Adeus a David Bowie (1947-2016)


Dois dias após o seu 69º aniversário e do lançamento de Blackstar, 25º álbum de uma longa e preenchida carreira musical, David Bowie morreu ontem, a 10 de Janeiro, vítima de um cancro que lhe havia sido diagnosticado há dezoito meses.

A notícia apanhou fãs e a comunidade musical de surpresa, estando a causar um profundo eco nas redes sociais, onde lamentações, partilhas e homenagens se multiplicam, e a ser amplamente divulgada pelos órgãos de comunicação social um pouco por todo o mundo. Percebe-se o porquê: falamos de um homem transversal a várias gerações, responsável por profundas transformações e revoluções na história da música ao longo de várias décadas.

Deixo epitáfios para quem de direito. Da minha curta e distante experiência com Bowie, recordo o senhor de olhos estranhos e fascinantes cuja vida e obra me foi transmitida através das páginas da Blitz, que me ensinou a respeitá-lo e admirá-lo, ainda que muito do seu alcance me escapasse. 

Essa é uma (re)descoberta que estamos sempre a tempo de fazer. Para os que o acompanharam, a ausência física induz um vazio que a vasta obra poderá colmatar. Para os que apanharam o comboio já no final, haverá uma vida inteira para descobrir o que Bowie fez com a sua. Continuará a existir também um pedacinho dele nas nossas vidas graças às largas centenas de artistas e bandas que fizeram dele uma referência para construir o seu caminho. 

Perdurará, pois, o visionário, o transgressor e o camaleão.

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