Odisseia Musical: 2007, Ventos de Mudança- Parte II

Foi em 2007 que descobri o YouTube, essa maravilhosa janela para um mundo de conteúdos virtuais, de entre os quais importa aqui falar dos vídeos musicais. E graças a essa descoberta, a minha vida (e a de muitas outras pessoas) nunca mais foi a mesma.

Posso mesmo falar de um Antes-YT e de um Depois-YT.

O antes é referente a um passado ainda não muito longínquo mas que parece ter sido há décadas: era o tempo em que cabia à MTV o papel primordial de educar e entreter toda uma geração de telespectadores que aguardavam religiosamente pelo momento em que seria transmitido o seu vídeo de eleição. Era também a época de culto dos videoclipes, autênticas obras-de-arte que prendiam milhões ao ecrã.

O depois corresponde à actual era que atravessamos, aquela que é sinónimo do "à distância de um clique" e que o YouTube fez questão de propagar para os vídeos musicais, construindo um depósito vastíssimo que engloba uma infinidade de artistas, temas e vídeos de diferentes eras e estilos, capazes de ir ao encontro do mais exigente dos melómanos. Com a massificação, porém, perdeu-se um pouco o gosto e a estética dos vídeos: é o tempo das modas virais e em que o comum dos mortais se pode tornar uma estrela à custa da sua criatividade. O que se ganhou em quantidade e acessibilidade, perdeu-se em qualidade.

Pessoalmente, considero que foi uma das melhores invenções de sempre. Possibilitou-me o acesso a vídeos e artistas que tão cedo não iria descobrir na TV, fez-me evoluir enquanto melómano e não há dia que passe sem que eu vá lá. Aliás, já nem me recordo da última vez que vi a estreia de um vídeo novo via TV. Tudo passa pelo YouTube, e quem não passa por lá, está fora.

Escusado será dizer que este blog não poderia existir sem o YouTube. Sem ele a maioria dos meus posts não seriam mais do que telas despidas de pigmentos e não conseguiria transmitir o que nem mil palavras conseguem. Parecendo que não, devo-lhe uma quota parte do que sou hoje. Se poderia viver sem ele? Poder, podia, mas não era a mesma coisa.

Os temas que mais me marcaram

9º Arctic Monkeys- "Brianstorm", Favourite Worst Nightmare

Quem tem seguido esta Odisseia Musical, achará no mínimo estranho encontrar por aqui uns Arctic Monkeys, que em 2007 eram já considerados malta da pesada. Na altura ainda era um rapaz da pop, mas o encanto pelos Monkeys sempre esteve lá, mesmo quando pouco ou nada percebia de boa música. "Brianstorm" é toda ela electricidade e puro êxtase delirante. Uma razão para ter gostado tanto disto? A coreografia do vídeo, que me fez perceber a essência do tema.



8º Justin Timberlake- "What Goes Around ... Comes Around", FutureSex/LoveSounds

Tido como a sequela de "Cry Me a River", o 3º single de FutureSex/LoveSounds foi o ponto de partida para a criação do álbum. De novo com o trio maravilha aos comandos - Timberlake, Timbaland e Danja - "What Goes Around..." foi mais um "mimo" para quem-nós-sabemos. Para a história fica o colossal vídeo de 9 minutos, uma história de traição e amor trágico protagonizada pela soberba Scarlett Johansson. JT a fazer história, como sempre.



7º Timbaland feat. Heri Hilson and D.O.E.- "The Way I Are", Shock Value

Timbaland já tinha feito magia com os álbuns de Justin Timberlake e Nelly Furtado, só faltava mesmo capitalizar em nome próprio o proveito que estava a ter. E foi o que fez no Verão de 2007, com um álbum repleto de convidados de luxo e temas bombásticos. "The Way I Are" é o exemplo máximo da sua mestria, apontando as coordenadas do futuro graças a uma mistura explosiva de electropop, disco, R&B e techno. Keri Hilson foi o trunfo secreto.



Os álbuns que mais me marcaram

3º Britney Spears- Blackout

4 anos passaram sem que Britney lançasse um novo álbum. Caída em desgraça e a enfrentar um verdadeiro inferno, o escape acabou por ser a música. E o que dali nasceu foi aquele que é considerado o seu melhor álbum de sempre e um dos mais influentes dos anos 00. Blackout é puro êxtase auto-tune, uma incursão diabólica pela electropop, disco, funk e dubstep, um disco obscuro a nível musical mas com uma energia bastante positiva, em tudo contrastando com o tumulto em que a sua vida havia mergulhado. Reconheço a importância do disco, mas não está entre os meus favoritos da sua obra. Talvez não lhe tenha dado a atenção que merecia...
Este é o álbum de: "Gimme More", "Piece of Me" e "Break the Ice"

Fim da parte II. Escavamos mais fundo pelas minhas memórias de 2007 já na próxima semana. Fiquem desse lado.

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