12 Figuras Que Marcam a Pop do Séc. XXI (11º-Lady Gaga)


Muitas têm sido as candidatas a cobiçar o trono de Madonna ao longo do seu extenso reinado - de Janet Jackson, Kylie Minogue, Mariah Carey a Britney Spears - mas talvez nenhuma outra tenha estado tão perto de o conseguir neste milénio quanto Lady Gaga. Por ora as artroses ainda não são suficientemente fortes para a Rainha abdicar do título, mas a sucessão estará muito provavelmente nas mãos daquela que melhor assegurar a herança política, social, artística e cultural de Miss Ciccone - bingo, a Mother Monster em carne e osso.

Essa é desde logo uma herança que Lady Gaga traduz a partir do primeiro dia. Figura de proa do movimento responsável pela profusão da electropop no circuito mainstream com The Fame (2008), a obra de estreia, Gaga afirma-se não só pela força das canções orelhudas como pelo arrojo visual com que se apresenta quer publicamente, em palco ou nos videoclipes, estes últimos verdadeiros marcos da cultura pop numa era em que os telediscos tinham perdido a importância de outrora.

Marca a diferença pela imagem, pela música, pelo poder da performance e até mesmo pelo discurso vocacionado a todos aqueles que se sentem oprimidos e à margem da sociedade - os little monsters, como orgulhosamente se autoproclama a sua falange de seguidores. É todo um culto que se gera à volta de uma figura que se inspira em ícones glam rock como David Bowie ou Freddie Mercury e nos ensinamentos da pop art para ditar a maior revolução sónica e visual que o mundo da pop assistiu neste milénio.

Os problemas surgem quando o fenómeno se torna demasiado insustentável: Born This Way (2011), o primeiro tropeção artístico, é fruto de uma megalomania que ainda não estava pronta para abraçar logo ao segundo álbum, a mesma responsável pelo fracasso (aí sim não só criativo como comercial) da tentativa de desconstrução do já referido conceito Warholiano no tépido Artpop (2013).

Faltará a Lady Gaga a compreensão de que um ícone não se mede apenas pela grandeza dos seus actos, mas também pela capacidade de se reinventar sem perder a sua significância - o meio é a mensagem, sim, mas esta terá de ser decifrável e universal. Nesse dia, então, o trono será seu.

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