Factor X: 9ª Gala- Top 5
A apenas 2 programas da final e com uma gala temática dedicada aos anos 80, os Aurora e o D8 estiveram entre os menos votados. Na hora H os rapazes de Paulo Ventura não resistiram ao embate com o miúdo-prodígio de Paulo Junqueiro e agora a batalha faz-se entre jovens e adultos.
Ao contrário da gala passada, creio que nesta não houve um vencedor da noite: nenhum esteve irrepreensível. E desta vez o melhor não esteve guardado para o fim, na medida em que ambas as rondas foram pautadas por óptimas actuações e outras menos conseguidas.
As minhas actuações favoritas:
Berg- "Say Say Say"
José Freitas- "I Want to Know What Love Is"
As minhas actuações favoritas:
Berg- "Say Say Say"
José Freitas- "I Want to Know What Love Is"
Aurora- "Sete Mares"
Mariana- "Walking on Sunshine"
D8- "Fight the Power"
Preparo-me então para discorrer acerca de cada concorrente:
Berg
Teve uma noite muito ritmada, e ainda bem, pois começava a escudar-se demasiado em baladas. Esteve melhor na primeira actuação do que na segunda. Em "Say, Say, Say" conseguiu, por fim, trazer o tão desejado groove ao palco do Factor X, precisamente aquele que lhe faltou quando cantou "Closer" e ficou muito aquém do esperado. Eu gostei muito de o ouvir e de relembrar uma canção com a qual estava pouco familiarizado mas que, depois disto, vai concerteza parar à minha playlist. Já em "Take on Me", esse grande monumento dos anos 80, foi algo vertiginoso, uma espécie de viagem numa montanha-russa. Eu próprio fiquei com a pulsação acelerada, com receio de que ele eventualmente se despenhasse num dos muitos loops vocais que teve que fazer. Felizmente tal não aconteceu, pois o senhor Berg é um mui habilidoso cantor, mas o certo é que teve a seu cargo a canção mais complicada da noite. Percebo perfeitamente que tenha remetido a interpretação para segundo plano, mas ainda assim foi bastante satisfatório e superior ao que muitos conseguiriam fazer.
Mariana
Só me fazia lembrar a última temporada do Ídolos. Porquê? Porque os dois temas que trouxe ao palco do Factor X haviam sido cantados por outras duas concorrentes dessa edição: "Sweet Dreams (Are Made of This)" por uma outra Mariana, a vice-campeã, e "Walking on Sunshine" pela Teresa, 5ª classificada. E já na semana passada tive a mesma sensação ao ouvir a "Chaga" e "Sex on Fire", ambos interpretados pelo vencedor, Diogo Piçarra. Enfim, chega de nostalgias pois o presente acontece aqui e agora e é da jovem açoriana que importa falar. Gostei das duas performances, mas senti-a mais confortável na 2ª ronda. Em "Sweet Dreams" impressionou-me mais pelo figurino (muito vamp) do que propriamente pela actuação em si que, tal como os mentores disseram, só arrebitou a caminho do fim. Ninguém monta um melhor espectáculo do que ela: prende-nos a atenção do início ao fim e ocupa o palco de forma estrondosa - pagaria para ver um concerto seu, a sério que sim. Já em "Walking on Sunshine" foi tremendamente alegre e hiper-tudo-e-mais-alguma-coisa, ainda que ache que a guitarra ali era desnecessária. Mas bom mesmo foi ouvi-la a dar ali uns toques no fado após os comentários dos mentores. De facto era algo que já podia ter levado ao palco do Factor X, mas isso ultrapassa a visão limitada que o Junqueiro tem para ela. O que é uma pena...
José Freitas
Todas as semanas penso que ele estará entre os menos votados. E todas as semanas ele acaba por seguir em frente... o que é espantoso, tendo em conta que isto no final do dia é um concurso de popularidade e ele sempre foi dos que teve menos apoiantes. Poucos, mas bons, sem dúvida. Não me interpretem mal, pois eu sempre gostei do senhor, mas hoje acho que deveria ter sido ele a abandonar o programa. Foi exímio no tema dos Foreigner - uma das minhas actuações favoritas da noite - que parece ter sido feito à sua medida, mas depois deixou muito a desejar na 2ª ronda. Eu não dei pelo atabalhoamento da letra... na verdade nem dei pela actuação em si, a não ser no refrão. Creio que foi prejudicado pela escolha da canção e o que o safou foi mesmo a brilhante interpretação da primeira. Depois ainda se pôs com o discurso de derrotista e parecia mesmo que a expulsão estava garantida. Qual quê? Foi vê-lo a entrar no top 3, imaculado, sem nunca ter estado no bottom two. Acredito que seja para a semana - e o 4º lugar é mais do que justo, convenhamos. Até porque acho que os outros 3 querem mais aquilo do que ele.
Aurora
Onde é que já se viu eu estar a torcer por estas madalenas que tanta vez me fizeram a cabeça em água?! Não no despique com o D8, pois obviamente que aí nem era preciso pensar duas vezes... mas preferia que eles tivessem ficado em vez do José. Devem estar a achar que não regulo bem, deduzo eu. Pois olhem que não é assim tão estranho aquilo que estou a dizer. Afinal de contas, lembro-me perfeitamente que gostava deles enquanto ainda eram os Bring Us Tomorrow. Depois viraram Aurora (ainda hoje acho que é um atentado ao bom gosto), enverederam pelo caminho da lágrima fácil e isqueiro no ar e... eu passei a detestá-los. Até que na gala passada mudaram a abordagem e voltei a tolerá-los. Ontem não voltaram a ser tão arrebatadores mas voltei a gostar do que fizeram tanto em "Chico Fininho" (fiquei ligeiramente assoberbado com o trabalho de guitarra) como no tema dos Sétima Legião, que julgei ter-lhes atribuído o passaporte para o top 4. Obviamente que não me tornei fã deles nem esqueci o percurso morno que traçaram ao longo das galas, mas pelo menos fico contente por constatar que a minha opinião acerca deles é bem mais favorável agora do que era no início. Se serão uma banda do "arco-da-velha" só o tempo o dirá, mas, por agora, parece-me que é o tipo de banda que Portugal mais precisa. Boa sorte, Zaurora.
D8
Se berros e gritos histéricos se traduzissem em votos, o miúdo já tinha o título nas mãos. Mas, por experiências passadas - X4U, Sara e outros tais - sabemos que nem sempre os mais "cotados" estão a salvo da expulsão. E foi o que aconteceu com o D8. Acho que ninguém estava à espera que isso acontecesse, mas também julgo que poucos foram aqueles que pensaram que ele ia direitinho para a rua. Vá... então?... estamos a falar do rapaz-prodígio lá do sítio, o tal que semanalmente "marca a diferença" como ninguém. Foi o bottom two mais piece of cake de sempre, tanto que até me deu a ideia de que, mal os Aurora tinham terminado a derradeira actuação, já a Sónia estava a dizer ao Ventura algo do género "olha meu asno de lunetas, vou ter um prazer hediondo em mandar a Zaurora para casa, pois ambos sabemos muito bem que o D8 é "o" tal". Isto numa versão muito adaptada, claro. Um tanto ou quanto limitado pela temática dos anos 80, que o obrigou a grandes arquitecturas líricas e a cingir-se a um rap mais old school, esteve uns bons furos abaixo do que já mostrou ser capaz de fazer. Foi francamente melhor no beat dos Public Enemy do que no do Vanilla Ice. Ainda assim, nem sequer merecia ter estado na posição em que o colocaram.
Vou ser breve nas minhas conclusões. Apenas quero dizer que a ilustre presença de Mariza podia ter sido muito melhor aproveitada. Pedia-se um fado dos grandes e não um original inédito que ninguém conhece. E, aproveitando o facto de estarmos a chegar à grande final, deixo-vos com o meu actual ranking de vitória: portanto, neste momento colocaria a Mariana em 1º, o D8 em 2º, o Berg em 3º e, naturalmente, o José Freitas em 4º. Enquanto os dois últimos lugares me parecem certos, ainda tenho umas certas dúvidas relativamente a quem deva apostar para a vitória. Espero que a próxima gala seja bastante esclarecedora nesse sentido e muito emocionante, claro está.
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