Roteiro Super Bock Super Rock 2015
O rock está efectivamente de volta à cidade na edição em que se comemoram 20 anos de existência de um festival que em 2015 diz adeus ao Meco e retorna à Lisboa que o viu nascer. Ao longo de três dias passam pelo Parque das Nações nomes maiores da nação alternativa e uma selecção lusa de luxo, espalhados por 4 palcos. Aqui fica o roteiro do escriba:
16 Julho
Sting e Noel Gallagher pós-Liam são os incontornáveis do primeiro dia. Ninguém no seu perfeito juízo - que tenha comprado bilhete, leia-se - perde a oportunidade de ver o ex-Police e o ex-Oasis ao vivo. Não só porque permanecem relevantes nas suas carreiras a solo mas porque são muito bem capazes de revisitar hinos do passado. Uma lição de história, pois claro.
Não são eles quem precisa de destaque. Ensanduichados entre os senhores estão o jovem prodígio francês da electrónica, Madeon, e os garageiros The Vaccines, praticantes do melhor indie rock britânico dos anos 10. O festival não tem grande tradição de nomes electrónicos, mas escolhe-os a dedo: não se deixem enganar pelo ar franzino de Madeon, o "miúdo" está uns bons degraus acima de congéneres europeus e americanos e vem apresentar o álbum de estreia, Adventure, ainda fresco na memória. Confere: este é daqueles que não se limita a carregar no play. Já a malta de "Post Break-Up Sex" (do excelente disco de estreia de 2011) vem estrear entre nós as canções do também recomendável English Graffiti, lançado em Maio. No palco EDP merecem destaque Aaron Jerome aka SBTRKT, o senhor da máscara tribal, com Wonder Where We Land a desembarcar no Parque das Nações e Perfume Genius, autor de um dos discos mais aclamados de 2014, Too Bright, responsável pela subida de escalão na divisão indie - apenas o brilho do Tejo em tons de prata poderá rivalizar com o seu. Nas cores nacionais destaco os Gala Drop e Duquesa, projecto mai lindo do vocalista dos Glockenwise, com o palco da Antena 3 à sua espera.
17 Julho
No ano em que Damon Albarn e companhia voltaram às edições discográficas, tê-los por cá é muito bom sinal. Com metade dos Oasis em palco e os Blur à cabeçeira, a britpop não poderia estar melhor representada. E talvez sejam estes últimos o grande atractivo da edição deste ano. Trazem The Magic Whip no bolso e toda uma bagagem de hinos geracionais às costas. Quanto à parceria entre Jorge Palma e Sérgio Godinho, o que dizer? Dois reis para uma só nação - lição de história, parte II.
Há uma banda que merecia honras de palco principal e que se contentará em encerrar as festividades do palco EDP, ao menos numa hora nobre - Bombay Bicycle Club. Muito me espantou esta contratação, não só porque em 2014 já tinham alinhado pelos lados da Bela Vista, mas também pelo abrandamento de concertos no ano corrente. Salvo escassas datas em Inglaterra, a vinda a Portugal é uma excepção - só pode ser amor, mesmo. So Long, See You Tomorrow, o último disco, continuará tão encantador como no primeiro dia. Depois de uma celebrada passagem pelo Vodafone Mexefest em Novembro passado, Kindness volta a pisar solo luso para uma vez mais festejarmos ao som de Otherness. Compatriotas a ter debaixo de olho? Ainda no palco EDP a estreante Isaura, escolhida para actuar no festival graças aos investidores do Tradiio, com as canções de Serendipity aptas a conquistar mais uns quantos corações e, já noutro quadrante, no palco da Antena 3, os portuenses Best Youth em peregrinação à lua e um White Haus a queimar os últimos cartuchos antes do regresso aos X-Wife.
18 Julho
Se tudo correr bem, será este o dia em que me estreio no SBSR. Um só motivo de peso, mas com ramificações deveras interessantes.
Duas apresentações em 2010 (uma na Aula Magna, outra num palco secundário do Alive) e uma cancelada por motivos de saúde dois anos mais tarde no Passeio Marítimo de Algés como cabeças de cartaz - é o regresso/redenção dos Florence and the Machine em solo português e na única arena capaz de fazer justiça à envergadura de um projecto que cresceu de forma incrível nos últimos 5 anos. Marcamos encontro com uma Florence Welsh recentemente recuperada de uma entorse no pé adquirida em pleno Coachella, que foi promovida a atracção principal de Glastonbury em substituição dos Foo Fighters e que ainda se encontra em estado de graça pelo lançamento de How Big, How Blue, How Beautiful. As ramificações são mais que muitas. Temos os FFS, aliança forjada entre os Franz Ferdinand e os Sparks, estando curioso porque nunca vi a malta de "Take Me Out" ao vivo e nada conheço do grupo a que se aliaram; a aliança luso-brasileira da Banda do Mar, que só peca por se sobrepôr ao concerto de FFS (será, pois, o grande dilema do dia); Rodrigo Amarante e o seu Cavalo para montar quando o sol estiver a descer no horizonte; os lo-fiers Unknown Mortal Orchestra com Multi-Love para espalhar pela multidão; e uma selecção das quinas muito apetitosa composta por We Trust, D'Alva e Thunder & Co. a militarem no palco Antena 3.
Roteiro feito, vemo-nos no Parque das Nações. Bom festival a todos!
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