Magníficos Materiais Desconhecidos: Classe de 2012


Recordamos agora os "licenciados" de 2012:

- Os Of Monsters and Men eram os Arcade Fire islandeses para a nova geração que não chegou a tempo do despertar da troupe de Montreal. O mesmo sentido de comunidade e união, mas com canções mais singelas e feéricas. O êxito global de "Little Talks" é uma das histórias de sucesso mais improváveis deste espaço, do qual (também inesperadamente) foram vencedores.

- Para todos os efeitos, Azealia Banks foi a revelação maior do ano, ou pelo menos a que mais consenso gerou entre a crítica e o público. Teve um arranque fortíssimo com o explosivo "212" e o fantástico EP de estreia. Mas deitou tudo a perder quando os impasses editoriais e o mau feitio se sobrepuseram ao génio. 



- Eu não gostava dos Fun. quando os promovi a "Magníficos". Acho que devia estar desesperado com falta de novos talentos, pois faço sempre questão de me identificar com os artistas. "We are Young" acabou inevitavelmente por entrar na minha vida, assim como as canções de Some Nights. E eles foram os heróis da liga indie em 2012.

- Os Karmin são capazes de ser um dos maiores fenómenos de sempre nascidos no YouTube. Recordo-me que no dia em que os descobri, ouvi todos os covers que tinham disponibilizado no canal, tamanha era a química e a magia que deles brotava. Poderão até nunca subir de divisão, mas serão sempre os melhores no seu campeonato.



- Lucy Rose é uma paixão para a vida. A outrora rapariga conhecida apenas  pelos coros em discos dos Bombay Bicycle Club conquistou o seu espaço a solo com canções folk harmoniosas e desarmantes como "Middle of the Bed" e "Bikes". É gira, canta bem, sabe tocar guitarra e bateria e tem um bom sentido de humor - o que não haverá para gostar?

- Há uma torrente de questões que assomam no dia em que conheço os Bastille: são franceses? é um projecto a solo ou em grupo? que proposta tão excitante e enigmática é esta? No início era "Bad Blood" e "Overjoyed". 6 meses mais tarde surgia "Pompeii" e ano e meio depois já haviam conquistado o mundo. Eu sabia que eram especiais. 



- Rita Ora era a tal que não passava de um mero clone de Rihanna, tanto pela trajectória comercial (no mesmo ano colocou 3 singles e o disco de estreia no nº1 da tabela britânica), como pela sonoridade tão maleável em consonância com as últimas tendências. Ainda hoje não percebo quem é artisticamente, mas reconheço que tem talento e bastante potencial de estrela. 

- Não raramente fico assoberbado pela qualidade dos talentos que por aqui passam, mas nenhuns me deixaram de cara tão à banda quanto os Everything Everything, das bandas mais intensas e audaciosas que chegaram até mim. "Cough Cough" foi um catalisador de mudança que viria a ser decisivo na minha evolução enquanto melómano.

- Penso que nunca esperei tanto para colocar um artista neste espaço quanto esperei por Sky Ferreira. Detectei-a em 2010, ainda produto synthpop manufacturado e inacabado, reencontrei-a dois anos mais tarde a fervilhar de potencial com um formidável "Everything Is Embarrassing" a emanar luz ao fundo do túnel. 



- Acontece o inverso com Rae Morris: descubro-a ainda a dar os primeiros passos, e é preciso esperar 26 meses pela edição do seu disco de estreia. Tenho-a visto crescer com muito orgulho e a desenvolver-se numa das mais promissoras artistas da sua geração. De tímida Birdy passou a serena Kate Bush - uma incrível e surpreendente metamorfose.

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