Acerca da despedida de Glee
Nos EUA o desfecho da série aconteceu há quase um ano. No meu caso, sempre em contraciclo com as transmissões originais, esperei pelo momento em que a Fox Life colocasse em rotação na sua grelha a sexta e última temporada de Glee. Podia nunca sequer ter sucedido, mas neste início de 2016 aconteceu, por fim. E ainda bem, porque existiria sempre um pedacinho de mim desolado por não conhecer o desfecho deste bando de inadaptados da McKinley High.
O sentimento é comum. Muitos espectadores abandonaram a história depois do tributo póstumo a Finn Hudson, algures no início da quinta temporada. Os que ficaram encontraram uma série em lume brando a recuperar da perda de uma das personagens principais, entrando por linhas narrativas pouco consensuais que deturparam a essência de Glee. Nova Iorque passou a ser o centro da acção (e Rachel, Kurt e Santana os seus pilares) e a vida em Lima continuava, com outras caras e histórias menos interessantes.
Com a chegada desta sexta temporada a história voltou às origens, recuperando grande parte do seu espírito inicial. A premissa foi a de instaurar novamente o coro na escola (extinto por cortes orçamentais), desta vez liderado por Rachel e Kurt, que tentavam também recuperar o sentido das suas vidas (digamos que Nova Iorque foi madrasta) no local onde aprenderam a dar expressão e cor aos sonhos. Foi uma jornada emocional e nostálgica de apenas 13 episódios, que nos deu a oportunidade de despedir das pesonagens, renovar ensinamentos e votos de esperança, mas principalmente recordar o que de tão bom a série tinha - pedagogia pura encapsulada em 40 minutos de narrativa veloz, diálogos cativantes e actuações musicais formidáveis.
É bem possível que em pouco mais de uma dúzia de episódios Glee tenha forjado a sua melhor temporada: apresentou novas caras (bastante convincentes), trouxe de volta todas as suas personagens (apresentando desfechos decentes para a maioria), abordou novos dilemas e recuperou o fôlego criativo (alguns dos seus episódios estariam ao nível dos melhores da segunda temporada). Rachel e Kurt continuaram a desempenhar um papel preponderante, mas foi a maquiavélica Sue Sylvester quem teve maior tempo de antena, proporcionando os melhores momentos na história. Foi um prazer vê-la em acção e poder compreender melhor toda aquela personalidade rebuscada.
E, nem a propósito, é dela a linha de diálogo final, que resume toda a essência do Glee club, que agora finalmente também partilha: "they show us all how to see the world not as it is, but as it should be". Aceitação, tolerância e o poder de união e comunhão da música foram os maiores valores que a série cultivou ao longo destes seis anos.
Deixo-vos com o emocionante solo final de Rachel Berry:
O sentimento é comum. Muitos espectadores abandonaram a história depois do tributo póstumo a Finn Hudson, algures no início da quinta temporada. Os que ficaram encontraram uma série em lume brando a recuperar da perda de uma das personagens principais, entrando por linhas narrativas pouco consensuais que deturparam a essência de Glee. Nova Iorque passou a ser o centro da acção (e Rachel, Kurt e Santana os seus pilares) e a vida em Lima continuava, com outras caras e histórias menos interessantes.
Com a chegada desta sexta temporada a história voltou às origens, recuperando grande parte do seu espírito inicial. A premissa foi a de instaurar novamente o coro na escola (extinto por cortes orçamentais), desta vez liderado por Rachel e Kurt, que tentavam também recuperar o sentido das suas vidas (digamos que Nova Iorque foi madrasta) no local onde aprenderam a dar expressão e cor aos sonhos. Foi uma jornada emocional e nostálgica de apenas 13 episódios, que nos deu a oportunidade de despedir das pesonagens, renovar ensinamentos e votos de esperança, mas principalmente recordar o que de tão bom a série tinha - pedagogia pura encapsulada em 40 minutos de narrativa veloz, diálogos cativantes e actuações musicais formidáveis.
É bem possível que em pouco mais de uma dúzia de episódios Glee tenha forjado a sua melhor temporada: apresentou novas caras (bastante convincentes), trouxe de volta todas as suas personagens (apresentando desfechos decentes para a maioria), abordou novos dilemas e recuperou o fôlego criativo (alguns dos seus episódios estariam ao nível dos melhores da segunda temporada). Rachel e Kurt continuaram a desempenhar um papel preponderante, mas foi a maquiavélica Sue Sylvester quem teve maior tempo de antena, proporcionando os melhores momentos na história. Foi um prazer vê-la em acção e poder compreender melhor toda aquela personalidade rebuscada.
E, nem a propósito, é dela a linha de diálogo final, que resume toda a essência do Glee club, que agora finalmente também partilha: "they show us all how to see the world not as it is, but as it should be". Aceitação, tolerância e o poder de união e comunhão da música foram os maiores valores que a série cultivou ao longo destes seis anos.
Deixo-vos com o emocionante solo final de Rachel Berry:
Para a posteridade, deixo-vos também a derradeira actuação da série.
Glee saiu de vez dos nossos ecrãs, mas não das nossas vidas. Deixa um legado incrível na cultura pop e na forma de se fazer televisão para um público jovem. Fica a música, a pedagogia e um lema maior: os sonhos tornam-se realidade. Basta não deixar de acreditar.
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