With Love, J.Lo: História de um Ícone Improvável- Parte III


Jennifer Lopez sempre foi uma mulher de grandes paixões. E isso é algo que transparece tanto nas suas criações artísticas como pelos célebres relacionamentos que foi coleccionando ao longo da vida. O amor é o seu combustível, o que a move enquanto mulher e artista.

De 1997 a 1998 foi casada com Ojani Noa, um empregado cubano. Em 1999, no processo de gravação do álbum de estreia, manteve um mediático relacionamento com o rapper P. Diddy que terminou por altura do lançamento de "Love Don't Cost a Thing". Em Setembro de 2001 trocou alianças com um bailarino seu, Cris Judd - possível de ser visto no vídeo dessa mesma canção - com quem esteve casada até Junho de 2002.

É nesse mesmo ano que conhece Ben Affleck e se perde de amores por ele, vivendo uma intensa história de amor acompanhada a par e passo pela imprensa, que até baptizou o casal de 'Bennifer'. Aliás, a badalada relação foi documentada no seu 3º álbum de estúdio, This Is Me... Then (2002), com vários temas dedicados ao actor, que se viu envolto num circo mediático tal que ia destruindo a sua carreira cinematográfica.

O relacionamento chegaria ao fim em Janeiro de 2004, mas J.Lo não fecharia o coração ao amor. É então que o seu caminho se volta a cruzar com o de Marc Anthony, amigo de longa data, com quem subiria ao altar pela terceira vez em Junho de 2004. É nesse clima de núpcias mais recatado e sereno que nasce a inspiração para o seu 4º disco, Rebirth, lançado em Fevereiro de 2005, após uma pausa sabática de dois anos afastada da esfera mediática e dedicada inteiramente à sétima arte.

Não se sabe ao certo se o cantor latino foi o grande amor da sua vida, mas pelo menos foi o parceiro que mais tempo esteve casado consigo. Pela primeira vez em muitos anos, J.Lo tinha encontrado estabilidade ao amor e a sua carreira preparava-se para entrar noutro patamar.

As canções

"I'm Glad", This Is Me... Then (2003)

Feliz com a perfomance dos anteriores singles, mas preocupada com o facto de serem uma revisitação do seu passado, J.Lo só sentiu plenamente satisfeita ao lançar "I'm Glad" como 3º avanço do seu 3º trabalho de estúdio - uma canção que descrevia, por fim, a mulher em que se havia tornado, reflectindo o estado luminoso que atravessava. O tema marca pontos pelo espectacular vídeo que o acompanha e que presta homenagem ao mítico Flashdance, com diversas cenas suas recriadas fielmente. Um ponto alto da sua videografia e trabalho coreográfico.



"Baby I Love U!", This Is Me... Then (2003)

A fechar esta era temos uma das baladas mais notáveis do seu percurso, dedicada com paixão a Ben Affleck, com quem viveu um muito mediático romance à época (Bennifer, lembram-se?). O vídeo é de uma simplicidade desarmante, mostrando uma J.Lo de trazer por casa que, apoiada por uma óptima iluminação e generosos planos faciais, esbanja charme e encanto, mantendo-nos presos ao seu olhar durante quatro minutos e meio. A canção teve uma fraca expressão comercial em todo o lado, excepção feita ao Reino Unido, onde chegou ao top 3.



"Get Right", Rebirth (2005)

O romance com Ben vai pelo cano abaixo, numa separação igualmente mediatizada que levou J.Lo a afastar-se do panorama musical durante dois anos. O regresso à boa forma fez-se no início de 2005 ao som de "Get Right", um estupendo híbrido dance pop/R&B/funk com um loop de saxofone que hoje em dia é tão recorrente nos grandes hits da temporada. O vídeo é outro dos seus trabalhos mais aclamados, podendo nele assistir-se ao desdobramento de Jennifers: são 8 ao todo, qual delas a mais cativante? Nota de destaque também para a icónica sequência coreográfica com a bengala. Depois de "Get Right" seguir-se-ia um período sabático de hits que levaria 6 anos a ser quebrado.



Os álbuns

This Is Me... Then (2002)

O seu 3º álbum de estúdio é nada menos do que uma imensa carta de amor a Ben Affleck. E talvez por isso seja considerado o seu disco mais infame à data. Porque tanto o relacionamento com o actor de Pearl Harbor não perdurou, nem as canções de This Is Me... Then ficaram para a história, à excepção dessa pérola da pop culture que é "Jenny from the Block". É um álbum contaminado por uma enorme embriaguez romântica, com canções R&B e soul cantadas de coração na mão e mais maduras quando comparadas à dance pop/pop latina presente nos discos anteriores, tendo este sido o seu último grande sucesso de vendas. Não é que seja uma mancha na sua discografia, mas sim um retrato distante no tempo de uma mulher que nunca se coibiu de cantar acerca das suas paixões.
Singles: "Jenny from the Block", "All I Have", "I'm Glad" e "Baby I Love U!"


Rebirth (2005)

Rebirth é a regeneração de J.Lo enquanto mulher e artista que encontra um novo rumo para a sua vida e carreira. Sonicamente não aponta novo território, é antes um aprofundar da matéria dada no último disco, com demoradas paragens em baladas R&B e hip hop com inspirados momentos funk. Felizmente, não vive de uma sobredosagem romântica como o seu antecessor. Comercialmente o álbum não teve o desempenho esperado, tendo-se afundado após o estrondoso 1º single. A culpa foi certamente da editora e não da matéria-prima, pois "Cherry Pie", "Whatever You Wanna Do" ou "Step Into My World" teriam dado bons singles e evitado a ruína. Uma pena, pois o álbum até é dos mais decentes da sua discografia.
Singles: "Get Right" e "Hold You Down"

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