VER: Rae Morris- Skin

A pele que há em mim



Por esta é que eu não esperava. Uma gigante surpresa vinda da parte de Rae Morris, britânica de 20 anos que introduzi no espaço dos "Magníficos" há pouco mais de um ano e que na aurora de 2014 está a encaminhar-se para uma valente e merecida revelação aos olhos da crítica e do público.

Os primeiros sinais foram dados na semana passada ao emprestar a voz ao novo single dos Bombay Bicycle Club, o muito primaveril e fabuloso "Luna". Mas nada fazia prever o que agora apresenta em "Skin", a sua mais recente criação a solo - trabalho exímio ao nível de composição e arranjos, complementado por um belíssimo tratamento visual que retrata as formas e o movimento do corpo humano com uma tremenda sensibilidade artística.

A voz tacteia, assombrosa, por corredores que uma artista tão jovem supostamente não deveria conseguir aceder, e raramente revela a verdadeira extensão do seu poder - resplandece, etérea, rodeada de cordas, sinos e caixas de música que tecem murmúrios dos tempos de infância.

É absolutamento belo e marca o ponto de viragem de uma carreira que tardava em descolar, mas que em boa hora apontou coordenadas para o Olimpo. Bravo, bravo, bravo.

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