Dream Girl- A Beytrospective, Parte III
As canções
14º "If I Were a Boy", I Am... Sasha Fierce (2008)
Nem todas as canções de Beyoncé me caem no goto logo à primeira. Eventualmente acabo por vir a gostar delas, não sem antes oferecer resistência. "If I Were a Boy" será, talvez, o caso mais gritante - em parte porque, dado o seu conteúdo, é mais fácil para uma rapariga identificar-se com ela e depois porque exige alguma reflexão. Se virmos bem, há por aqui um lado pedagógico: podemos daqui retirar tanto sobre a condição feminina, nomeadamente ao que à desigualdade de géneros diz respeito. A forma como o video foi dirigido, o modo como a história se processa e a impressionante entrega vocal de Beyoncé fazem com que este seja um dos marcos da sua carreira. A alertar consciências desde 2008.
13º "Broken-Hearted Girl", I Am... Sasha Fierce (2008)
Tenho a ligeira impressão de que gosto um nadinha mais deste tema do que seria suposto: por razões que não consigo apurar, é um dos temas do seu repertório que mais cantarolo. É um dos meus momentos favoritos do disco I Am... mas tenho plena noção de quem nem por sombras está ao nível das suas melhores baladas. Parece ser ter sido criado para a lágrima fácil - piano e secção de cordas a apelar ao clinex - e até em termos líricos não apresenta grande relevância. Desconfio que o segredo esteja na forma como a drum machine foi incorporada - são pequenos detalhes que fazem toda a diferença.
12º "Countdown", 4 (2011)
A par de "Run the World (Girls)", é capaz de ser o tema mais fora-da-caixa da discografia de Beyoncé, residente nesse maravilhoso trabalho que é o seu 4º álbum de estúdio. Influências de funk, hip hop, dancehall, reggae e instrumentalização que compreende teclados, sintetizadores, bateria militar, guitarras e trompetes fazem deste um dos seus temas mais elaborados, em que enuncia 10 formas de amar o seu Jay-Z. O vídeo é um autêntico festim visual, conjugando elementos clássicos e modernos, e nele é possível notar a gravidez de Bey. Creio que "Countdown" esteve à frente do seu próprio tempo, razão que explica o seu fraco desempenho comercial. Em 3, 2, 1:
11º "Upgrade U", B'Day (2006)
Um dos muitos singles promocionais do seu 2º disco, é também um dos momentos mais irresistíveis de B'Day. É uma valente ode ao materialismo, cheia de referências a marcas luxuosas e ao poder e status que o bling bling pode "aparentemente" (reparem no uso das aspas) conferir a uma pessoa. O curioso é que, num mundo dominado por homens, seja uma mulher a fazer este tipo de promessas ao seu mais-que-tudo. E Beyoncé fá-lo convincentemente, sem qualquer arrogância à mistura. A quebrar barreiras desde 2006.
Os álbuns
3º I Am... Sasha Fierce (2008)
De um lado temos I Am, a faceta mais intimista de Beyoncé que reflecte a artista por detrás da maquilhagem, dos holofotes e do showbiz, dominado por baladas pop e R&B e regido por uma estrutura algo convencional. Do outro a fogosa e imponente Sasha Fierce, uma espécie de alter-ego que Bey encontrou para descrever o seu lado mais agressivo e sensual que vem ao de cima quando sobe ao palco e que se caracteriza por canções uptempo que combinam a estética electropop, europop e hip hop, pouco exploradas nos seus discos anteriores. Apesar da temática dual e de uma recepção pouco animadora por parte da crítica, é capaz de ser o seu disco mais apelativo e comercial de sempre.
Singles: "If I Were a Boy", "Single Ladies (Put a Ring on It)", "Diva", "Halo", "Ego", "Sweet Dreams", "Broken-Hearted Girl", "Video Phone" e "Why Don't You Love Me"
Fim da parte III. Na próxima semana descubram quais as canções que ocupam os primeiros lugares do top 10 e o meu 2º álbum favorito.
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