VER: Lady Gaga- G.U.Y.

Not giving in

As coisas não estavam a correr bem para Lady Gaga. Aliás, desde que a era ARTPOP começou, que não acerta uma: foi ofuscada desde início por Katy Perry quando decidiu lançar o seu "Applause" no mesmo dia que "Roar", teve nas mãos um potencial hit com "Do What U Want", que lhe fugiu muito por culpa das complicações que rodearam o lançamento do vídeo - ainda por revelar - o próprio disco tem tido uma performance muito inferior à dos seus outros dois álbuns e cada vez mais é-lhe atribuído o rótulo de "fracasso".

Das duas uma: ou erguia a cabeça e seguia em frente, por muito que isso lhe custasse, ou relançava a campanha promocional do álbum, desta vez à séria e sem espaço para falhas. E é precisamente isso que acontece neste "G.U.Y." (sigla para Girl Under You) 3º single de ARTPOP produzido pela própria Gaga e por Zedd e que se destaca como sendo um dos momentos mais cativantes do registo. Neste que é o seu primeiro vídeo em 7 meses, a cantora recupera o controlo criativo que há muito lhe escapava e oferece-nos o seu teledisco mais estrondoso desde "Bad Romance", possivelmente, que não é mais do que um mini-filme de teor épico com 4 canções à mistura. Vejamos:

O vídeo começa num descampado ao som de "Artpop" com uma horda de homens de fato à bulha por causa de dinheiro e eis que surge Lady Gaga prostrada no chão, qual pássaro ferido trespassado por uma seta, vítima da ganância dos homens famintos de poder e ambição. Combalida e gravemente ferida, a Birdy-Gaga lá acaba por encontrar a muito custo um mosteiro que vai na volta é uma bruta mansão - Hearst Castle - onde está a decorrer uma sumptuosa festa. Ao som de "Venus" - cantado em playback por um quarteto de donas de casa desesperadas ao estilo de Beverly Hills -  é recolhida para o seu interior, onde é depositada na piscina de modo a ser alvo de um ritual curativo.

Segundos depois eis que renasce na pele de uma Deusa Grega e já ao som de "G.U.Y.", surge rodeada de uma larga prole de figuras mitológicas em coreografias sincronizadas, figurinos exuberantes (o da escultura de lego ganha o prémio da mais excêntrica), ressuscitando ilustres como  Michael Jackson, Ghandi, John Lennon e Jesus Cristo. A acção prossegue com a cantora a executar o seu plano de vingança contra os homens de fato, invadindo a sua empresa, aniquilando-os e substituindo-os por clones G.U.Y. criados a partir do sangue dos ressuscitados. Os 4 minutos finais são reservados para os créditos, mostrados ao som de "Manicure".

Não fará milagres pelo seu estado, é certo, mas é um excelente "regresso" para a artista outrora tida como a sucessora de Madonna enquanto Rainha da Pop. Afinal de contas, os rumores da sua morte eram exagerados.

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