12 Figuras Que Marcam a Pop do Séc. XXI (6º-Timbaland)


O homem que na segunda metade da década de 90 trouxe uma nova abordagem ao hip hop, pela abertura aos sons electrónicos e às produções despidas de samples, deixa a sua marca tanto no gueto como no mainstream, tornando-se assim num dos produtores mais influentes do milénio.

Os primeiros anos do século são dedicados a construir uma reputação nos meandros do hip hop e R&B, emprestando a sua visão a trabalhos discográficos de Missy Elliot - três dos seus álbuns têm-no como produtor executivo - e Aaliyah, a sua musa criativa, que havia de agraciar com os icónicos "Try Again" e "More Than a Woman". Os seus créditos também não passam indiferentes a Justin Timberlake, que tem em "Cry Me a River" uma das canções mais fortes da sua estreia a solo. Assinada pelo mesmo homem de "Get Ur Freak On" e "Work It", evidentemente.

Paralelamente a essas contribuições, mantém uma parceria com o rapper Magoo com o qual lança dois discos de moderado sucesso, em 2001 e 2003. Lenta mas firmemente, o seu nome espalha-se e as solicitações aumentam em peso e número: Jay-Z, Bubba Sparxxx, LL Cool J, Xzibit, Fatman Scoop, The Game, Brandy ou Jennifer Lopez, num perfeito balanço entre rappers e estrelas R&B de primeira linha.

A verdadeira explosão ocorre em 2006, ano que assinala a chegada definitiva de Timbaland à primeira liga do mainstream, ao estar presente na concepção de dois dos álbuns mais importantes na construção de uma nova identidade pop para o novo milénio - FutureSex/LoveSounds de Justin Timberlake e Loose de Nelly Furtado, com efeitos estrondosos no percurso de ambos. Se no primeiro caso torna mais certa a ascensão do então Príncipe a Rei da Pop, no segundo reanima por completo a carreira moribunda da luso-canadiana. A expressão criativa acompanha a força das vendas: ambos os discos vendem 10 milhões de cópias.

Cresce então o prestígio de Timbaland, que entre 2007 e 2008 deixa a sua marca em perto de uma vintena de álbuns: ora embarcando nas aventuras experimentais de Björk em Volta, a fazer um dos primeiros liftings a Madonna no urbano Hard Candy, a apadrinhar a subida de escalão de Rihanna à primeira divisão da pop em Good Girl Gone Bad ou a causar danos na carreira de velhas glórias do rock no infame Red Carpet Massacre dos Duran Duran. Pelo meio arranja tempo para relançar com sucesso a sua própria carreira a solo em Shock Value, rodeando-se de estrelas de primeira linha: 50 Cent, Dr. Dre, Elton John, Missy Elliott, Justin Timberlake ou Nelly Furtado, ao mesmo tempo que catapulta para os holofotes dois protegidos seus: Keri Hilson e OneRepublic. O projecto tem direito a uma sequela em 2009, mas sem o mesmo impacto.

Nos anos seguintes o génio abranda, apenas para voltar em força em 2013 e recuperar o peso enquanto esteta incontornável: inscreve o seu nome a ouro em Magna Carta Holy Grail de Jay-Z, no díptico The 20/20 Experience de um Justin Timberlake de fato, lacinho e risco ao lado, e no muito aclamado disco homónimo de Beyoncé, lançado sem aviso prévio no final desse ano. Em 2014 é um dos arquitectos sonoros convocados para operar Xscape, o segundo álbum póstumo de Michael Jackson, e já este ano chega ao mundo televisivo no papel de produtor musical da nova série sensação da FOX, Empire - centrada em torno de um magnata do hip hop - criando temas que são interpretados pelo elenco da série e integrados na própria história. Só falta mesmo a reactivação do percurso a solo, isto se Timbaland assim o entender - e a verdade é que precisamos nós mais dele do que ele de nós. Há homens assim, de sorte.

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