Odisseia Musical: 2007, Ventos de Mudança- Parte III

Todos os melómanos têm as suas fontes de informação e eu não sou excepção. Não as vou revelar todas, obviamente (o secretismo e mistério acima de tudo), mas tenho que referir a pioneira e a principal culpada pelo meu vasto conhecimento acerca da música contemporânea.

Wikipédia. Sim, essa mesmo. Pode parecer estúpido ou redutor, mas garanto-vos que não há enciclopédia musical mais completa que esta. Gratuita, actualizada ao minuto e com todas as informações e mais alguma acerca de todo e qualquer artista. É claro que a sua utilidade não se esgota aí, mas é de música que falamos e por isso importa apenas falar desse ramo.

Começei a utilizá-la regularmente em 2007, e só não foi antes porque até então pensava que a internet servia apenas para jogar e fazer trabalhos. Cedo percebi, porém, que era na versão em inglês que estava a nata das informações musicais. Numa primeira fase a língua foi um obstáculo - com 15 anos não era assim tão dotado linguisticamente falando - mas pé ante pé e movido por uma imensa curiosidade, lá fui abrindo caminho rumo à sabedoria.

Lá encontra-se, detalhadamente, a vida e obra completa dos artistas. Desde os primeiros passos até aos dias de hoje, não há pormenor que escape aos seus radares. Utilizo-a diariamente, seja para consultar informações acerca de um tema ou disco, ou, mais comumente, para descobrir qual a posição actual de um single nos topes e as certificações por ele obtidas.

Nos primeiros tempos este vício assemelhava-se até a um esquema organizado, na medida em que tinha uma folha em que apontava o nome de todos os artistas do meu interesse, e depois, entre 3/4 vezes por semana, corria a extensa lista de uma ponta à outra apenas com o intuito de descobrir as últimas novidades desses mesmos artistas. Era um ritual algo penoso, mas era a única maneira de saciar a minha sede musical.

Hoje em dia já tenho outras fontes mais especializadas e imediatas, mas a Wikipédia continua a ser um fiel auxiliar, um complemento importantíssimo para o trabalho que desempenho neste blog. Qual bíblia musical, é sempre a reposta para as minhas preces.

Os temas que mais me marcaram

6º Paramore- "Misery Business", Riot!

Pop punk energético e um diabo da Tasmânia de cabelo laranja e vermelho à solta: nunca me canso de repetir que o dia em que descobri os Paramore foi um dos mais felizes da minha vida. "Misery Business" proporcionou-lhes a sua primeira escalada aos topes e serviu de hino pessoal a uma revolução interior que à época atravessava.



5º Britney Spears- "Gimme More", Blackout

It's Britney, bitch! No meio de um turbilhão pessoal e de um comportamento errático, é quase irónico dizer que Britney Spears nunca esteve tão certa de nada como quando lançou "Gimme More", inesquecível cartão de visita de Blackout. E parece também impossível que um dos piores vídeo da sua carreira ilustre um dos melhores temas. Mas é a mais pura das verdades. É o inferno levado à pista de dança e uma das melhores criações dos anos 00.



4º Nelly Furtado- "Say It Right", Loose

É o pico máximo da parceria entre Nelly e Timbaland, um pedaço alado de pop e R&B que marcou toda uma geração e um período particularmente bonito para a música. Lembro-me que teve uma longevidade tremenda, ouvia-se a toda a hora e instante mas nunca, nunca mesmo, chegou a cansar. Julgo até que tem propriedades mágicas. É lindo e acho que todos sentem o mesmo quando a ouvem.



Os álbuns que mais me marcaram

2º Kelly Clarkson- My December

Depois do sucesso de Breakaway, Kelly tinha apenas 2 caminhos: ou seguia a mesma linha pop/rock comercial ou dava o salto e seguia os seus instintos criativos. E foi o que fez. My December nasceu de um período negro, quase depressivo, em que a cantora acusou o desgaste e a pressão que o sucesso acarreta e necessitou de o extravasar nas suas criações, que soaram mais obscuras e pesadas a nível sonoro. Digamos que funcionou como o álbum da revolta de Kelly Clarkson, o momento em que decidiu ser mais do que uma marioneta nas mãos da sua editora. É uma obra corajosa, a minha favorita da sua discografia e que me fez admirá-la mais ainda.
Este é o álbum de: "Never Again", "Sober", "One Minute", "Don't Waste Your Time"

Fim da parte III. Conclui-se na próxima semana a viagem pelas minhas memórias musicais de 2007. Continuem desse lado porque vai valer a pena.

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