Factor X: 8ª Gala- Top 6

A escassas galas da final e numa noite com direito a dose dupla de actuações, a competição esteve bastante aguerrida tanto no palco como junto dos mentores. A Paulo Ventura não lhe bastou ser trucidado por Sónia Tavares como no final ainda teve que escolher entre os Aurora e as Cupcake, que não escaparam da expulsão à 5ª vez em que foram parar ao bottom two.

As minhas actuações favoritas:

Mariana- "We Found Love"



José Freitas- "How I Am Supposed to Live Without You"



Aurora- "Cenário"



Mariana- "Garota de Ipanema"

 
Berg- "With a Little Help from My Friends"



Segue a minha apreciação da gala: 

Jovens

Mariana- A melhor da noite ou, pelo menos, a que teve um desempenho mais constante ao longo das 2 rondas. Em "Garota de Ipanema" fez-me lembrar a saudosa Amy Winehouse e esteve soberba, como se fizesse aquilo diariamente num qualquer bar de jazz. Acho, porém, que teria funcionado ainda melhor se a tivesse reservado para a actuação com a banda. Quanto a "We Found Love", foi o meu momento favorito de toda a gala. Há muito que estava ansioso por ver um concorrente de um talent show pegar nesta canção e, ainda que não tenha sido tal como imaginei, acho que funcionou muito muito bem este tratamento acústico, com a pirotecnia electro house de Calvin Harris a ser eximiamente contornada pela banda. E aquele "what it takes to come alive" final valeu pela vida. Esta sim, é a Mariana da fase de audições e do bootcamp que me arrebatou e que tardava em surgir - agora é preciso que continue em rota ascendente se quiser vencer isto.

D8- A ele colocavam-se os dois maiores desafios da gala: criar não uma, mas duas letras e coexistir em palco com uma banda por detrás. Missão cumprida? Pode-se dizer que não falhou por muito. No instrumental do tema dos The Roots gostei mais do beat do que propriamente da letra, que dado à cadência veloz do rap, tive alguma dificuldade em compreendê-la do início ao fim. Ainda assim, foi bastante satisfatória. Já na 2ª actuação foi impecável, extremamente à vontade e a letra esteve ao nível do melhor que já nos habituou. Então o slogan do "marca a diferença" parece ter sido feito à sua medida - ninguém o faz melhor do que ele todas as semanas. 

Adultos

José Freitas- Ninguém estava à espera de que ele trouxesse Metallica ao palco do Factor X. Tiro-lhe o chapéu pelo risco que correu, mas concordo inteiramente com os Paulos nas críticas que lhe fizeram. A mim pareceu-me demasiado operático e algo Broadway. Não significa isto que tenha sido mau, porque não foi, simplesmente acho que uma canção daquelas pedia uma interpretação mais vulcânica. Redimiu-se na 2ª ronda com o tema de Michael Bolton, que em nada ficou a dever à versão original. Foi eximiamente interpretado, como aliás o são a maioria dos temas por ele cantados - fosse eu uma quarentona de lágrima fácil e tinha-me ajoelhado frente à TV a chorar baba e ranho. Como não o sou, fiquei-me por um "grande senhor" dito com um ar levemente impressionado.

Berg- Recordo-me de dizer mesmo antes das galas começarem que o Berg não só pertencia à minha santíssima trindade (juntamente com a Mariana e a Rita) como apostava nele para a vitória. 8 galas volvidas já não tenho tanto a certeza que isso vá acontecer - o D8 e a Mariana têm sido mais contundentes nas suas actuações e começo seriamente a achar que o título será disputado pelos dois. Ainda bem que a noite de ontem teve duas actuações, pois ficaria bastante desiludido se a sua prestação se tivesse resumido a "Sex on Fire" (quantas mais vezes vamos ter que ouvir isto num talent show?) que apesar de alguns bons momentos, foi demasiado plástica, murcha (passe a piada) e adornada com um excesso de floreados. Uma vez mais, concordei inteiramente com as críticas dos Paulos e reprovo completamente a atitude da Sónia (já lá vamos). "With a Little Help from My Friends", pelo contrário, salvou a honra do convento e creio que foi das suas melhores actuações no programa. Mas não chega... daqui em diante será necessária uma maior consistência e, quiçá, um tema em português (insisto) para mostrar que merece ganhar. 

Grupos

Aurora- Aviso: o que vou dizer a seguir vai soar-vos muito estranho, mas acreditem que estou apenas a ser honesto. Gostei do que fizeram nesta gala e... achei completamente justo terem permanecido no concurso. Não, não fui atingido por nenhuma epifania nem cheguei à conclusão de que embirrava com eles apenas pelo gozo que isso me dava. Não, não e não. Estou sim a colocar a razão em prol do coração e é justamente isso que me permite afirmar que eles fizeram um óptimo trabalho nas duas actuações. Na canção dos Toranja (julgava eu que se chamava "Esquissos" mas afinal esse era o título do álbum) creio que fizeram o mesmo que fazem todas as semanas, acontece que desta vez não puxaram para o doo-wop (nem dava, aliás) e o tema em si era excepcional. Já na "Chaga" dos Ornatos, estranhei não vê-los de guitarra em punho, e ainda que algo presos a nível de movimentos, acho que se saíram muito bem. Resultado: não fiz esgares de tédio, como sempre faço cada vez que os oiço, e dei por mim a pensar que, pela primeira vez, fazem sentido no programa. Quando cantam para o público em geral e não só para as miúdas, é isto que acontece - tornam-se toleráveis para os meus ouvidos.

Cucpake- Então isto é o fim. No fundo é um cenário que se vinha a desenhar desde há 8 semanas atrás e que ontem me pareceu ser a altura ideal para se cumprir. Tiveram as piores prestações da noite: em "Footloose" acho que não sentiram a canção e estiveram muito aquém do que já mostraram ser capazes. E na canção dos Bee Gees (para mau já tinha bastado a "Unchained Melody") eu nem as reconheci - vários desafinanços (e logo das duas meninas que eu julgava serem as mais afinadas) e completamente à deriva, a fazer-me lembrar os voos sem trapézio dos Yeah! Land. Mas não as vou massacrar mais, até porque não há motivos para lágrimas, acusações, mágoas ou cenários hipotéticos. Acho que se devem orgulhar do caminho que traçaram sabendo que há lugar para elas no nosso panorama musical. Para uma girlsband que mais do que abanar o rabo e parecer bem na fotografia, sabe, de facto, cantar. E harmonizar como ninguém. Muito evoluíram desde as 4 imberbes raparigas dos copos boom-boom-clap de que eu tanto fazia troça e acabaram por se tornar não só no meu grupo favorito, como nas concorrentes que eu mais defendi e com quem também mais sofri. Gravar um disco? Vão com calma. Primeiro procurem-se musicalmente e encontrem alguém que, de facto, esteja mais interessado em fazer de vocês um grupo decente que vai muito além das mochilas e estojos. Desejo-vos toda a sorte deste mundo. Vemo-nos por aí :)

Antes de dar o post por terminado, tenho que fazer três referências:

1) Gosto bastante desta etapa do programa em que há 2 rondas de actuações, pois para além da emoção ser a dobrar, é comum a primeira ser morna e a segunda francamente melhor, o que foi o caso. Para tal muito terá contribuído a presença da banda, que engrandeceu as actuações dos concorrentes e, por conseguinte, elevou a qualidade do programa. De futuro creio que deveriam pensar seriamente em torná-la residente, pois saímos todos a ganhar - programa e espectadores.

2) Sónia Tavares. Alguém tem que repreender aquele temperamento, não? É algo que eu já tenho vindo a reparar ao longo das galas, mas se nas semanas anteriores ainda o conseguia disfarçar com laivos humorísticos, ontem excedeu-se e só faltou agredir o Paulo Ventura. As críticas que foram feitas aos seus dois concorrentes foram completamente justas e perceptíveis, mas ela leva aquilo tão a peito que acha que são ataques pessoais que têm por objectivo desvalorizar o trabalho deles e, consequentemente, também o seu. Infelizmente, não é só um mal dela: os mentores parecem ser muito críticos e acertados nas suas críticas aos outros concorrentes mas, quando toca aos seus, são incapazes de reconhecer as falhas destes. 

3) Uma última palavra para a artista convidada, Mallu Magalhães, jovem muito encantadora e com belíssimas canções que já tive oportunidade de ouvir. Mas confesso que, vê-la entrar no palco do Factor X sob uma chuva torrencial de aplausos e perante uma plateia sedenta de algo épico, começar a dedilhar os acordes desse objecto musical desengonçado/estranhamente apelativo de "Velha e Louca", fez com que me "escangalhasse" a rir. Não tenho nada contra a moça, mas foi um momento caricato que tão cedo não vou esquecer. 

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