem a progredir desta maneira... Ele vai devagarinho, devagarinho mas irá ter mais oportunidade de escolha quando os outros tiverem com as equipas completas. A Marisa não tarda já não poderá escolher ninguém e o Mickael vai pelo mesmo caminho...
Eu tenho medo é da fase das batalhas... Normalmente nessa fase, acontecem sempre algumas injustiças. É de longe, a fase do programa que eu menos gosto.
Obrigada eu! É um prazer acompanhar as tuas crónicas! Hoje lá estarei a ver o The Voice! :)
Beijinhos!