Into the Music, 11 anos depois

Este ano quase que me esquecia de assinalar este aniversário. Primeiro porque há todo um evento maior a acontecer, com a celebração do que melhor se fez esta década, e que acaba por espelhar a própria existência do blogue, e depois porque passando a meta dos dez anos parece que não resta outro propósito se não o de existir - um pouco à semelhança do que acontece na vida real, com os aniversários humanos.

Mas é um tanto triste se guiarmos a nossa existência pela passagem do tempo. Existir não só porque podemos, mas porque queremos e podemos fazer algo diferente com a oportunidade que nos é concedida. Tento olhar para o Into the Music um bocadinho com essa filosofia - de outra forma nem valia a pena continuar aqui.

Divirto-me tanto a imaginar e a criar conteúdos, que às vezes pergunto-me o que faltará ainda inventar ou, melhor ainda, quantas abordagens diferentes pode ter uma só canção, mencionada vezes sem conta em listas, throwbacks e afins. E de cada vez que o faço, descubro que a magia nunca acaba. Haverá sempre inúmeras maneiras de abordar "Toxic", "Teenage Dream" ou "Havana", porque a distância e a perspectiva de quem as vê será diferente.

E depois descubro igualmente que há uma cerimónia de prémios que me deixa entusiasmado como acontecia no início. Um álbum que povoa os meus sonhos e me leva a querer escrever febrilmente sobre ele. Um regresso glorioso que vale a pena acompanhar. Uma ascensão meteórica que merece ser documentada. Uma efeméride que mais ninguém vai assinalar se não eu. E renasço todo os dias, com cada post.

A responsabilidade pesa, mas o conhecimento da causa e a identificação são cada vez maiores. O Into the Music é só um blogue no endereço, porque entretanto tornou-se história contemporânea viva, documentada em directo e a cores, de valor e dedicação incalculáveis. Que se possam continuar a sentir bem-vindos para o visitar, e que nunca falhe a inspiração daqueles que o tornam possível - o meu sincero obrigado a todos.

Afinal de contas, este aniversário não é de todo um fardo. É uma reflexão necessária que justifica o propósito do próprio blogue e deste que vos escreve: que nunca percamos a capacidade de valorizar e agradecer o que de bom temos na vida. Parabéns, a este e muitos mais aniversários.