Ídolos 2012: Balanço Final

Chegou ao fim a 5ª edição do Ídolos. Antes deste ciclo se fechar, porém, gostaria de fazer um último balanço, em jeito de retrospectiva, sobre o que esta temporada nos trouxe.

Gostaria de começar por dizer que o Ídolos 2012 não foi tão mau quanto as pessoas o pintaram. Isso, para mim, é desculpa de quem não viu o programa (e mesmo assim fez questão de opinar), de quem se deixou levar pelas opiniões dos outros ("se todos dizem que não presta, não vou ser do contra") ou de quem tem memória de peixe e ainda está agarrado ao confronto épico da Diana e do Filipe, na 3ª edição, e nunca mais viu o programa.

O Ídolos 2012 não foi a melhor edição em termos de qualidade, mas também não foi de longe a pior (sem dúvida foi a 4ªedição na qual só 3 ou 4 concorrentes se aproveitavam) . O programa até começou com boas audiências, graças à habitual colecção de cromos, e apenas começou a descer a pique quando as galas em directo tiveram início. O porquê? Bem, o mais fácil seria apontar o dedo ao êxito esmagador da concorrente TVI, mas isso, também, seria uma desculpa cobarde. É certo que contribuiu para ofuscar o programa, mas não foi a única razão.

Nem tão pouco foi pela falta de talento, porque quem acompanhou o programa na fase de castings, sabe que apareceram boas vozes que por razões inexplicáveis ficaram pelo caminho cedo de mais (Iolanda Costa, pois claro). A principal razão do seu insucesso foi o facto dos espectadores se terem cansado das consecutivas injustiças (a saída precipitada da Débora ainda hoje dói) e escolhas duvidosas, que levaram a um lote de 14 finalistas algo desequilibrado e pouco consistente.

Resultado: para caótico e injusto já chega o estado do país e por isso as pessoas preferiram ver o programa da concorrência (nada contra, bastante divertido até) que proporcionou o escape que os portugueses necessitavam para escapar às angústias do seu dia-a-dia.

No fim de contas, os únicos que ficaram a ver o Ídolos foram os verdadeiros apaixonados pelo programa, nos quais me incluo. E desses, todos sabem ao que vão: sim, as injustiças estão presentes a toda a hora, sim, temos que aturar os comentários rudes e irritantes do Manuel Moura dos Santos, sim, assistimos a uma apresentação pouco eficaz (o Manzarra é a âncora do navio) e, sim, temos que aturar concorrentes chatos e lidar com as saídas dos nossos favoritos. Mas no final, tudo isso compensa.

O Ídolos pode não ser o formato musical com mais qualidade (A Voz de Portugal provou ser o melhor), mas é o formato com mais emoção e mais apotéotico. Nada, mas mesmo nada, bate o Ídolos em termos de emoção: o suspense dos castings; a angústia de saber quem passa, quem sai; o momento decisivo em que os nossos favoritos estão à beira da glória ou da desgraça; o titânico combate que os concorrentes travam semanalmente até ficarem reduzidos a 2 finalistas. Para quem gosta de emoções fortes, o Ídolos é uma autêntica montanha russa.

Como disse há umas linhas atrás, esta edição não foi a melhor, mas pelo menos para mim, foi a mais apaixonante e aquela que mais vivi intensamente. Os seguidores mais atentos do blog sabem que dou especial atenção a concursos musicais (já por aqui passaram as últimas 3 edições do Ídolos, a Operação Triunfo 2010 e A Voz de Portugal) mas nunca antes me tinha envolvido tanto num concurso como neste. Vibrei, irritei-me, conspirei, debati, sofri, emocionei-me e terminei em completa euforia e felicidade esta maratona de 4 meses.

As fracas audiências e a regeneração do talento assim o exigem: o Ídolos deve fazer uma pausa, que se prevê longa. Tenho um terrível pressentimento que poderá nunca mais voltar e se tal vier acontecer, será uma pena.  Estamos perante o formato musical mais duradouro da televisão portuguesa, implantado no nosso país há 9 anos atrás, e acho que não deveria ser enterrado já. Não sem antes provar que não merece as críticas que lhe são feitas e que ainda tem mais para nos oferecer.

Se há coisa que a 5ª edição nos veio mostrar é que o Ídolos continua a ser um grandioso espectáculo televisivo, produzido de forma sublime. Para além disso, proporcionou-nos a descoberta do grande Diogo Piçarra, o justo vencedor, e muito provavelmente, o meu concorrente favorito de sempre de todos os talent-shows a que já assisti.

P.S: só para que conste, não sou fanático da SIC, apenas quis homenagear um programa que todos criticam, mas que ninguém valoriza.

Deixo-vos com aquele que é para mim o grande momento-chave desta edição:

Diogo Piçarra-"The Whole of the Moon"



Ídolos, bom descanso e até um dia! *fingers crossed*

Comentários

  1. E sem esquecer que esta foi a edição que teve a maior produção! Onde tudo foi feito com uma maior visão e imaginação, e as construções feitas à volta dos cantores, em cada actuação, foi a que obteve os resultados mais bonitos de todos as edições dos ídolos! Nunca nos podemos esquecer como foi ilustrada a actuação da Inês na 5º Gala.. Foi um momento muito belo; ou mesmo a actuação da Mariana no Flutuo

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  2. Sim, era outra das coisas que queria ter focado, mas que tive que deixar de lado pois o texto já ia grande. A produção está de parabéns, pois todas as semanas proporcionou aos concorrentes um grande suporte para que pudessem brilhar. E não nos esqueçamos dos bailarinos, peças fundamentais do puzzle. Em suma, foi um grande espectáculo televisivo que não foi apreciado como devia.

    Once upon a time, i was a robot too. Ainda bem que existe mais alguém que se revoltou e ganhou vida =D
    Aparece e comenta mais vezes!

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