Odisseia Musical: 2007, Ventos de Mudança- Parte IV

A última paragem pelos meandros de 2007 destina-se a recordar os artistas que mais se destacaram nesse ano: Rihanna, Nelly Furtado, Timbaland e Amy Winehouse.

Ainda a dar os primeiros passos, 2007 foi o ano da consagração de Rihanna, recheado de feitos notáveis que a tornaram numa estrela à escala mundial e no maior fenómeno de vendas desse ano. Com a edição do seu 3º álbum, Good Girl Gone Bad, a cantora de Barbados colocou o reggae e o dancehall de lado e aventurou-se pelas sonoridades dance pop e R&B que a haveriam de levar ao topo das tabelas. "Umbrella", "Shut Up and Drive", "Hate That I Love You e "Don't Stop the Music" foram o pináculo de uma das mais fabulosas criações do séc. XXI.




Nelly Furtado não só continuou em alta como ainda teve um ano tão bom ou melhor que 2006: Loose tornou-se num caso sério de sucesso e longevidade nas tabelas graças a temas como "Do It", "Say It Right" ou "All Good Things (Come to an End)", sendo que estes dois últimos perduraram durante muito tempo. E há que falar também de Timbaland, o homem por detrás do sucesso de Loose, que com a edição de Shock Value tornou-se no produtor mais requisitado e conceituado da época. Temas como "Give It to Me", "The Way I Are", "Apologize" e "Scream" ajudaram a inscrever o seu nome a ouro no hall of fame de 2007.

E como não referir Amy Winehouse, não é? Back to Black havia sido editado em Outubro de 2006, para a aclamação consensual da crítica e do público, mas seria só uns meses mais tarde, com o interesse mórbido na vida privada da cantora a despoletar a curiosidade geral, que o álbum se tornaria num fenómeno sem precedentes. Uma mistura de jazz, soul e R&B, presente em temas como "Rehab", "You Know I'm No Good", "Tears Dry on Their Own" e "Love Is a Losing Game", que lhe espelhava a alma e revelava um talento e personalidade ímpares. Os excessos de uma paixão amaldiçoada acabariam com ela nos anos seguintes, mas o seu legado perdura, imaculado.

Acho que se pode dizer que 2007 foi um óptimo ano para a música, recheado de bons temas e de ideias inovadoras. Foi também o fechar de um ciclo: a partir daqui nada seria igual como dantes. Eu, sem o saber, também estava prestes a abraçar o meu destino, encaminhando-me para aquele que viria a ser o grande projecto da minha vida...

Os temas que mais me marcaram

3º Nelly Furtado- "All Good Things (Come to an End)", Loose

É o meu tema favorito de Nelly Furtado, retirado de um dos meus álbuns favoritos de sempre. Traz-me sempre uma grande paz de espírito e é sinónimo de melancolia, nostalgia e saudade. É também um contraponto de um álbum tão carnal e eclético, mas Loose não seria o mesmo sem ele. Guardo-o na mão e oiço-o com a alma e coração.



2º Rihanna feat. Jay-Z- "Umbrella", Good Girl Gone Bad

Guarda-chuvas ao alto para aquele que é um dos temas incontornáveis da década passada. "Umbrella" foi o grande salto na carreira de Rihanna, o momento em que abraçou a estrela pop que estava destinada a ser e o primeiro de muitos hits (muitos mesmo) de uma carreira incansável. Eu já gostava dela, mas foi este tema que me fez ficar fanático. Aliás, como é que não poderia ficar, com um refrão monstruoso e uma pronúncia irresistível ("Umbarella-ella-ella") como esta?



1º Rihanna- "Don't Stop the Music", Good Girl Gone Bad

E depois veio "Don't Stop the Music" para me deixar perdidamente apaixonado. Lançado como 4º single do álbum, trouxe pura euforia dance pop e techno e uma estupenda interpolação - "Mama-say, mama-sa, ma-ma-ko-ssa" - retirada de "Wanna Be Startin' Somethin'" de Michael Jackson, para dar vida a um dos singles mais infecciosos da década passada. É irresistível e faz-me querer dançar como se não houvesse amanhã. Um estrondo autêntico.



Os álbuns que mais me marcaram

1º Rihanna- Good Girl Gone Bad

O desfecho não poderia ser outro: é Rihanna quem mais ordena nas minhas memórias musicais de 2007. Good Girl Gone Bad foi o álbum decisivo para a sua subida de divisão a mega-estrela planetária e marcou o início de uma espiral de sucesso ascendente que ainda hoje não conheceu nenhum dissabor. Ousado, infeccioso e fascinante, o "bad" era só para assustar: Rihanna primava pela inocência e a bad girl de hoje ainda não morava aqui. Era a nível sonoro que se tinha revoltado, ou emancipado, por outras palavras. Está repleto de hits de uma ponta à outra e é um álbum muito bem conseguido que de certa forma veio ocupar o vazio que Britney Spears tinha deixado em mim.
Este é o álbum de: "Umbrella", "Shut Up and Drive", "Hate That I Love You", "Don't Stop the Music" e "Rehab".

Termina aqui a viagem pelo ano de 2007. Daqui em diante a história entra noutro patamar e entramos nos anos de existência do Into the Music. Os capítulos serão mais curtos e as memórias mais vívidas mas não menos marcantes. Estamos a meio caminho, não percam o que ainda está para vir.

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