Os discos que 2015 ainda nos reserva

Sem rodeios, a rentrée de 2015 é facilmente a mais morna desta década, com poucos lançamentos dignos de marcar na agenda. A expectativa prende-se principalmente com os indecisos de última hora. Há espaço para tudo neste post:


Lana Del Rey- Honeymoon 
Data de lançamento: 18 Setembro
Ponto da situação: 3º álbum de estúdio para a cantautora indie pop, lançado 15 meses após o último Ultraviolence
O que podemos esperar: Um reencontro com a atmosfera gangsta noir de Born to Die alinhavado a três pares de mãos apenas. Incluída no alinhamento há uma releitura de "Don't Let Me Be Misunderstood" de Nina Simone
Temas já conhecidos: "Honeymoon", "High By the Beach", "Terrence Loves You" e "Music to Watch Boys To"



Chvrches- Every Open Eye
Data de lançamento: 25 Setembro
Ponto da situação: segundo disco do trio escocês formado por Lauren Mayberry, Iain Cook e Martin Doherty
O que podemos esperar: nova dose de synthpop ciber-espacial naquilo que se adivinha ser uma dita evolução na continuidade
Temas já conhecidos: "Get Away", "Leave a Trace", "Never Ending Circles" e "Clearest Blue"




Disclosure- Caracal
Data de lançamento: 25 Setembro
Ponto da situação: álbum nº2 para os irmãos Lawrence
O que podemos esperar: exploração da receita future house/garage apresentada no fenomenal Settle, com a certeza de que são as canções que servem os artistas e não o contrário. Entram a bordo The Weeknd, Sam Smith, Gregory Porter, Lion Babe, Kwabs, Lorde, Miguel, Nao e Jordan Rakei.
Temas já conhecidos: uma catrefada deles - "Bang That", "Holding On", "Omen", Willing & Able" e "Hourglass"



Rudimental- We the Generation
Data de lançamento: 2 Outubro
Ponto da situação: 2º álbum para o colectivo de Hackney
O que podemos esperar: investidas drum and bass, liquid funk e house em vozes como as de Lianne La Havas, Will Heard, MNEK, Ella Eyre, Foy Vance ou Bobby Womack
Temas já conhecidos: A coisa não está muito famosa, baseada em "Bloodstream", "Never Let You Go", "Love Ain't Just a Word" e "I Will for Love". Salva-se a inescapável "Rumour Mill"



Editors- In Dream
Data de lançamento: 2 Outubro
Ponto da situação: 5º álbum da vida do grupo inglês
O que podemos esperar: O primeiro disco com dois novos elementos na banda, produzido na íntegra e em reclusão por esta, guiado pela crença de que "a música pode ser pop e experimental em simultâneo". Tomara que o conteúdo seja tão magnífico quanto a capa.
Temas já conhecidos: "No Harm", "Marching Orders" e "Life Is a Fear"



Janet Jackson- Unbreakable
Data de lançamento: 2 Outubro
Ponto da situação: 11º registo de originais para a mais nova do clã Jackson; o  primeiro que edita em 7 anos e com o selo da sua Rhythm Nation Records
O que podemos esperar: Uma obra que reflecte acerca das suas experiências de vida, a perda do irmão Michael e tópicos sociais, devolvendo-a aos colaboradores de longa data Jimmy Jam e Terry Lewis
Temas já conhecidos: "No Sleeep" e "Unbreakable"



Hurts- Surrender
Data de lançamento: 9 Outubro
Ponto da situação: 3º álbum de estúdio da dupla britânica
O que podemos esperar: Um trabalho mais ameno e dançável registado entre Ibiza, Los Angeles, Nova Iorque e os Alpes Suíços e gravado sob o comando de Stuart Price, Jonas Quant e Ariel Rechtshaid
Temas já conhecidos: Um quarteto de canções que rompe com a tradição pop noir do grupo - "Some Kind of Heaven", "Rolling Stone", "Lights" e "Slow"



Demi Lovato- Confident
Data de lançamento: 16 Outubro
Ponto da situação: 5º disco de originais da antiga estrela Disney
O que podemos esperar: Bem, uma Demi Lovato livre, leve, solta e confiante na sua própria pele. Max Martin e Iggy Azalea constam da ficha técnica
Temas já conhecidos: Um "Cool for the Summer" levado da breca




Pentatonix- Pentatonix
Data de lançamento: 16 Outubro
Ponto da situação: 3º disco de originais para o grupo acapella, o oitavo se contarmos com os EPs
O que podemos esperar: Trata-se de um passo decisivo na carreira ascendent dos Pentatonix - será o primeiro trabalho da banda inteiramente composto por material original
Temas já conhecidos: A versão do grupo para "Cheerleader" (na versão deluxe) e o inédito "Can't Sleep Love"




Neon Indian- VEGA INTL. Night School
Data de lançamento: 16 Outubro
Ponto da situação: terceiro álbum do projecto norte-americano liderado por Alan Palomo, sucessor de Era Extraña (2011)
O que podemos esperar: Memórias das experiências nocturnas do vocalista, que intitula Night Schools aos "sítios a que vai durante a noite", pois "é quando mais se aprende acerca da natureza humana". Porque à noite todos os gatos são pardos, já dizia o ditado
Temas já conhecidos: Os excelentes "Annie" e "Slumlord"



Little Mix- Get Weird
Data de lançamento: 6 de Novembro
Ponto da situação: 3º de originais para as vencedoras da 8ª edição do The X Factor britânico
O que podemos esperar: Talvez o álbum que consolide a posição das Little Mix como a maior girlsband dos anos 10. O quarteto promete uma sonoridade mais pop e colorida face ao anterior Salute (2013), com a irreverência de sempre
Temas já conhecidos: A bubblegum pop de "Black Magic" o single promocional "Hair"



Outros lançamentos:

Beirut - No No No (já disponível)
Kwabs- Love + War (já disponível)
Leona Lewis- I Am (já disponível)
Gabrielle Aplin- Light Up the Dark (18 Setembro)
Kurt Vile- b'lieve I'm going down (25 Setembro)
Eagles of Death Metal- Zipper Down (2 Outubro)
John Grant- Grey Tickles, Black Pressure (2 Outubro)
Alesha Dixon- Do It for Love (9 Outubro)
John Newman- Revolve (16 Outubro)
Anastacia- The Ultimate Collection (6 Novembro)


Incógnitas:

Adele


Ainda não há confirmação oficial por parte da cantora, mas parece que Novembro será o mês da edição do tão aguardado novo álbum. Consta que Danger Mouse, Tobias Jesso Jr. e Ryan Tedder estão envolvidos na produção do terceiro disco da inglesa, supostamente intitulado 25. Caso se confirme a suspeita, preparem-se para uma chuva de recordes e milhões.


Ariana Grande- Moonlight


Notícias de um futuro terceiro álbum da cantora de "Problem" surgiram em Maio, após ter publicado excertos da canção "Intro" na sua conta do Twitter. "Focus On Me" é veículado como o cartão de visita de Moonlight, naquele que poderá ser o terceiro lançamento consecutivo da antiga estrela do Nickelodeon. Até lá, veremo-la em Scream Queens, a nova série de Ryan Murphy. 


Drake- Views From The 6


Não nos podemos queixar da falta de material em 2015 do rapper canadiano, algo que a mixtape If You're Reading This It's Too Late veio preencher com altos louvores. Mas Views From The 6 há muito que está prometido e a leva de novas canções - "Charged Up", "Back to Back", "Hotline Bling" e "Right Hand" - fazem crer que estará para breve. Espera-se que seja lançado exclusivamente pela nova plataforma de streaming da Apple. 


Ellie Goulding


Entre reedições, conquistas, colaborações e inclusões em tudo o que é banda sonora, Ellie Goulding chegou definitivamente à primeira liga do mainstream e agora só falta um novo álbum que possa capitalizar todo o sucesso. O sucessor de Halcyon (2012) chegará no último trimestre do ano e, para já, apenas se conhece o nome do primeiro single - "On My Mind". Max Martin está envolvido na produção e a cantora descreve o novo registo como "música de dança com sabor a final de Verão". 


James Blake- Radio Silence


O título há muito que já o temos, bem como a promessa de chegada. Estará o autor de Radio Silence a acusar a pressão de igualar o sucesso criativo dos dois primeiros álbuns ou estará James Blake a coordenar a sua agenda em função do período de eligibilidade para o Mercury Prize 2016? Do sucessor de Overgrown (2013) apenas se sabe que contará com os préstimos de Bon Iver e Kanye West.


Kanye West- SWISH


Desde que So Help Me God passou a SWISH, não tivemos mais nenhuma amostra do novo álbum de Yeezy. Mas houve uma mediática e criticada actuação em Glastonbury, a entrega do prémio carreira nos últimos MTV Video Music Awards e o anúncio bomba que se seguiu - a intenção de candidatura à Casa Branca em 2020. De surpresa ou não, com lançamento físico ou exclusivo para o Tidal, uma nova obra de Kanye West irá sempre moldar o seu tempo.  


Macklemore & Ryan Lewis


Foi há dois anos que The Heist triunfou no mainstream, mas a sua edição data de há três. A dupla formada pelo rapper Ben Haggerty e o produtor Ryan Lewis voltou recentemente a activar as engrenagens do projecto com "Downtown", megalómano single que antecede o novo álbum do projecto, muito provavelmente a sair ainda este ano.


Rihanna


Cá estamos outra vez na encruzilhada. Houve um excelente "FourFiveSeconds", um confuso "Bitch Better Have My Money" e um inspirador mas despercebido "American Oxygen", só nos primeiros quatro meses do ano. Depois, o silêncio. A intenção de Rihanna para o 8º álbum de estúdio passa por fazer música "intemporal", mas talvez ainda não esteja preparada para abdicar da posição comercial que um salto artístico desses implica. Sabe Deus quantos temas já reescreveu, deitou fora ou guardou para mais tarde. Ou então está a enganar-nos todos muito bem e prepara-se para dar um golpe à Beyoncé. Quem diria que um dia tanta fartura daria em fome desmesurada?


Sia- This Is Acting


Há largos meses que Sia nos vai revelando detalhes deste seu novo trabalho, o sétimo da sua carreira. O pretexto para This Is Acting é o de reunir em disco um punhado de canções que escreveu para outros artistas e que de alguma forma não foram gravadas por eles, resultando daqui um disco menos autobiográfico e plenamente pop. "Alive", o cartão de visita, consta que esteve na calha para o novo disco de Adele e aguarda lançamento no final deste mês. 


Tinashe- Joyride


Muitas esperanças estão depositadas numa das maiores promessas do novo R&B. Recentemente deu por terminada a era Aquarius (2014) e logo anunciou o sucessor Joyride com um teaser no YouTube. Sabe-se que Tinashe tem trabalhado com a equipa de produtores de Dr. Luke (onde se encontram por exemplo Cirkut e Ammo) e com Max Martin, o que sugere uma abordagem mais comercial. Teremos The Weeknd no feminino para a recta final de 2015?

Esperemos que no balanço do último trimestre do ano o saldo seja positivo. Vamos lá, vamos lá, tudo a colaborar para torná-lo memorável :)

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Comentários

  1. Deste verão gostei particularmente de três discos: Florence and the Machine, Bon Jovi e Leona Lewis. Quanto ao da Florence Welch e Leona Lewis foram uma agradável surpresa. Creio que são os seus melhores trabalhos.

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    1. Não tinha pensando nisso, mas destaco os últimos de Tame Impala, Everything Everything e dona Florence como os que mais me marcaram nesta estação.

      O novo dos Bon Jovi quase que passava despercebido, não houve uma grande aposta de marketing como em trabalhos anteriores, e o da Leona Lewis ainda não tive oportunidade de ouvir mas tenho curiosidade.

      Para mim o melhor de Florence continua a ser o Ceremonials, é perfeito. Este último traz novos ares para a banda, mas não é tão memorável como os primeiros, apesar de ter momentos muito bons.

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    2. Também gostei muito do álbum de Tame Impala, foi outra surpresa.
      Florence nunca desilude. E o da Leona é de longe o seu melhor trabalho... E todo escrito por ela. :)

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    3. Ok, tenho obrigatoriamente que expandir o meu top 3 para top 5 e acrescentar o Wildheart do Miguel e o novo de The Weeknd, belos exemplares de como pode e deve ser o R&B em 2015.

      Primeiro as colaborações com o Mark Ronson e depois o excelente novo disco da sua banda a expandir-se para linguagens mais pop... estou fã do senhor Kevin Parker!

      Da discografia de Leona só ouvi o Glassheart do início ao fim, os dois primeiros conheço só os singles e algum ou outro tema solto, mas a sensação que tenho é que ela se desvaneceu por culpa da editora. Agora que se libertou do anterior contrato, espero encontrá-la mais confiante e madura. Mesmo que o sucesso comercial não seja o mesmo de outrora, nada é mais gratificante do que ver um artista a fazer aquilo que quer da forma que bem entender.

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    4. Tudo o que é comercial, eu oiço. Ainda hoje acabei de ouvir o "I cry when i laugh" da Jess Glynne e adorei!
      Eu sempre gostei muito da Leona porque nunca precisou de se sexualizar para vender. O seu maior sucesso a nível comercial é, para mim, um dos seus trabalhos mais fracos onde apenas se salva "Bleeding Love", "Better in Time", "Run", "I Will Be" e "Yesterday". Já o segundo, "Echo", é quase tão bom como este "I Am", e até me lembro que li num artigo da Allmusic que qualquer canção podia ser single. Glassheart "Trouble" é fantástico e não entendo o insucesso a nível de vendas. "I Am" foi uma surpresa, principalmente a balada escrita por Diane Warren onde também tem créditos da Leona. Realmente não é apenas a Leona Lewis a passar por fracassos em vendas... Já Christina Aguilera, Alexandra Burke, Ciara entre outras "divas" passam por tempos de grandes dificuldades. Acho que o mercado deixou de ter capacidade para absorver as grandes vozes do panorama atual. Ainda assim volto a insistir para que oiças "I Am". O seu single e homónimo tem uma vibe "Trouble" que eu adoro. E as baladas são poderosas. :)

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    5. Curioso, foi justamente ontem que escutei também o da Jess Glynne! Andava há semanas à espera que estivesse disponível no Spotify e ontem apanhei-o por fim. Gostei mais do que estava à espera, quero ver se falo acerca dele aqui no blog entretanto :)

      Olha eu do Spirit, para além dos que referiste, sempre achei piada ao "Whatever It Takes", "Take a Bow" e "The First Time Ever I Saw Your Face". Do Echo só guardo boa memória de "Happy", "Outta My Head" e "Stop Crying Your Heart Out". De Glassheart é a "Shake You Up", o tema-título e "Trouble", que de facto é muito boa. Irei sim ouvir o novo álbum, mas tenho uns em espera para despachar primeiro.

      Não acho que seja um problema comum às grandes vozes, é mesmo geracional. Se olharmos para as grandes estrelas pop de há 10 anos (Britney, Mariah Carey, Kelly Clarkson, Gwen Stefani, Avril Lavigne, Christina Aguilera, até Madonna) nenhuma delas conseguiu manter o nível de sucesso de lá para cá. Depois houve a explosão da EDM, das redes sociais e da própria forma de consumo da música - as regras mudam e as caras renovam-se. As estrelas de hoje não serão as mesmas de amanhã.

      Apesar de mal-tratadas pelo público, as grandes vozes terão sempre lugar no panorama e hipótese de voltar ao topo, pois só dependem do seu aparelho vocal. Não necessitam de seguir modas, perduram pelo seu talento.

      Acredito num eventual ressurgimento da Leona, Xtina, Alexandra Burke, Kelly Clarkson e afins porque se é verdade que por cada Selena Gomez, Katy Perry ou Miley Cyrus surgem outras 9 ou 10 a cada esquina, por cada grande voz aparece uma de tempos em tempos. Nesta década, se não estou em erro, acho que a Ariana Grande foi o único achado na ala feminina em termos vocais e mesmo assim ainda tem muito para desenvolver. Na masculina temos o Sam Smith, que encosta a um canto muitas vozes femininas.

      Pode ser que o regresso da Adele seja o ponto de viragem :)

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