Factor X: 7ª Gala- Top 7
Numa noite em que o top 3 começou a tomar forma, as Cupcake voltaram a ficar no limbo pela 4ª vez, num bottom two previsível em que travaram forças com o Diogo. A decisão final coube a Sónia Tavares, que optou por salvar, uma vez mais, a girlsband de Paulo Ventura.
As minhas actuações favoritas:
D8- "Coming Home"
José Freitas- "It's Not Unusual"
Mariana- "Billie Jean"
D8- "Coming Home"
José Freitas- "It's Not Unusual"
Mariana- "Billie Jean"
Berg- "True Colors"
Aqui vou eu para as minhas divagações:
Jovens
D8- De todos os heróis da Marvel, o Batman sempre foi o meu favorito. Talvez porque fuja ao estereótipo do herói comum e seja o mais hercúleo de todos, na medida em que não tem superpoder nenhum - é um cidadão comum que tenta repôr a justiça social em Gotham City. E sim, inspirei-me no boné do miúdo para fazer a seguinte analogia: o D8 é o Batman do Factor X, o herói insuspeito em que ninguém acreditava e que já se tornou num dos estandartes do programa, a cara e o nome que mais facilmente o povo português recordará quando, um dia mais tarde, a memória falhar e não sobrarem mais do que breves fragmentos que a retina ousou cristalizar para todo o sempre. Tal como o Batman, mas aplicado ao território das cantigas, também ele não tem uma arma secreta evidente: não atinge graves nem agudos, não é dado a falsetes nem a acrobacias vocais. Pouco canta. Mas fala e muito. Do que sabe e do que não sabe - é a sua verdade, afinal de contas. E, de alguma forma, consegue sempre chegar ao coração das pessoas: ontem mais ainda, pois falou directamente para a nação, aquela que avança à custa de "Passos" hesitantes e que cada vez mais é sinónimo de emigração. Tal como o Batman, também ele se esforça mais do que os restantes 6 heróis: não imita, reeinventa. Escolhe os beats, uma temática e deixa os versos fluir. Parece-me a mim que ontem deixou tudo bem claro - é dele a 3ª vaga na final (partindo do princípio que o Berg e a Mariana há muito ocupam as duas primeiras) que até há semana passada pertencia à Sara. Esperemos que no fim, o destino dele seja diferente do de Bruce Wayne - afinal de contas, não é do "factor x" que andamos à procura?
Mariana- Terei sido o único a achar que esta foi uma das suas melhores actuações? Às tantas penso que eu e os mentores andamos a assistir a programas diferentes... que raio de críticas foram aquelas? Ela fez tudo certo: dançou de forma impecável sem que isso afectasse a sua prestação, atingiu as notas com destreza e trouxe ao palco uma das performances mais originais que já vi em programas do género. Melhor ainda, cantou um tema do século XX, algo que já não acontecia desde o Bootcamp e que eu tanto vinha a pedir. Seria lamentável se ela continuasse na onda do "Wrecking Ball", sem dúvida a sua prestação mais desinteressante, agora o que fez ontem foi espantoso. Mais: há que lhe dar crédito por ter apenas 17 anos e aliar de forma impressionante uma voz possante e deliciosamente soul a uma fantástica desenvoltura e entrega em palco. Por favor, mantenham-na no século XX.
Diogo- Concordo inteiramente com a sua saída que, aliás, já deveria ter acontecido na semana passada. Nunca gostei muito dele, como bem sabem, mas é inegável a evolução que teve desde o começo das galas, nomeadamente ao nível da performance e postura em palco. Não senti que "Treasure" fosse o tema indicado para si (apreciei o toque de modernidade da escolha, porém) pois não se adequou à sua textura vocal. E não é que seja uma canção regular, como o Ventura disse, até porque Bruno Mars a torna deliciosamente funky e irresístivel, simplesmente o Diogo não lhe conseguiu fazer justiça. E confesso que gostei bem mais de ver as bailarinas em acção do que a sua prestação, em concreto. À despedida, o tira-teimas: ele de facto tem a voz (algo que sempre realçei), mas o "factor x", esse, está longe de o ter.
Adultos
José Freitas- Talvez tenha sido a sua melhor actuação, a par de "Barcelona" - arrebatadora, triunfante e de uma pujança incrível. Gostei muito, pois claro (e as bailarinas voltaram a captar a minha atenção). Começo a achar que, aos poucos, ele se está a transformar no "dark horse" lá do sítio: de início passava despercebido e poucos eram aqueles que lhe vaticinavam um longo percurso no programa. Sete galas volvidas, vejam só onde ele chegou - aos 6 finalistas e sem nunca ter estado nos menos votados. É obra.
Berg- Finalmente começa a demonstrar o porquê de ser um dos grandes favoritos à vitória e a mostrar todas as suas potencialidades enquanto músico experiente que é. "True Colors" foi um momento intimista muito bem conseguido e que o volta a colocar na dianteira, depois de uns deslizes algo comprometedores nas semanas anteriores. Continuo a dizer que lhe está a faltar uma actuação em português - agradar aos portugueses não basta, é preciso chegar-lhes ao coração. E nada melhor do que a língua de Camões para o conseguir, certo?
Grupos
Aurora- Na verdade preferia discorrer acerca de um texto intitulado "coisas mais interessantes para fazer do que falar/debater/pensar nos Aurora" ou até mesmo "1001 nomes para boysbands que afinal de contas não são boysbands, melhores do que Aurora". Vá, agora um pouco mais a sério: continuam na mesma tecla, de maneira que não tenho muito mais a acrescentar relativamente a tudo aquilo que tenho dito acerca deles nas semanas passadas. A não ser que, desta vez, me pareceram mais fortes vocalmente a nível individual. E a interacção com o público é, de facto, muito inteligente da parte deles. É isto e já foi muito bom, visto que continuo a não nutrir muita simpatia pelos moços.
Cupcake- Se elas de facto fossem um cupcake, seriam o melhor do mundo - daqueles que, por mais esmagado e desfigurado que esteja, continuam a saber deliciosamente bem. E jamais se estragam, mesmo findo o seu prazo de validade. Assim é a história sofrida destas 4 raparigas no Factor X: postas na corda bamba pela 4ª vez, o mesmo número de vezes que conseguiram ser salvas, continuam de pedra e cal, mesmo depois de tantas tentativas de gulodice exterminadora. E o mais incrível é que já há muito perderam a corrida (daqui em diante vão estar sempre nos menos votados, querem apostar?) e mesmo assim resistem. O que é espantoso. Podem não ter o voto do público (o meu têm de certeza) mas o dos mentores é muito mais precioso e motivo de orgulho: é sinal de que estão a fazer as coisas bem. Ontem, porém, mereceram ficar no bottom two - foi demasiado calminho e juvenil (às tantas fizeram-me lembrar os Onda Choc) e, pela primeira vez, notei algumas desafinações numa delas, se bem que não detectei quem foi a "marota". É bom que recuperem a essência (a das Little Mix não, obrigado) e se saiam com um outro "Royals". É que não haverá uma próxima - à 5ª é de vez.
Após os acontecimentos inesperados da gala passada e sabendo o quanto estes programas mexem comigo, confesso que pensei seriamente em deixar de fazer aqui a minha habitual apreciação ao Factor X - tinha receio de ter perdido a paixão, condição essencial para fazer isto da forma que faço. Mas o certo é que não há volta a dar: não consigo ficar indiferente e tenho sempre alguma coisa a dizer, como puderam ver.
Esta 7ª gala não foi mais do que um teste ao Factor X de modo a constatar de que forma foi abalado pela saída prematura da Sara. Sinceramente, julguei que se ressentisse mais. Em momento algum tive vontade de bocejar ou ganas de me arrepender de ter sintonizado a SIC, uma vez mais, para assistir a um programa que, para o bem ou para o mal, acaba sempre por mexer comigo. Não. O que constatei foi que há sempre razões de interesse para assistir ao Factor X: seja pelas actuações (umas mais bem conseguidas que outras, é certo), pela fabulosa dinâmica entre os mentores, pela estranha parelha entre Bábá/Manzarra, pela emoção que o formato acarreta ou, simplesmente, por ser o único programa de música dos canais generalistas portugueses.
Pelo menos agora sei que aguento firme e motivado até à final, que cada vez mais ganha contornos definidos. Berg, Mariana e D8 - julgo que será esta a derradeira trindade. Em qualquer um deles a vitória ficará bem entregue, por isso resta saber quem chegou de forma mais retumbante ao coração dos portugueses.
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